Questões de Concurso Para analista - letras
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Campanha ataca os abusos do “juridiquês”
“Encaminhe o acusado ao ergástulo público.” Com essa frase o juiz Ricardo Roesler determinou a prisão de um assaltante de Barra Velha, comarca de Santa Catarina. Dois dias depois, a ordem não tinha sido cumprida. Ninguém havia compreendido onde era o tal do “ergástulo”, palavra usada como sinônimo de cadeia. Quando Roesler descobriu que nem seus subordinados entendiam o que ele falava, decidiu substituir os termos pomposos e os em latim por palavras mais simples. Isso foi há 17 anos. Hoje, presidente da Associação dos Magistrados Catarinenses, ele é um dos defensores da linguagem coloquial nos tribunais. Preocupada com o excesso de “juridiquês”, a Ajuris (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul) organizou um guia destinado a leigos para tentar desmitificar o jargão da Justiça. O presidente da entidade, Carlos Rafael dos Santos Júnior, tem estimulado os magistrados a participarem de debates em escolas com pais e alunos. A ideia, encampada pela AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros), é uma gota num oceano de discursos herméticos que tomam conta dos tribunais, onde o simples talão de cheque vira “cártula chéquica”, o viúvo, “cônjuge supérstite”, e a denúncia (peça formal), “exordial acusatório”. (Lilian Christofoletti, Uirá Machado. Folha de S. Paulo. Acesso em: 23/01/2005. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/folha/ brasil/ult96u66814.shtml.)
De acordo com a expressão do enunciador acerca do assunto tratado no texto, pode-se afirmar que do ponto de vista apresentado, o “juridiquês” trata-se de:
Vejam o caso dos médicos.
Muitos deles, ao prestar informações ao público sobre o estado de saúde de pacientes famosos, lançam mão de uma linguagem incompreensível para a grande maioria da população.
Aliás, a associação entre conhecimento e capacidade de comunicar-se em linguagem inteligível tem realçado o prestígio de médicos com essa qualidade, especialmente pela via da televisão.
O exemplo vale também para o caso dos economistas e dos jornalistas especializados, quando nos guiam pelos labirintos da economia e das finanças.
(Boris Fausto. Disponível em: https://www.migalhas.com.br/quentes/ 9727/juridiques. Adaptado.)
Acerca do fragmento alterado em relação ao original, pode-se afirmar que: