Questões de Concurso
Para professor - anos iniciais do ensino fundamental
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“O estado do Rio de Janeiro tem um percentual muito elevado de população classificada como urbana: cerca de 96% [...]. Não há dúvidas de que o estado do Rio de Janeiro é altamente urbanizado, com um dos mais elevados percentuais de população entre todas as unidades federativas”.
[SANTANA, F.T., DUARTE, R.G. Rio de Janeiro: Estado e Metrópole. São Paulo: Brasil, 2009, p. 90]
Entre os fatores socioeconômicos que, ao longo do século XX, contribuíram para explicar o fenômeno demográfico descrito, destaca-se o:
“Passados quase 500 anos do descobrimento do Brasil, não mudou muito a forma como a nossa sociedade se divide, principalmente no exercício da cidadania e no acesso às condições concretas de qualidade de vida. O efeito de uma colonização baseada na segregação, no domínio pelo poder e pela força sobre aqueles que produziam, não permitiu que nossa cultura, ao contrário de outros países, fosse capaz de superar o estigma de que só é cidadão, respeitado e aceito socialmente, quem tem poder de consumo”.
[SPOSATI, Adaíza. Feios, Sujos e Malvados. In: PINSK, J. 12 Preconceitos.São Paulo: Contexto, 2011, p. 114]
O preconceito de classe, o direito à cidadania e o acesso à qualidade de vida no Brasil, segundo o texto, tem entre suas raízes históricas as relações de trabalho:
“Pierre Lévy analisa outras formas de viver/sentir/pensar/produzir o tempo na era da informática. A primeira inferência diz da velocidade do tempo [...]. Esta velocidade é percebida em vários sentidos e estamos sempre ‘atrasados’ em relação a essa tecnologia”.
[BERGAMASCHI, Mª Aparecida. O Tempo Histórico nas Primeiras Séries do Ensino Fundamental. In: Anais da 23ª Reunião da ANPED, Caxambu - MG, 24 a 28 set. 2000, p. 11]
A temporalidade a que o autor se refere como sendo a que se organiza em rede, como rizoma, é a do tempo:
A figura abaixo, formada por 6 retângulos congruentes e 2 hexágonos congruentes, representa a planificação de um sólido geométrico.
Esse sólido é classificado como um(a):
Uma escola recebeu dois galões de tinta para pintar suas dependências. O primeiro galão veio com a especificação de que poderia ser usado para pintar uma área de até 6500 dm². Instruções no segundo galão afirmavam que poderia ser usado para pintar uma área de até 1,5 dam².
Assim, toda a tinta recebida pela escola poderia ser usada para pintar uma área máxima, em metros quadrados, correspondente a:
O valor correto do algarismo a está indicado na seguinte alternativa:
Carlos tem hoje n anos de idade. Se somarmos 28 anos à idade dele, o resultado passa a ser anos. O valor de n é igual a:
Em certo país, o tempo que um partido político tem direito de
usar na propaganda eleitoral gratuita na TV é diretamente
proporcional ao número de deputados que esse partido elegeu nas últimas eleições. Considere-se que os partidos A e B
elegeram nas últimas eleições, respectivamente, 40 e 16 deputados. Se o partido A tem direito a 15 minutos de TV,o partido
B terá, em minutos, o seguinte tempo:
O manobrista de um estacionamento deve estacionar 4 carros nas últimas 4 vagas disponíveis, que ficam lado a lado. A única restrição é que um dos carros, por ser maior que os demais, não pode ser estacionado em uma das vagas, que é menor do que as outras.
Dessa forma, o número máximo de maneiras distintas pelas quais esses carros podem ser distribuídos entre as vagas é:
Observe o quadro abaixo:
Se a diferença entre o número total de meninos e o número
total de meninas é igual a 7, existe, nessas duas turmas, um
total de alunos igual a:
Marta e Júlia foram ao mercado e gastaram, respectivamente, 2/5 e 3/7 das quantias que possuíam. Após pagarem as compras, verificaram que ficaram com quantias iguais. Se, ao entrarem no mercado, elas levavam um total de R$ 820,00, Marta gastou em suas compras o seguinte valor:
Usando a quantidade de alunos matriculados em uma escola, um professor construiu o gráfico abaixo:
Sabendo-se que existem 126 alunos matriculados no Fundamental II e 63 no Ensino Médio, o total de alunos dessa escola
é um número:
Considere que a figura abaixo representa uma malha quadriculada formada por 100 quadrados congruentes, cada um com 1 cm de lado.
A área do quadrilátero sombreado, em cm², é igual a:
Considere-se a expressão numérica 2378 x 13 – 2378 x 6 + 2378 x 4 + 2378 x 9, que corresponde ao número natural n.
A soma dos algarismos de n é:
Texto: Pescando na margem do rio
Era um homem muito velho, que cada manhã acordava certo de que aquela seria a última. E porque seria a última, pegava o caniço, a latinha de iscas, e ia pescar na beira do rio. As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio. Que aquilo era perigoso, que ficava muito só, que poderia ter um mal súbito. Depois, considerando que um mal súbito seria solução para vários problemas, deixaram que fosse, e logo deixaram de reparar quando ia. O velho entrou, assim, na categoria dos ausentes.
Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo.
Ia ao rio com a alma fresca como a manhã. Demorava um pouco para chegar porque seus passos eram lentos, mas, não tendo pressa alguma, o caminho lhe era só prazer. Não havia nada ali que não conhecesse, as pedras, as poças, as árvores, e até o sapo que saltava na poça e as aves que cantavam nos galhos, tudo lhe era familiar. E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.
O dia escorria mais lento que a água. Quando algum peixe tinha a delicadeza de morder o seu anzol, ele o limpava ali mesmo, cuidadoso, e o assava sobre um fogo de gravetos. Quando nenhuma presença esticava a linha do caniço, comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas desguarnecidas.
À noite, em casa, ninguém lhe perguntava como havia sido o seu dia.
Fazia-se mais fraco, porém.
E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo. Apertou as pálpebras para ver melhor, não era um peixe. Movido pela correnteza, um anzol bem maior do que o seu agitava-se, sem isca. Por mais que se esforçasse, não conseguiu ver a linha, enxergava cada vez menos. Nem havia qualquer pescador por perto.
O velho não descalçou as sandálias, as pedras da margem eram ásperas.
Entrou na água devagar, evitando escorregar. Não chegou a perceber o frio, o tempo das percepções havia acabado. Alongou-se na água, mordeu o anzol que havia vindo por ele, e deixou-se levar.
Marina Colasanti. In: Hora de Alimentar Serpentes. São Paulo: Global, 2013. Páginas 363 – 364.
Texto: Pescando na margem do rio
Era um homem muito velho, que cada manhã acordava certo de que aquela seria a última. E porque seria a última, pegava o caniço, a latinha de iscas, e ia pescar na beira do rio. As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio. Que aquilo era perigoso, que ficava muito só, que poderia ter um mal súbito. Depois, considerando que um mal súbito seria solução para vários problemas, deixaram que fosse, e logo deixaram de reparar quando ia. O velho entrou, assim, na categoria dos ausentes.
Ausente para os outros, continuava docemente presente para si mesmo.
Ia ao rio com a alma fresca como a manhã. Demorava um pouco para chegar porque seus passos eram lentos, mas, não tendo pressa alguma, o caminho lhe era só prazer. Não havia nada ali que não conhecesse, as pedras, as poças, as árvores, e até o sapo que saltava na poça e as aves que cantavam nos galhos, tudo lhe era familiar. E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.
O dia escorria mais lento que a água. Quando algum peixe tinha a delicadeza de morder o seu anzol, ele o limpava ali mesmo, cuidadoso, e o assava sobre um fogo de gravetos. Quando nenhuma presença esticava a linha do caniço, comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas desguarnecidas.
À noite, em casa, ninguém lhe perguntava como havia sido o seu dia.
Fazia-se mais fraco, porém.
E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo. Apertou as pálpebras para ver melhor, não era um peixe. Movido pela correnteza, um anzol bem maior do que o seu agitava-se, sem isca. Por mais que se esforçasse, não conseguiu ver a linha, enxergava cada vez menos. Nem havia qualquer pescador por perto.
O velho não descalçou as sandálias, as pedras da margem eram ásperas.
Entrou na água devagar, evitando escorregar. Não chegou a perceber o frio, o tempo das percepções havia acabado. Alongou-se na água, mordeu o anzol que havia vindo por ele, e deixou-se levar.
Marina Colasanti. In: Hora de Alimentar Serpentes. São Paulo: Global, 2013. Páginas 363 – 364.