Questões de Concurso Para técnico de enfermagem

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Q2671049 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa na qual a palavra “que” tenha sido empregada como pronome relativo.

Alternativas
Q2671048 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando-se o emprego dos sinais de pontuação, analise as assertivas a seguir e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.


( ) Na linha 10, o uso das aspas deve-se à transcrição de trecho em discurso direto.

( ) Na linha 17, o travessão não poderia ser substituído por dois pontos, pois isso acarretaria erro gramatical ao período.

( ) Na linha 19, a primeira ocorrência de vírgula indica a separação de orações coordenadas.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2671047 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que indica a correta transposição do trecho a seguir para a voz passiva: “Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal escondida atrás de uns livros”.

Alternativas
Q2671046 Português

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Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Analise as assertivas a seguir a respeito da palavra “constrangimento” (l. 23):


I. Trata-se de palavra paroxítona por sua acentuação tônica.

II. A palavra não apresenta dígrafos.

III. Um sinônimo possível para a palavra seria “embaraço”.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2671045 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que apresenta palavra que NÃO poderia substituir o vocábulo “perplexidade” (l. 14) por alterar de forma significativa o sentido original do texto.

Alternativas
Q2671044 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o emprego do acento indicativo de crase, assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas das linhas 31, 35 e 37.

Alternativas
Q2671043 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Leia a tirinha a seguir:


Imagem associada para resolução da questão


Fonte: https://kikacastro.com.br/2017/05/08/crianca-nao-namora/


Analise as assertivas a seguir sobre a tirinha e o texto apresentado anteriormente e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.


( ) Pode-se dizer que tanto o menino do texto de Veríssimo quanto Armandinho apresentam-se interessados pelos relacionamentos amorosos desde cedo.

( ) O menino do texto teve uma atitude audaciosa movido pela paixão infantil, ao passo que Armandinho mostra-se distante desses interesses.

( ) Tanto Armandinho quanto o menino do texto de Veríssimo percebem que há alguém interessado neles, a senhora que conversa com Armandinho e a menina da escola do garoto do texto, respectivamente.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2671042 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando o exposto pelo texto, analise as assertivas a seguir:


I. Segundo o autor, a estratégia do aviãozinho não faz sentido, pois bebês não fazem ideia do que seja um avião.

II. O autor se lembra de ter sempre sentido um medo terrível de ver sua cabeça separada do corpo.

III. O autor entregou a pulseira para uma menina que hoje é famosa e que usa a bijuteria como seu amuleto da sorte.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2671011 Português

Instrução: As questões de números 01 a 10 referem-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados nas questões.


Aviãozinho


Por Luís Fernando Verissimo


  1. A estratégia do falso aviãozinho que todas as mães do mundo ― literalmente: todas ―
  2. usam para convencer o bebê a comer sua papinha e é tão antiga quanto o próprio avião, não
  3. tem nenhuma lógica. Para começar, é pouco provável que um bebê na idade de comer papinha
  4. sequer saiba o que é um avião. A mãe fazer o ruído do motor enquanto aproxima o
  5. pseudoaviãozinho da sua boca não ajuda em nada, o bebê também não sabe como é barulho de
  6. avião. Para ele, aquilo é apenas outro barulho de mãe.
  7. Em segundo lugar, não há qualquer razão para um bebê aceitar papinha de um avião que
  8. não aceitaria de uma colher. No seu universo, avião e colher é a mesma coisa. Navio e colher é
  9. a mesma coisa. Se o bebê, por um fenômeno de precocidade, se desse conta do surrealismo da
  10. cena ― "Abre a boquinha que lá vai o aviãozinho"?! ― isso seria mais causa para espanto do
  11. que para abrir a boca. Quem quer comer papinha com um avião se aproximando da sua boca,
  12. fazendo barulho?
  13. Pensando bem, nossa infância era cheia de surrealismo inconsciente, de ameaças e
  14. sentenças que só não nos paralisavam de medo ou perplexidade porque não pensávamos muito
  15. a respeito. Não me lembro de ficar muito impressionado com a informação de que eu só não
  16. perdia a cabeça porque ela estava presa no corpo, por exemplo. Hoje, sim, penso naquela terrível
  17. possível consequência da minha distração ir embora e deixar a cabeça em algum lugar! Ou,
  18. já que o cérebro estava na cabeça, pelo menos a maior parte, me dar conta de que meu corpo
  19. tinha me esquecido. Sem poder gritar, sem poder sequer assoviar, já que os pulmões tinham ido
  20. junto. Uma cabeça abandonada no mundo, incapaz de sequer se alimentar.
  21. A não ser, claro, que um aviãozinho surgisse, misteriosamente, do passado, carregado
  22. de papinha, para me salvar. Pulseira dourada Mais lembranças inúteis. Tinha eu meus 7 anos...
  23. Se você quiser parar por aqui, tudo bem. Não, não, nenhum constrangimento. Vá ler o resto do
  24. jornal, aqui você só estaria perdendo tempo. O que é isso? Eu entendo. Numa boa. Eu mesmo
  25. só fico porque preciso botar o ponto final. Mas tinha eu meus 7 anos e morávamos em Los
  26. Angeles. Meu pai lecionava na UCLA, eu e minha irmã frequentávamos uma escola perto de casa.
  27. E me apaixonei por uma menina da escola. Uma daquelas paixões dos 7 anos, terrível e, no meu
  28. caso, secreta e silenciosa. Os donos da casa que alugávamos tinham deixado uma bijuteria mal
  29. escondida atrás de uns livros, numa prateleira da sala. Uma pulseira dourada dentro de uma
  30. caixa. Um dia, tomei a decisão. Meu amor justificava tudo, até o crime. Peguei a pulseira e a
  31. levei, escondida, para a escola. Na saída, entreguei a caixa para ___ menina ― e saí correndo.
  32. Em casa nunca deram falta da pulseira. A menina nunca disse nada sobre o presente. Eu,
  33. obviamente, nunca mencionei o fato para ninguém, muito menos para a menina ― com quem,
  34. aliás, nunca troquei nem um tímido "hello". A história termina aqui. Eu avisei que você ia perder
  35. tempo. Mas ___ vezes penso naquela pulseira e imagino coisas. Chegar, um dia, nos Estados
  36. Unidos e alguém da imigração americana consultar um computador e dizer "Há a questão de
  37. certa pulseira dourada na Califórnia, Mr. Verissimo...". Estar assistindo ___ entrevista de alguma
  38. atriz famosa na TV e ela contar que um dia, quando tinha 7 anos, um garoto estranho lhe
  39. entregara uma pulseira e saíra correndo, e mostrar a pulseira dourada, que lhe dera sorte, que
  40. era responsável pelo seu sucesso, e que ela nunca pudera agradecer... Pelo menos minha vida
  41. de crimes acabou ali. Post scriptum tipo nada a ver com nada. Muitos anos depois visitei o bairro
  42. em que morávamos em Los Angeles e fui procurar a escola, palco do meu gesto tresloucado.
  43. Tinha sido destruída por um terremoto.


(Disponível em: Cultura Genial – https://www.culturagenial.com/cronicas-engracadas-de-luis-fernando-verissimo-comentadas/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Assinale a alternativa que NÃO indica uma informação verdadeira de acordo com Luís Fernando Veríssimo em seu texto “Aviãozinho”.

Alternativas
Q2670415 Enfermagem

Na posição ___________________ o paciente fica deitado de costas, com a cabeça em nível mais baixo que o resto do corpo, usada na prevenção de choque hipovolêmico. A posição ____________________ é usada para exame no reto, vagina e exercícios pós-parto. O paciente fica ajoelhado sobre a cama com os joelhos afastados, as pernas estendidas e o peito apoiado sobre a cama. A cabeça fica lateralizada, apoiada sobre os braços.


Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do trecho acima.

Alternativas
Q2670414 Enfermagem

O pericárdio consiste em um saco fibrosseroso que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos. A pericardite é caracterizada pela inflamação das membranas do pericardiário, acompanhada de dor precordial. A respeito da pericardite, analise as assertivas abaixo:


I. A incidência da pericardite pode variar, porém, a forma idiopática vem sendo a mais frequente causa da inflamação.

II. Considerado uma das principais complicações da pericardite crônica, o derrame pericárdico é caracterizado pelo excesso de líquido no espaço pericárdico.

III. A pericardite tem como sintoma: dor torácica, que pode ser localizada abaixo da clavícula, no pescoço ou na região do trapézio.


Quais estão corretas?

Alternativas
Q2670413 Enfermagem

As doenças cardiovasculares causam alterações que levam a população mundial a altos índices de mortalidade e morbidade. Nesse contexto, a atuação do profissional de enfermagem é importante na prevenção destes agravos. Os principais fatores de risco envolvidos na doença cardiovasculares são, EXCETO:

Alternativas
Q2670412 Enfermagem

Conforme a Portaria do Ministério da Saúde, nº 2.436/2017, são diretrizes do SUS e da RAS a serem operacionalizados na Atenção Básica, EXCETO:

Alternativas
Q2670411 Enfermagem

A tríplice viral compreende o calendário vacinal contra sarampo, caxumba e rubéola. Em relação à essa vacina, analise as assertivas abaixo e assinale V, se verdadeiras, ou F, se falsas.


( ) A dose administrada é de 0,5 ml, via subcutânea.

( ) Trabalhadores da saúde, independentemente da idade, devem receber 2 (duas) doses de tríplice viral, conforme situação vacinal encontrada, observando o intervalo mínimo de 30 dias entre as doses.

( ) Essa vacina pode ser administrada simultaneamente com as demais do calendário de vacinação, exceto a vacina contra a febre amarela, em crianças menores de 2 (dois) anos de idade.

( ) A vacina tríplice viral é contraindicada para gestantes e crianças abaixo dos 6 (seis) meses de idade, mesmo em situações de surto de sarampo ou rubéola.

( ) Mulheres em idade fértil devem evitar a gravidez até pelo menos 2 (dois) meses após a vacinação.


A ordem correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:

Alternativas
Q2670410 Enfermagem

Acidente causado pela inoculação de toxinas, por intermédio do aparelho inoculador (quelíceras) das aranhas, podendo determinar alterações locais e sistêmicas. Assinale a alternativa que corresponde à manifestação sistêmica do gênero Loxosceles.

Alternativas
Q2670409 Enfermagem

Os acidentes por serpentes peçonhentas de importância médica no Brasil são divididos em alguns grupos. São eles, EXCETO:

Alternativas
Q2670408 Enfermagem

Conforme a Lei nº 7.498/1986, o técnico de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente, EXCETO:

Alternativas
Q2670406 Enfermagem

Paciente, 55 anos, vai ao Pronto Atendimento (PA) com uma prescrição médica para a administração de Metilprednisolona 25 mg endovenosa, mas o fármaco disponível na farmácia do PA a ser administrado é Metilprednisolona 125 mg/2 ml. Quantos ml deverá ser administrado no paciente para que a prescrição seja cumprida?

Alternativas
Q2670404 Matemática

Janete é fiscal da prefeitura e faz visitas residenciais para procurar focos do mosquito da dengue. Ela visita 18 casas a cada dois dias. Considerando que Janete trabalhará 24 dias esse mês e que ela manterá a mesma quantidade de casas por dia, quantas residências ela visitará ao final do período trabalhado no mês?

Alternativas
Q2670402 Matemática

Sandra encomendou duas pizzas para dividir com seus dois filhos, Ana e Marcelo. Sandra comeu 1/3 da primeira pizza, Ana comeu 3/5 da segunda pizza e Marcelo comeu 2/6 da primeira pizza. A quantidade total de pizza que sobrou foi de:

Alternativas
Respostas
4941: C
4942: B
4943: A
4944: D
4945: D
4946: C
4947: E
4948: A
4949: B
4950: A
4951: C
4952: B
4953: B
4954: D
4955: E
4956: A
4957: D
4958: B
4959: B
4960: A