Questões de Concurso Para pesquisador-tecnologista - articulação internacional

A mais conclusiva interpretação dos processos de ampliação do comércio intra-regional na América do Sul deriva do fato de que eles brotaram e se desenvolveram apenas pela movimentação dirigida por agentes político-diplomáticos.

Uma das mais importantes ilações que podem ser extraídas dos processos de integração econômica e da formação de blocos é que eles nasceram, cresceram e se desenvolveram apenas por vontade de atores econômicos.

Novas potências econômicas e comerciais, mais cedo ou mais tarde, na história das relações internacionais, reivindicam ampliação de sua presença nos espaços de poder estratégicos globais.

A internacionalização das economias de países emergentes, como a China e a Índia, vem modificando parte dos tradicionais fluxos de comércio entre as economias centrais e criando áreas de movimentação inéditas entre países do centro do capitalismo e grandes economias do Hemisfério Sul.

As assimetrias do comércio internacional são naturalmente corrigidas pela força da mão invisível e pela movimentação natural dos fatores econômicos.

A Conferência da OMC realizada em Cancun, em 2003, evidenciou forte mobilização diplomática no sentido da constituição de estruturas negociais mais duradouras que contenham liberalização comercial de mão única.

Embora política exterior e política de comércio exterior não sejam necessariamente iguais, uma não subsiste sem a outra na globalização contemporânea.

Os sentidos de universalidade e de imparcialidade que presidem os princípios e práticas da ONU serviram às barganhas e mobilizações diplomáticas do Brasil, um país não central ao equilíbrio de poder global na Guerra Fria e mesmo nos dias atuais.

A recusa à mobilização das forças armadas brasileiras para operações da ONU é um traço próprio das políticas externa e de segurança do Brasil.

A política externa do Brasil vem demonstrando indiferença em relação às reformas iniciadas pela Secretaria Geral da ONU no sentido da reforma e da modernização de alguns de seus órgãos.

A autoridade política da ONU levou o Brasil a defender a idéia de que essa instituição pudesse ter braços armados próprios.

O Brasil, nos mais de sessenta anos da ONU, explorou a relevância da autoridade política da ONU, ao propor resoluções e agir no sentido de contribuir para a construção da ordem internacional.

A cláusula democrática, regra assumida pelo MERCOSUL, jamais foi invocada na prática.

O Tratado de Assunção e os Protocolos de Ouro Preto foram instrumentos jurídicos que, embora não tenham sido cumpridos em todos os aspectos, deram certa previsibilidade e confiança aos negociadores e operadores diplomáticos e econômicos da integração sub-regional.

A diplomacia do átomo, que levou à cooperação entre a Argentina e o Brasil nos fins das ditaduras militares nesses países, foi um capítulo especial para a formação e o desenvolvimento do ambiente de cooperação no campo da integração que fez nascer o MERCOSUL.

A involução do comércio intra-MERCOSUL foi capturada pelas estatísticas relativas ao comércio exterior dos países dessa sub-região.

Caso seja subestimado, o capital de interação societária e intelectual é aspecto que pode levar ao equívoco de que o MERCOSUL não teria penetrado nos tecidos sociais da região.

A Europa, fonte importante para a busca de insumos para o desenvolvimento nacional, desde o período Vargas, permitiu e permite equilibrar as relações externas do Brasil com os EUA, especialmente no capítulo da diversificação de parcerias econômicas.

No sistema interamericano, o Brasil atuou, nas últimas décadas, e continua a atuar, nos dias de hoje, quase sempre em favor da busca do desenvolvimento de certa capacidade decisória própria do Brasil e do seu entorno sul e latinoamericano em relação aos desígnios de Washington.

Os militares, ao assumirem o comando do Estado nacional, alteraram radicalmente os caminhos trilhados pela política externa desenvolvimentista empreendida por Vargas.