Questões de Concurso Para supervisor pedagógico

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Q1007304 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

“A peruca se deslocou ligeiramente.”


O advérbio em destaque pode ser substituído, sem que se modifique o sentido da frase, por

Alternativas
Q1007303 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

O período que contém uma oração subordinada adverbial consecutiva é
Alternativas
Q1007301 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

“— Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar.”


Nesse trecho, há construções em desacordo com a norma-padrão no que diz respeito à

Alternativas
Q1007300 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

“Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre.”


Nesse fragmento, verificam-se duas marcas da função da linguagem denominada

Alternativas
Q1007299 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

A figura de linguagem denominada prosopopeia aparece no trecho
Alternativas
Q1007298 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

O gênero textual em que se enquadra o texto pertence ao domínio discursivo
Alternativas
Q1007297 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

A sequência textual predominantemente descritiva é
Alternativas
Q1007296 Português

                                         As formigas


      Quando minha prima e eu descemos do táxi, já era quase noite. Ficamos imóveis diante do velho sobrado de janelas ovaladas, iguais a dois olhos tristes, um deles vazado por uma pedrada. Descansei a mala no chão e apertei o braço da prima.

      — É sinistro.

      Ela me impeliu na direção da porta. Tínhamos outra escolha? Nenhuma pensão nas redondezas oferecia um preço melhor a duas pobres estudantes com liberdade de usar o fogareiro no quarto, a dona nos avisara por telefone que podíamos fazer refeições ligeiras com a condição de não provocar incêndio. Subimos a escada velhíssima, cheirando a creolina.

      — Pelo menos não vi sinal de barata — disse minha prima.

      A dona era uma velha balofa, de peruca mais negra do que a asa da graúna. Vestia um desbotado pijama de seda japonesa e tinha as unhas aduncas recobertas por uma crosta de esmalte vermelho-escuro, descascado nas pontas encardidas. Acendeu um charutinho. — É você que estuda medicina? — perguntou soprando a fumaça na minha direção.

      — Estudo direito. Medicina é ela.

      A mulher nos examinou com indiferença. Devia estar pensando em outra coisa quando soltou uma baforada tão densa que precisei desviar a cara. A saleta era escura, atulhada de móveis velhos, desparelhados. No sofá de palhinha furada no assento, duas almofadas que pareciam ter sido feitas com os restos de um antigo vestido, os bordados salpicados de vidrilho.

      Vou mostrar o quarto, fica no sótão — disse ela em meio a um acesso de tosse. Fez um sinal para que a seguíssemos. 

      — O inquilino antes de vocês também estudava medicina, tinha um caixotinho de ossos que esqueceu aqui, estava sempre mexendo neles.

      Minha prima voltou-se:

      — Um caixote de ossos?

      A mulher não respondeu, concentrada no esforço de subir a estreita escada de caracol que ia dar no quarto. Acendeu a luz. O quarto não podia ser menor, com o teto em declive tão acentuado que nesse trecho teríamos que entrar de gatinhas. Duas camas, dois armários e uma cadeira de palhinha pintada de dourado. No ângulo onde o teto quase se encontrava com o assoalho, estava um caixotinho coberto com um pedaço de plástico. Minha prima largou a mala e, pondo-se de joelhos, puxou o caixotinho pela alça de corda. Levantou o plástico. Parecia fascinada.

      — Mas que ossos tão miudinhos! São de criança?

      — Ele disse que eram de adulto. De um anão.

      — De um anão? é mesmo, a gente vê que já estão formados… Mas que maravilha, é raro a beça esqueleto de anão. E tão limpo, olha aí — admirou-se ela. Trouxe na ponta dos dedos um pequeno crânio de uma brancura de cal. — Tão perfeito, todos os dentinhos!

      — Eu ia jogar tudo no lixo, mas se você se interessa pode ficar com ele. O banheiro é aqui ao lado, só vocês é que vão usar, tenho o meu lá embaixo. Banho quente extra. Telefone também. Café das sete às nove, deixo a mesa posta na cozinha com a garrafa térmica, fechem bem a garrafa recomendou coçando a cabeça. A peruca se deslocou ligeiramente. Soltou uma baforada final: — Não deixem a porta aberta senão meu gato foge.

      Ficamos nos olhando e rindo enquanto ouvíamos o barulho dos seus chinelos de salto na escada. E a tosse encatarrada.

      Esvaziei a mala, dependurei a blusa amarrotada num cabide que enfiei num vão da veneziana, prendi na parede, com durex, uma gravura de Grassmann e sentei meu urso de pelúcia em cima do travesseiro. Fiquei vendo minha prima subir na cadeira, desatarraxar a lâmpada fraquíssima que pendia de um fio solitário no meio do teto e no lugar atarraxar uma lâmpada de duzentas velas que tirou da sacola. O quarto ficou mais alegre. Em compensação, agora a gente podia ver que a roupa de cama não era tão alva assim, alva era a pequena tíbia que ela tirou de dentro do caixotinho. Examinou-a. Tirou uma vértebra e olhou pelo buraco tão reduzido como o aro de um anel. Guardou-as com a delicadeza com que se amontoam ovos numa caixa.

      — Um anão. Raríssimo, entende? E acho que não falta nenhum ossinho, vou trazer as ligaduras, quero ver se no fim da semana começo a montar ele.

      Abrimos uma lata de sardinha que comemos com pão, minha prima tinha sempre alguma lata escondida, costumava estudar até de madrugada e depois fazia sua ceia. Quando acabou o pão, abriu um pacote de bolacha Maria.

      — De onde vem esse cheiro? — perguntei farejando. Fui até o caixotinho, voltei, cheirei o assoalho. — Você não está sentindo um cheiro meio ardido?

      — É de bolor. A casa inteira cheira assim — ela disse. E puxou o caixotinho para debaixo da cama.

      No sonho, um anão louro de colete xadrez e cabelo repartido no meio entrou no quarto fumando charuto. Sentou-se na cama da minha prima, cruzou as perninhas e ali ficou muito sério, vendo-a dormir. Eu quis gritar, tem um anão no quarto! mas acordei antes. A luz estava acesa. Ajoelhada no chão, ainda vestida, minha prima olhava fixamente algum ponto do assoalho.

      — Que é que você está fazendo aí? — perguntei.

      — Essas formigas. Apareceram de repente, já enturmadas. Tão decididas, está vendo?

      Levantei e dei com as formigas pequenas e ruivas que entravam em trilha espessa pela fresta debaixo da porta, atravessavam o quarto, subiam pela parede do caixotinho de ossos e desembocavam lá dentro, disciplinadas como um exército em marcha exemplar.

      — São milhares, nunca vi tanta formiga assim. E não tem trilha de volta, só de ida — estranhei.

      — Só de ida.

      Contei-lhe meu pesadelo com o anão sentado em sua cama.

      — Está debaixo dela — disse minha prima e puxou para fora o caixotinho. Levantou o plástico.

      — Preto de formiga. Me dá o vidro de álcool.

      — Deve ter sobrado alguma coisa aí nesses ossos e elas descobriram, formiga descobre tudo. Se eu fosse você, levava isso lá pra fora.

      — Mas os ossos estão completamente limpos, eu já disse. Não ficou nem um fiapo de cartilagem, limpíssimos. Queria saber o que essas bandidas vêm fuçar aqui.

      Respingou fartamente o álcool em todo o caixote. Em seguida, calçou os sapatos e como uma equilibrista andando no fio de arame, foi pisando firme, um pé diante do outro na trilha de formigas. Foi e voltou duas vezes. Apagou o cigarro. Puxou a cadeira. E ficou olhando dentro do caixotinho.

      — Esquisito. Muito esquisito.

      — O quê?

      — Me lembro que botei o crânio em cima da pilha, me lembro que até calcei ele com as omoplatas para não rolar. E agora ele está aí no chão do caixote, com uma omoplata de cada lado. Por acaso você mexeu aqui?

      — Deus me livre, tenho nojo de osso. Ainda mais de anão.

      Ela cobriu o caixotinho com o plástico, empurrou-o com o pé e levou o fogareiro para a mesa, era a hora do seu chá. No chão, a trilha de formigas mortas era agora uma fita escura que encolheu. Uma formiguinha que escapou da matança passou perto do meu pé, já ia esmagá-la quando vi que levava as mãos à cabeça, como uma pessoa desesperada. Deixei-a sumir numa fresta do assoalho.

      [...]

TELLES, Lygia Fagundes. In: STEEN, Edla van. O conto da mulher brasileira. 3 ed. São Paulo: Global, 2007. p. 91-94. Fragmento.

Todas as afirmações a seguir sintetizam informações presentes na narrativa, EXCETO
Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991843 Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais

Analise o caso hipotético a seguir.


Aprovado em um concurso público, Pedro encontra-se em estágio probatório na administração pública do Poder Executivo do município de Ervália.


Considerando o que dispõe o estatuto do servidor público do referido município, assinale a alternativa incorreta.

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991842 Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais

Considere as seguintes afirmativas sobre o Poder Legislativo do município de Ervália.


I. Os vereadores são eleitos pelo sistema proporcional como representantes do povo.

II. Cada Legislatura terá a duração de quatro anos, compreendendo oito sessões legislativas ordinárias.

III. Os vereadores são invioláveis no exercício do mandato e na circunscrição do estado de Minas Gerais por suas opiniões, palavras e votos.


Segundo o que prevê a Lei Orgânica do município de Ervália, está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s) do(s) item(ns)

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991841 Direito Administrativo

Analise o caso hipotético a seguir.


Servidor público ocupante de um determinado cargo em comissão da administração pública do Poder Executivo do município de Ervália, Antônio é nomeado para ter exercício interinamente em outro cargo em comissão na mesma esfera administrativa.


A partir da análise da hipótese, é correto afirmar:

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991840 Direito Administrativo

Um servidor público da administração pública do município de Ervália é colocado em disponibilidade.


Na hipótese, é correto afirmar que o servidor

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991839 Legislação dos Municípios do Estado de Minas Gerais

Analise as condutas a seguir.


I. Recusar fé aos documentos públicos.

II. Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre eles.

III. Instituir tributos sobre a propriedade predial e territorial urbana.


Segundo o que estabelece a Lei Orgânica do município de Ervália, é(são) vedada(s) ao município a(s) conduta(s)

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Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991838 Atualidades

“Em certa medida, a CASA DA CULTURA é o primeiro museu de Ervália. [...].”

FREITAS, Humberto Barbosa. A CASA DA CULTURA DE ERVÁLIA. Disponível em:< http://www.ervalia.mg.gov. br/Especifico_Cliente/18133306000181/Arquivos/files/ HIST%D3RICO_DE_ERV%C1LIA.pdf>. Acesso 15/04/2018


Nesse trecho, Humberto Barbosa de Freitas, ao atribuir à Casa de Cultura também o papel de museu, se aproximou da maneira de entendimento e apropriação dos museus na atualidade. Sendo assim, para o autor, a Casa de Cultura como o primeiro museu de Ervália é um lugar

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Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991837 Atualidades

De acordo com o Ranking Nacional da Transparência, divulgado pelo Ministério Público Federal em junho de 2016, “sete municípios da Zona da Mata figuram entre os 50 melhor avaliados” no estado de Minas Gerais, estando Ervália em 23º lugar.

Disponível em: <http://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2016/06/zona-da-mata-tem-sete-cidades-entre50-mais-transparentes-de-mg.html>  . Acesso em: 16 jun. 2018 (Adaptação).


De acordo com o Ministério Público Federal, transparência significa

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Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991836 Conhecimentos Gerais

Analise os trechos a seguir.


“Verificamos que 123 municípios mais violentos do país concentram 50% dos homicídios brasileiros. E, como é muito difícil mudar o Brasil de uma hora para outra, isso indica que, a despeito de uma política universal é preciso pensar em ações territoriais nessas cidades. [...] Ou seja, concentrando as atenções nessas comunidades, podemos mudar seu quadro e do país.”

Cidades mais pacíficas têm menos pobreza e desemprego. In: O Tempo. 16 de junho de 2016. p. 16.


“O relatório (Atlas da Violência 2018: Retrato dos Municípios – IPEA) mostra que as dez cidades com maiores taxas de assassinatos no Brasil têm nove vezes mais pessoas na extrema pobreza do que as cidades menos violentas. Nas cidades com menos mortes, 6,2% das crianças são pobres, percentual que sobe para 25,3% nas cidades mais violentas. Onde há paz, apenas 0,5% mora em domicílios sem água encanada nem esgoto adequados; onde há violência, são 5,9%.”

Cidades mais pacíficas têm menos pobreza e desemprego. In: O Tempo. 16 de junho de 2016. p. 16.


De acordo com os dois trechos da reportagem, um possível encaminhamento com vistas à redução de assassinatos no Brasil seria

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Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991835 História e Geografia de Estados e Municípios
O Conselho Municipal do Patrimônio Cultural do município de Ervália pode cancelar o tombamento de um bem cultural desde que aprovado por
Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991834 Atualidades

Analise os trechos a seguir.


“No Brasil, de acordo com os dados do Centro de Inteligência em Orgânicos, da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), a área plantada com orgânicos chega a 750 mil hectares. O país ocupa a 12ª posição entre os principais produtores e o quinto lugar entre os países emergentes, atrás do Uruguai e da Argentina [...]”

CARTA CAPITAL. Os frutos da Reforma Agrária. 20 de junho de 2018. p. 31.


“[...] Projeto de Lei nº. 6.299, de 2002, chamado ‘Pacote do Veneno’, [está] em discussão na comissão especial da Câmara dos Deputados [...] O colegiado que vai decidir se o texto segue para a votação em plenário é composto de 26 deputados, dos quais 20 fazem parte da bancada ruralista, ligados ao lobby da indústria de agrotóxicos. Além de pequenas firulas, como mudar a expressão ‘agrotóxico’ por ‘defensivos fitossanitários’, o projeto regulamenta o uso de novos venenos nocivos à saúde humana e ao meio ambiente [...]”

CARTA CAPITAL. Os frutos da Reforma Agrária. 20 de junho de 2018. p. 31.


Com relação à produção agrícola no Brasil, a leitura dos dois trechos permite prever que

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991833 Português

TEXTO III


[...]

Quando Sartre diz que “nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”, ele quer dizer, precisamente, que ao escolhermos algo, estamos optando por uma alternativa que, dentro das condições de existência nas quais estamos inseridos, seria a melhor opção e, por ser a melhor, todos também poderiam optar pela mesma. Assim, ao escolher algo, o homem cria um modelo de homem que outros podem seguir; daí a sua responsabilidade diante da humanidade.

O existencialismo de Sartre, ao contrário das filosofias contemplativas, caracteriza-se por ser uma doutrina de ação, colocando sempre o compromisso como fator indispensável para a existência humana, uma vez que, sem compromisso, não há projeto de ser e, sem projeto de ser, o homem torna-se incapaz de conferir qualquer sentido à existência. Se a intencionalidade é a característica fundamental da consciência, ser livre é engajar-se, comprometer-se e, enfim, responsabilizar-se.

[...]

Diante dessa constante tarefa de fazer-se, do desamparo, da falta de fundamentos prontos e da responsabilidade que carrega diante de si e da humanidade, a liberdade traz ao sujeito a angústia existencial, a qual emerge no momento da decisão. Angustia-se, pois não é capaz de alterar as condições de existência que se lhe apresentam, tendo de escolher, por vezes, entre o ruim e o pior e tendo de arcar com as consequências dessa escolha; mais que isso, também não é capaz de não realizar essa escolha; e por fim, tem a incontornável tarefa de buscar, em sua subjetividade imanente, ou seja, na sua pura liberdade, os princípios que regerão sua escolha; isto é, terá de estar diante de seu próprio nada; eis o princípio da angústia.

CAMINHA, Lucas. Colunas Tortas. Disponível em:<https://bit.ly/2Pq70oV> . Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento adaptado]. 

Releia o trecho a seguir.


“[...] ser livre é engajar-se, comprometer-se e, enfim, responsabilizar-se.”


A palavra destacada é, nesse contexto, um(a)

Alternativas
Ano: 2019 Banca: FUNDEP (Gestão de Concursos) Órgão: Prefeitura de Ervália - MG Provas: FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Advogado | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Enfermeiro | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Assistente Social | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Orientador Educacional | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Oficial de Gabinete | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Psicólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fisioterapeuta | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Ginecologista | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Psiquiatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Monitor de Educação Infantil - Creche | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Veterinário | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Pedagogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Química | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Física | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Língua Portuguesa | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Infantil | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Supervisor Pedagógico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Artes | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Matemática | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - História | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Inglês | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Educação Fundamental | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Prefeitura - Geografia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Professor - Ciências e Biologia | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Bioquímico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Clínico Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Farmacêutico | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Fonoaudiólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Pediatra | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Odontólogo | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Médico Cirurgião Geral | FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2019 - Prefeitura de Ervália - MG - Nutricionista |
Q991832 Português

TEXTO III


[...]

Quando Sartre diz que “nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos”, ele quer dizer, precisamente, que ao escolhermos algo, estamos optando por uma alternativa que, dentro das condições de existência nas quais estamos inseridos, seria a melhor opção e, por ser a melhor, todos também poderiam optar pela mesma. Assim, ao escolher algo, o homem cria um modelo de homem que outros podem seguir; daí a sua responsabilidade diante da humanidade.

O existencialismo de Sartre, ao contrário das filosofias contemplativas, caracteriza-se por ser uma doutrina de ação, colocando sempre o compromisso como fator indispensável para a existência humana, uma vez que, sem compromisso, não há projeto de ser e, sem projeto de ser, o homem torna-se incapaz de conferir qualquer sentido à existência. Se a intencionalidade é a característica fundamental da consciência, ser livre é engajar-se, comprometer-se e, enfim, responsabilizar-se.

[...]

Diante dessa constante tarefa de fazer-se, do desamparo, da falta de fundamentos prontos e da responsabilidade que carrega diante de si e da humanidade, a liberdade traz ao sujeito a angústia existencial, a qual emerge no momento da decisão. Angustia-se, pois não é capaz de alterar as condições de existência que se lhe apresentam, tendo de escolher, por vezes, entre o ruim e o pior e tendo de arcar com as consequências dessa escolha; mais que isso, também não é capaz de não realizar essa escolha; e por fim, tem a incontornável tarefa de buscar, em sua subjetividade imanente, ou seja, na sua pura liberdade, os princípios que regerão sua escolha; isto é, terá de estar diante de seu próprio nada; eis o princípio da angústia.

CAMINHA, Lucas. Colunas Tortas. Disponível em:<https://bit.ly/2Pq70oV> . Acesso em: 21 ago. 2018. [Fragmento adaptado]. 

As ideias entre colchetes estão presentes nos respectivos trechos, exceto em:
Alternativas
Respostas
781: A
782: C
783: B
784: A
785: D
786: A
787: B
788: D
789: D
790: A
791: D
792: C
793: B
794: C
795: D
796: A
797: D
798: A
799: B
800: B