Estudo analisa morte por câncer associada ____ exposição
laboral
Estudo elaborado pelo Ministério da Saúde indica que,
entre 1980 e 2019, mais de 3 milhões de pessoas morreram
no Brasil por até 18 tipos de câncer que podem ter sido
causados pela exposição ____ produtos, substâncias ou
misturas presentes em ambientes de trabalho.
Segundo o Atlas do Câncer Relacionado ao Trabalho no
Brasil, ao longo de 39 anos, o Sistema de Informações sobre
Mortalidade registrou 3.010.046 óbitos decorrentes desses
tipos de câncer. O resultado, segundo ____ equipe técnica,
poderia ser menor, caso mais ações tivessem sido feitas para
controlar ou eliminar a exposição dos trabalhadores ____
agentes cancerígenos.
Após uma primeira versão do atlas, publicada em 2018,
os pesquisadores voltaram a se debruçar sobre os registros
nacionais de câncer de bexiga, esôfago, estômago, fígado,
glândula tireoide, laringe, mama, mesotélio, nasofaringe,
ovário, próstata, rim e traqueia, brônquios e pulmões.
Também são analisados o sistema nervoso central e os casos
de leucemias, linfomas não Hodgkin, melanomas cutâneos e
mielomas múltiplos.
O objetivo do estudo é contribuir no planejamento e na
tomada de decisão nas ações de vigilância em saúde do
trabalhador.
Segundo ____ estimativas globais, em 2015, cerca de
30% dos trabalhadores vítimas de doenças associadas ao
trabalho morreram em consequência de um tipo de câncer
também relacionado ao trabalho. Do total de mortes em
consequência dos 18 tipos de câncer, a proporção de óbitos
foi 1,4 vezes maior entre os homens.
No caso do câncer de laringe, a diferença chegou a ser
sete vezes maior. Além disso, os óbitos relacionados a
apenas oito das 18 tipologias selecionadas (pulmão, mama,
próstata, estômago, esôfago, fígado, leucemia e sistema
nervoso central) representam mais de 80% de todos os
falecimentos.
O atlas apresenta uma análise do problema nas cinco
regiões brasileiras e informações sobre atividades
econômicas e situações de exposição. Há, ainda,
recomendações, como a importância da fiscalização dos
processos e atividades com potencial cancerígeno e a
urgência de estruturação de sistemas de informação e
monitoramento capazes de gerar dados sobre os efeitos dos
contaminantes ambientais na saúde humana.
“Quando falamos de câncer relacionado ao trabalho,
estamos falando de agentes químicos, físicos e biológicos
que podem ser eliminados e substituídos. No Brasil, isso
constitui um problema, porque convivemos com agentes
que já foram banidos em outros países”, disse a gerente da
Unidade Técnica de Exposição Ocupacional, Ambiental e
Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
(Fonte: Sul 21 - adaptado.)