Questões de Concurso
Sobre problemas da língua culta em português
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Foram 35 palavras paia Barack Hussein Obama. Para Chloe Washington, foi ( A ) 33 anos. Desde que se inscreveu como eleitora, aos 18 anos, a funcionária pública de Chicago se perguntava se viveria para ver transformadas ( B )em realidade as palavras do reverendo Martin Luther King Jr.: “Sonho que meus quatro filhos viverão um dia em um país no qual ( C ) não serão julgados pela cor da sua pele, mas por seu caráter”... Foi uma migração em massa que começou ainda de madrugada. As 6h em Washington, as ruas já haviam sido invadidas ( D ) por uma população em marcha lenta... As margens da Avenida Pensilvânia, por onde ( E ) passaria horas depois, se fez silêncio. (Rodrigo Lopes. Zero Hora, com adaptações)
Em outros pontos, áreas virgens viraram pequenas roças. Pela maneira como agem, os infratores parecem conhecer a lei de crimes ambientais, apesar de transgredí-la (A). A floresta é destruída aos poucos, um à (B) dois hectares por vez.
No entorno das áreas destruídas, a vegetação nativa é mantida, em (C) que dificulta a atuação dos fiscais se as blitze forem feitas por terra. [...]
A legislação ambiental proíbe o desmatamento em encostas porque (D), sem floresta, esses declives se tomam sucetíveis (E) a deslizamentos e erosão, explica Arlindo Butzke, professor e diretor do Centro de Ciências Agrológicas e Biológicas da UCS.
(Zero Hora, 04/02/2009, p. 9)
[...] A delegação do grupo extremista, que incluia (A) representantes da liderança em Gaza e no exílio sírio, reiterou (B) ainda o pedido de “total suspensão do bloqueio e da liberação dos postos de fronteira” na Faixa de Gaza, assim como a presença de monitores turcos e egípcios (C) na fronteira do território. [..] Na semana passada, a censura militar ordenou à (D) mídia em Israel que borrasse as imagens dos rostos de comandantes em fotos e vídeos da guerra em Gaza, pelo temor de que sejam (E) reconhecidos e presos em viagens ao exterior. (Zero Hora, 26/01/09,p. 22)
William dos Anjos
Tornei-me um tanto intolerante por conta de algo que me parece um bom motivo: estamos quase sempre empenhados em que somente as nossas idéias prevaleçam. Em quase todas as circunstâncias, o que vale mesmo é encontrar culpados para as coisas mais triviais. O importante é fazer de nossas “necessidadezinhas” os reclamos mais urgentes. A todo instante somos dedicados a comparar qualquer coisa que recebemos àquilo que é dado a outrem, só para ver se o outro não está levando alguma vantagem, ainda que seja na bola de sorvete que nos sirvam no parque de diversões.
Com o pretexto de agirmos com equilíbrio e justiça, pretendemos que tudo tenha a mesma medida, que seja uniformemente considerado, nesta terra de desiguais. E haja “Eu também quero”, “O dele tá maior que o meu”, “Só faço se for do meu jeito”. As gentilezas e os cuidados naturais e espontâneos perdem espaço para o intuito interesseiro, para o intento estúpido e a desfaçatez.
Nesse andamento personalista do desenvolvimento das nossas precaríssimas vidas, as amizades, os namoros e casamentos, as relações de trabalho, por exemplo, estão se tornando cada vez mais superficiais e tênues. Qualquer discordância, crítica ou comentário tornam-se suficiente e inevitavelmente avassaladores. Motivam atitudes de revide e reciprocidade equivocada e desmedida. Cobramos com juros escandalosos aquilo que nem era preciso pagar na mesma moeda.
Aliás, como achar a vida divertida e interessante, se há sempre alguém ávido por encontrar resposta satisfatória para a pergunta “E o que é que eu ganho com isso?” Queremos urgentemente ganhar seja lá o que for. Se não para usufruir; para acumular, encher os alforjes e pendurá-los como troféus da opulência à vista de vizinhos e desafetos. O que afinal conseguimos com isso? Apenas enfado, sonolência, modorra, sedentária e obesa expectativa de que os dias se sucedam.
Eis, pois, a razão para tamanha impaciência. Não dá para continuar assistindo pacientemente ao perecimento da virtude que se afigura na essência do homem. É urgente que se revolvam as suas entranhas para de lá retirar o que ainda haja de mais elementar e embrionariamente humano. É fundamental valorizarmos a capacidade de indignação diante da homogeneização da ignorância. É tempo de voltar ao primeiro amor.
Ao menos dois carros, que estavam no estacionamento, e uma casa da vizinhança foram atingidos. Não houve feridos.
O grupo levou armas, drogas e destruiu arquivos. Artefatos esplosivos foram detonados no interior do predio. Pouco antes, vizinhos contam, que ouviram o barulho de um carro saindo.
Na madrugada de ontem, uma caminhonete chegou a delegacia de investigações sobre entorpecentes, em Botucatú. Um grupo de oito homens sairam do veículo, arrombaram uma das portas e invadiram a delegacia.


Considerando aspectos linguísticos do texto Reparação duas
décadas depois, julgue os itens a seguir.
I – Caso a expressão “Diante desse quadro” (linha 6) fosse substituída por Dessa maneira, seria mantida a correção gramatical, mas seriam alterados os sentidos do texto.
II – Na linha 8, a expressão “considerando que” está empregada com o mesmo sentido de sendo assim.
III – No texto, as palavras “principalmente” (linha 5) e “somente” (linha 13) pertencem à mesma classe gramatical.
A quantidade de itens certos é igual a
I. Não durmo há cerca de três noites.
II. Estou em Belo Horizonte há seis meses.
III. Estamos há cerca de cinco horas de nosso destino.
IV. Daqui há pouco vai ser divulgado o resultado do exame.
As frases que apresentam CORRETAMENTE o emprego do verbo haver são
“Essa definição explica por que a felicidade é tão efêmera.”
Crime organizado e militarização
Apesar de todos os avanços ocorridos no estado de direito, o crescimento da violência e da criminalidade, ao lado do agravamento das já graves violações de direitos humanos no ano de 1994, conduziu as autoridades a uma militarização crescente do enfrentamento da violência. Os resultados bastante limitados, para dizer o mínimo, atingidos pela ocupação militar da cidade do Rio de Janeiro mostram claramente a ineficiência dessa abordagem. O equívoco não é apenas logístico, mas reside na concepção mesma da abordagem militarizada.
O estereótipo das sociedades modernas, em especial as cidades, como o lugar da violência faz crer que a violência urbana tenha aumentado de forma ininterrupta desde a formação das grandes cidades, mas isso não corresponde à realidade. Na realidade, o crescente monopólio da violência física e o autocontrole que os habitantes da cidade progressivamente se impuseram levaram a uma crescente “pacificação” do espaço urbano. Se os níveis de criminalidade forem tomados como um indicador de violência, fica claro que esta declinou desde meados do século XIX até meados do século XX: somente por volta dos anos 1960 a violência e o crime começam a aumentar, tornando-se o crime mais violento depois dos anos 1980.
Apesar da violência, do crime, das graves violações
de direitos humanos, não está em curso no Brasil uma “guerra
civil” que exige uma crescente militarização, com a
intervenção das forças armadas – como ocorreu na cidade do
Rio de Janeiro. A noção de guerra é equivocada por que os
conflitos ocorrem no interior da sociedade, onde seus
membros e grupos sociais – especialmente em sociedades
com má distribuição de renda – jamais cessam de viver em
situações antagônicas. É a democracia que permite à
sociedade conviver com o conflito, graças ao respeito das
regras do jogo definidas pela constitucionalidade e dos
direitos humanos, tanto direitos civis e políticos como sociais
e econômicos: o enfrentamento militarizado do crime
organizado não é compatível com a organização democrática
da sociedade. Nenhuma pacificação na sociedade é
completa. A matança pela polícia, a violência do crime, as
chacinas, os arrastões, a guerra do tráfico não são episódios
de uma guerra civil nem retorno ao estado de natureza. São
consequências de conflitos e políticas de Estado
permanentemente reproduzidas pelas relações de poder
numa sociedade autoritária ao extremo, por meio das
instituições e das desigualdades sociais.
(...)
Essa crítica às operações militares e ao equívoco, a
nosso ver, do governo federal e do governo do estado do Rio
de Janeiro em prolongar, com pequenas modificações, um
convênio de duvidosa legitimidade constitucional não visa
pregar a inação do governo federal, ou até mesmo das forças
armadas. É intolerável para o estado de direito e para a forma
democrática de governo que largas porções do território
nacional estejam controladas pelo crime organizado como em
várias favelas e bairros ou nas fronteiras dos estados. Mas é
inaceitável, na perspectiva de uma política de segurança sob
a democracia, uma delegação do governo civil às forças
armadas para um enfrentamento do crime que tem contornos
das antigas operações antiguerrilhas. De alguma forma essa
intervenção militar velada no estado do Rio de Janeiro confere
novas formas inquietantes da militarização das questões civis
da segurança pública, agravando a continuidade da influência
das forças armadas já presente na manutenção do
policiamento ostensivo por forças com estatuto de subsidiárias às forças armadas e pelo foro especial das
justiças militares estaduais. Ora, a formalidade estrita da
democracia requer que o governo civil exerça a plenitude de
seu poder na definição e no exercício da política de
segurança.
In: DIMENSTEIN, Gilberto. Democracia em pedaços – direitos humanos no
Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 31-34.
” Assinale a alternativa que NÃO apresenta correção em relação à norma culta devido ao erro no emprego da preposição.
________ algumas horas que a ________ dos móveis da viúva ocorrera. Então, organizaram uma ________ para decidir em que ________ do prédio eles seriam guardados até que os diretores dos orfanatos viessem retirá-los.
As palavras que completam a primeira, a segunda, a terceira e a quarta lacunas são, respectivamente:
Não sei por que você não me alivia a dor. Todo dia a senhora levanta a persiana com bruteza e joga sol no meu rosto. Não sei que graça pode achar nos meus esgares, é uma pontada cada vez que respiro. Às vezes aspiro fundo e encho os pulmões de um ar insuportável, para ter alguns segundos de conforto, expelindo a dor. Mas bem antes da doença e da velhice, talvez minha vida já fosse um pouco assim, uma dorzinha chata a me espetar o tempo todo e de repente uma lambada atroz. E qualquer coisa que eu recorde agora, vai doer, a memória é uma vasta ferida.
[...]
Eu próprio poderia arcar com viagem e tratamento no estrangeiro, se o seu marido não me tivesse arruinado. Poderia me estabelecer no estrangeiro, passar o resto dos meus dias em Paris. Se me desse na veneta, poderia morrer na mesma cama do Ritz onde dormi quando menino. Porque nas férias de verão o seu avô, meu pai, sempre me levava à Europa de vapor. Mais tarde, cada vez que eu via um deles ao largo, na rota da Argentina, chamava sua mãe e apontava: lá vai Arlanza!, o Cap Polonio!, o Lutétia!, enchia a boca para contar como era um transatlântico por dentro. Sua mãe nunca tinha visto um navio de perto, depois de casada ela mal saía de Copacabana. E quando lhe anunciei que iríamos em breve ao cais do porto, para receber o engenheiro francês, ela se fez de rogada. Porque você era recém-nascida, e ela não podia largar a criança e coisa e tal, mas logo tomou o bonde para cidade e cortou os cabelos à la garçonne.
[...]
E quando vi sua mãe naquele estado, falei, você não vai. Por quê, ela perguntou com voz fina, e não lhe dei satisfação, peguei meu chapéu e saí. Nem parei para pensar de onde vinha a minha raiva repentina, só senti que era alaranjada a raiva cega que tive da alegria dela. E vou deixar de falação porque a dor só faz piorar.
(Fonte: BUARQUE, Chico. Leite derramado. São
Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 10-12)
(1) Porque nas férias de verão o seu avô, meu pai, sempre me levava à Europa de vapor.
(2) Porque você era recém-nascida [...].
(3) Por quê, ela perguntou com voz fina, e não lhe dei satisfação [...].
Comparando-as, percebe-se que: