Questões de Concurso
Sobre morfologia - pronomes em português
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“Viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A Lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua coma de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
Ela saltou em meio da roda, com os braços na cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita, como numa sofreguidão de gozo carnal, num requebrado luxurioso que a punha ofegante; já correndo de barriga empinada; já recuando de braços estendidos, a tremer toda, como se se fosse afundando num prazer grosso que nem azeite, em que se não toma pé e nunca se encontra fundo. Depois, como se voltasse à vida, soltava um gemido prolongado, estalando os dedos no ar e vergando as pernas, descendo, subindo, sem nunca parar com os quadris, e em seguida sapateava, miúdo e cerrado, freneticamente, erguendo e abaixando os braços, que dobrava, ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a carne lhe fervia toda, fibra por fibra, tirilando.”
O cortiço, Aluísio de Azevedo.
O trecho em questão apresenta um desvio da norma-padrão da língua portuguesa, corretamente identificado em
A comunicação animal
“Como hoje frequentemente se afirma que a linguagem é exclusiva do homem, é atividade puramente humana e o elemento que o distingue dos seres inferiores pois o homem pode ser definido como um animal que fala, não seria demais fazermos algumas rápidas considerações sobre a comunicação animal por meio de gritos, justamente para contrapô-la à linguagem humana.
Em primeiro lugar, não será necessário levar em conta que certos animais (alguns tipos de macacos e aves) são capazes de reproduzir palavras ouvidas ou outros sons como também são capazes de entender certas ordens. Convenhamos que, nesta “aprendizagem”, não há nenhuma operação mental que permita aos “aprendizes” reter o conceito dos conjuntos sonoros emitidos. Não nos consta que dois papagaios conversem entre si em linguagem humana aprendida. (...)
Embora certos gritos, pios e cantos correspondam a estados gerais de alegria, espanto, dor ou apetite e possam ser quase traduzidos em linguagem humana (como no português, por exemplo, onde há verbos especiais para traduzir os diversos gritos do cão – ladrar, uivar, ganir), os animais não emitem frases nem fazem variar seus gritos como nós o fazemos com nossas palavras, que podem ser substituídas no enunciado comunicativo. (...)
Por isso, o grito animal é instintivo e não aprendido, não está sujeito a transformações como a linguagem humana. Que é instintivo, facilmente se observa. Isolando-se um gatinho do convívio de seus semelhantes, fatalmente ele acabaria miando. E o homem não nasce falando. Que não se transforma também é fácil verificar. O ladrar do cão teria sido, em eras remotas, diferente do que é hoje?”
(BORBA, Francisco da Silva. Op. Cit., p. 40-1.)
Leia as afirmativas a seguir:
I. Usam-se os pronomes esse, esses, essa, essas e isso para indicar um momento presente mencionado anteriormente, não muito longínquo. Por exemplo: Nesse ano, conheci meu atual namorado.
II. Usam-se os pronomes este, estes, esta, estas e isto para indicar o tempo presente ou futuro bem distante em relação ao momento do discurso. Pode ser a hora, o dia, o mês ou mesmo o ano e a estação em que ocorre o discurso. Por exemplo: "Este ano passou muito rápido".
Marque a alternativa CORRETA:
Leia as afirmativas a seguir:
I. Pronomes são palavras que expressam qualidades ou características dos seres.
II. O vocábulo variável é aquele que não se submete aos processos de flexão. O vocábulo invariável, por outro lado, é aquele que se submete aos processos de flexão nominal e verbal.
Marque a alternativa CORRETA:
Leia as afirmativas a seguir:
I. A vogal temática ocorre depois do radical e antes das desinências. Essa vogal é sempre átona nos nomes e tônica nos verbos, quando no infinitivo.
II. Os pronomes são palavras que substituem os substantivos ou os determinam, indicando a pessoa do discurso.
Marque a alternativa CORRETA:
Quanto ao texto e a seus aspectos linguísticos, julgue o item.
Em “melhorando‐os ou piorando‐os” (linha 5), o pronome “os”, nas duas ocorrências, retoma, por coesão, “Prognósticos e
previsões” (linha 4).
A fotografia está morrendo?
De tempos em tempos temos algum artigo apocalíptico dizendo que algo está morrendo, ou simplesmente vai acabar. Até hoje estamos esperando a morte do rádio ou o fim do papel. Mas, alguns destes artigos nos trazem coisas para pensarmos. É o caso do texto intitulado “The Death of Photography: are camera phones destroying an artform?” (Em português: “A morte da fotografia: as câmeras de celular estão destruindo uma forma de arte?”) publicado no The Guardian por Stuart Jeffries em 13 de dezembro. Ele parte de uma pergunta simples: estaria a massificação da fotografia destruindo a arte? Pergunta complicada. Em vez de expressar unicamente sua opinião, o jornalista procurou alguns grandes fotógrafos e os fez pensar sobre o assunto.
O primeiro a ser questionado foi Antonio Olmos, fotógrafo mexicano que vive em Londres. Segundo ele, nunca houve tantas fotografias tiradas no mundo, mas ao mesmo tempo a fotografia está morrendo. Para o fotógrafo isso se deve justamente pela massificação. Para falar a verdade, a reportagem toda foi motivada por dois acontecimentos da semana passada. O primeiro foi flagrante do autorretrato em que participou o Presidente dos Estados Unidos Barack Obama na cerimônia em memória a Nelson Mandela. Segundo a reportagem ela mostra toda a natureza narcisista que cerca a nova fotografia executada com celulares. O segundo fato foi a divulgação de uma pesquisa feita por psicólogos onde foi demonstrado que o atual comportamento que nos leva a fotografar tudo o que vemos tem por consequência o fato de não vivermos intensamente o momento, levando a sua não assimilação total dos fatos. Ou seja, quanto mais você fotografa o seu cotidiano, menos capacidade de se lembrar dele você tem.
É nesse segundo ponto que Olmos bate mais forte: “As pessoas que tomam fotografias de sua comida em um restaurante em vez de comê-la. As pessoas que tomam fotografias da Mona Lisa, em vez de olhar para ela. Acho que o iPhone está levando as pessoas para longe de suas experiências.” O argumento do fotógrafo também passa pela história do surgimento da fotografia, na qual os pintores perderam o filão de retratos de família para os fotógrafos. Agora, os profissionais estão perdendo o seu espaço para as fotografias feitas pelo cidadão comum. Entendo o argumento do fotógrafo, mas sinto aqui também um pouco de amargura. Sabemos que o ramo do fotojornalismo, a área de Olmos, está em crise. Antigamente era necessário enviar um profissional para uma zona de conflito. Hoje é possível encontrar diversas fotos desses conflitos feitas por quem está vivendo o acontecimento. Imagens feitas com celulares e postadas em redes sociais. Complicado competir com esse tipo de interatividade.
Por outro lado, o fotógrafo Eamonn McCabe tem uma visão um pouco diferente. Para ele, a massificação da tecnologia digital está deixando os fotógrafos cada vez mais preguiçosos. Antes uma sessão fotográfica era feita com dois rolos de filme de 24 poses. Hoje pode-se fazer mil fotos em uma sessão e todos os defeitos são corrigidos no pós processamento. Sem dizer que tamanha quantidade de fotos nos tira a capacidade de apreciar uma imagem. Por isso que sempre digo que ninguém vai querer ver as 2 mil fotos de suas férias. Faça uma seleção de 20 fotos e vai ser um sucesso. “As pessoas estão fazendo um monte de fotos, mas ninguém está olhando para elas”.
E, no final do artigo, temos a voz da razão na pessoa do fotógrafo Nick Knight, que já publicou um livro e fez uma campanha de moda utilizando apenas o iPhone. Para ele, o iPhone trouxe uma liberdade que só tem paralelo com os anos 60, quando deixou-se de utilizar tripé nas sessões de moda com a utilização de câmeras 35mm em detrimento das de médio formato. Segundo Nick, “O que importa, artisticamente, não é quantos pixels elas tem, mas se as imagens funcionam. A máquina com que você cria sua arte é irrelevante.”
O artigo é muito mais denso e merece uma leitura detalhada. Mas, qual minha opinião? A arte sempre vai estar morrendo, segundo a opinião de alguém. Além do mais, a fotografia não é arte. É uma forma de comunicação que pode ser utilizada como arte. Esta utilização é que se encontra em baixa ultimamente e é de difícil acesso para o público comum. Até mesmo para os fotógrafos que investiram milhares de Reais em seu equipamento. Vejo muita foto feita com câmeras caras, lentes soberbas, conhecimento técnico e pós processamento exorbitante que são, apenas, bonitinhas. Expressões máximas da frase “sua fotografia é tão boa quanto seu equipamento”. A fotografia, como expressão da arte, não está morrendo. Ela continua existindo no mesmo nicho que sempre existiu. Talvez agora um pouco mais escondida por conta da massificação, mas ela está lá, vivendo bem.
Disponível em: <https://meiobit.com/274065/fotografia-estamorrendo/>. Acesso em: 31 jul. 2019 (Adaptação).
Analise os trechos a seguir.
I. “Para ele, o iPhone trouxe uma liberdade que só tem paralelo com os anos 60, quando deixou-se de utilizar tripé nas sessões de moda.”
II. “Hoje pode-se fazer mil fotos em uma sessão e todos os defeitos são corrigidos no pós processamento.”
Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, assinale a alternativa correta.