Questões de Concurso Sobre noções gerais de compreensão e interpretação de texto em português

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Q3024924 Português
Leia o texto a seguir, início da crônica “Arte e ciência de roubar galinha”, do escritor baiano João Ubaldo Ribeiro (1941-2014):

     A gente tem a tendência de pensar que só o que nós fazemos é difícil e complexo, cheio de sutilezas e complicações invisíveis aos olhos dos “leigos”. Isto, naturalmente, é um engano que a vida desmascara a todo instante, como sabe quem quer que já tenha ouvido com atenção qualquer homem falar de seu trabalho, que sempre, por mais simples, envolve atividades e conhecimentos insuspeitados.
     Assim é, por exemplo, roubar galinha. Tenho um amigo aqui na ilha que é ladrão de galinha. Chamemo-lo de Lelé, como naqueles relatos verídicos americanos em que se trocam os nomes para proteger inocentes. Só que, naturalmente, a nossa troca se faz para proteger um culpado, no caso o próprio Lelé. É bem verdade que todo mundo aqui sabe que ele rouba galinha, mas não fica bem botar no jornal, ele pode se ofender.
    Pois Lelé me tem demonstrado com eloquência toda a arte e ciência de roubar galinha, que requerem longo, paciente e estoico aprendizado, além, é claro, de vocação e talento, pois sem estes de nada adianta o esforço. Roubar galinha é uma especialização da galinhologia geral, ramo do saber complicadíssimo, como verifico todos os dias, ao visitar o galinheiro de Zé de Honorina e ouvir as novidades do dia. Zé, que utiliza recursos psicológicos sofisticados para induzir as galinhas ao choco, calculou mal a lua, calculou mal os passes lá que ele faz – resultado: todo mundo choco no galinheiro, um có-có que ninguém aguenta e Ferrolho, o galo, indignado com a situação (eis que galinha choca não quer nada com a Hora do Brasil), chegando mesmo a agredir o próprio Zé.

Sobre aspectos linguísticos e de interpretação do texto, podemos afirmar que:
I. A figura de linguagem predominante é a ironia, mas encontramos também exemplo(s) de onomatopeia.
II. O texto procura se afastar da linguagem popular, optando por usar muitos termos eruditos, como “Chamemo-lo” (no segundo parágrafo).
III. O sentido do vocábulo “estoico” (no terceiro parágrafo) é o de se manter impassível e firme diante das adversidades.
IV. O vocábulo “galinhologia” (no terceiro parágrafo) é um neologismo, ou seja, uma palavra inventada pelo narrador.
V. A tipologia do texto nos apresenta uma descrição objetiva e uma precisão informativa dos fatos.
VI. As palavras “qualquer” (primeiro parágrafo) e “ninguém” (terceiro parágrafo) são pronomes demonstrativos.

Assinale a alternativa CORRETA:
Alternativas
Q3024569 Português
Bê, á, bá tech: como funciona o letramento na era digital?

    As crianças e adolescentes passam boa parte da vida no ambiente escolar. Essa convivência é fundamental para que consigam viver e conviver em sociedade. Para acompanhar as evoluções, é preciso, hoje, ir além da alfabetização básica. Matemática, história, português, geografia e outras disciplinas continuam essenciais, mas, para garantir a compreensão do mundo, as instituições de ensino precisam garantir o letramento digital, que é a compreensão e capacidade de interpretar, criar e desenvolver habilidades de leitura e escrita no cenário tecnológico.
    O termo letramento não é novo no vocabulário, e está diretamente ligado a alfabetização, mas com uma representação mais complexa. A ideia é não apenas decodificar as interações comunicativas, mas saber quando e como aplicá-las. Dessa forma, o estudante ganha mais autonomia e aprende, de forma crítica, como aproveitar os reais benefícios oferecidos pela tecnologia.
    Especialista em Educação da Fundação Itaú Social, Juliana Yade avalia que a formação tecnológica é importante para o futuro das crianças. “As crianças estão cada vez mais expostas à tecnologia desde cedo, sendo fundamental que elas desenvolvam habilidades digitais básicas para se prepararem para um mundo em que a tecnologia é tão essencial”, avalia.
    O domínio de múltiplas habilidades é uma das principais vantagens do letramento digital, pois ele estimula a multidisciplinaridade e a cooperação entre as diferentes áreas de conhecimento. “Também é imprescindível ensiná-las sobre segurança on-line, incluindo a importância de não compartilhar informações pessoais, identificar comportamentos de risco e entender, mesmo que minimamente, os princípios de privacidade”, comenta Yade.
    Na prática, a escola deve ensinar os estudantes com e sobre tecnologia, inserindo recursos educacionais digitais no dia a dia da instituição e abordando temas relacionados à cultura digital de forma interdisciplinar. “A integração bem-sucedida da educação com o letramento digital requer uma abordagem equilibrada, em que a tecnologia deve ser usada como uma ferramenta para aprimorar o aprendizado, e não como um recurso substituto. Isso garantirá que os estudantes estejam preparados para o mundo digital em constante evolução”, avalia Juliana Yade.
    A diretora pedagógica da Escola Canadense de Brasília, Amanda Payne, avalia o aprendizado tecnológico nas escolas como essencial. “Ajudamos os estudantes a fazer a seleção do que é válido, de quais sites têm informação confiável, onde verificar as fontes e, assim, ter uma educação mais prática para o dia a dia também”, acrescenta.
    A pedagoga Miliane Benício, mãe do Axl Benício, 11 anos, explica que apresenta para o filho o universo de possibilidades que a tecnologia oferece. “Assim, ele tem condições de ouvir de outra forma, uma reflexão sobre o mesmo assunto. E, como a escola é nossa cúmplice nessa leitura, procuramos uma escola que potencializasse habilidades e interesses que ele demonstrava possuir”, destaca a mãe.
    Apesar do letramento digital estar inserido na vida de muitos indivíduos antes mesmo da alfabetização, esse é um processo que não ocorre de forma rápida. É uma prática que demanda tempo, se relaciona com a realidade do aluno dentro e fora da sala de aula e precisa ser desenvolvida de forma equilibrada, devendo ser inserida no contexto escolar e acompanhada de perto pelos professores.
    “Observar o computador como um recurso, uma vez que ele vai além do formato tradicional de educação. Por isso, tanto nos anos iniciais quanto nos anos finais, os alunos estão construindo uma formação tecnológica, mas ao mesmo tempo se colocando de forma crítica dentro desse universo”, explica Amanda Payne.
    Juliana Yade acrescenta que é importante ressaltar que o letramento digital não é uma habilidade estática, mas uma competência em constante evolução, impulsionada pelo rápido avanço tecnológico. Portanto, as escolas devem continuar a adaptar seus currículos e métodos de ensino para garantir que os estudantes estejam preparados para enfrentar os desafios digitais de um mundo em constante mudança.
    “Além disso, precisamos ter em mente que as crianças, adolescentes e jovens são nativos digitais e estão familiarizados com diversos recursos tecnológicos desde muito cedo. É aí que a escola ganha protagonismo, apoiando na formação desses indivíduos para fazerem o uso crítico das ferramentas e do seu conteúdo”, conclui a especialista.


(Helena Dornelas. Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/. Acesso em: 19/07/2024. Adaptado.)
De acordo com o texto, assinale a alternativa correta sobre letramento digital.
Alternativas
Q3024285 Português
O império do Baú


         Sílvio Santos lembra-se bem de seu primeiro negócio: tinha 14 anos e quatro mil-réis no bolso, quando decidiu comprar duas carteirinhas de plástico, as quais vendeu por dez, momentos depois. “Era um bom negócio”, diz ele — e um negócio que jamais parou. Desde então Silvio Santos jamais parou de vender alguma. Foi camelô — que a polícia perseguia e prendia —, vendedor de canetas, dono de bar, locutor de rádio, artista de circo, animador de TV, empresário.

         Trinta e dois anos depois do primeiro negócio, o homem que nasceu com o nome de Senor Abravanel, fiho de um grego e uma turca, é hoje o proprietário da segunda rede de televisão do País e de um grupo que integra 49 empresas e mais de 16 mil funcionários — um património que ele nem consegue mais avaliar e supõe possa ser estimado, contabilmente, em uns 150 milhões de dólares (quase Cz$ 1 trilhão).

       Isso não o preocupa: “É tudo uma questão de zeros”, diz. “Vejo os balanços e, se o ano foi bom, há um zero a mais; se não foi, pode ter um zero a menos. Que diferença faz?”



(Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/silvio-santos-leia-entrevista-exclusiva-ao-estadao-em-1987-acho-que-soubrega-em-qualquer-lugar/. Acesso em: 25 ago. 2024.)

Acerca do texto 1 “O império do Baú” e, com base em suas características de linguagem, assinale a alternativa que descreve o tipo de texto apresentado.
Alternativas
Q3024284 Português
O império do Baú


         Sílvio Santos lembra-se bem de seu primeiro negócio: tinha 14 anos e quatro mil-réis no bolso, quando decidiu comprar duas carteirinhas de plástico, as quais vendeu por dez, momentos depois. “Era um bom negócio”, diz ele — e um negócio que jamais parou. Desde então Silvio Santos jamais parou de vender alguma. Foi camelô — que a polícia perseguia e prendia —, vendedor de canetas, dono de bar, locutor de rádio, artista de circo, animador de TV, empresário.

         Trinta e dois anos depois do primeiro negócio, o homem que nasceu com o nome de Senor Abravanel, fiho de um grego e uma turca, é hoje o proprietário da segunda rede de televisão do País e de um grupo que integra 49 empresas e mais de 16 mil funcionários — um património que ele nem consegue mais avaliar e supõe possa ser estimado, contabilmente, em uns 150 milhões de dólares (quase Cz$ 1 trilhão).

       Isso não o preocupa: “É tudo uma questão de zeros”, diz. “Vejo os balanços e, se o ano foi bom, há um zero a mais; se não foi, pode ter um zero a menos. Que diferença faz?”



(Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/silvio-santos-leia-entrevista-exclusiva-ao-estadao-em-1987-acho-que-soubrega-em-qualquer-lugar/. Acesso em: 25 ago. 2024.)

O texto 1 “O império do Baú”, fornece uma visão detalhada da trajetória de Silvio Santos e sua percepção acerca da administração financeira. Com base nisso, assinale a alternativa correta. 
Alternativas
Respostas
256: B
257: A
258: B
259: B
260: C