Questões de Vestibular
Sobre meio ambiente na geografia em geografia
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Os 225,8 km de água enlameada que cruzam a Floresta Amazônica anunciam a tragédia adiante: megagarimpos ilegais encravados na Terra Indígena Munduruku e na Floresta Nacional do Crepori, no sudoeste do Pará. Mas, ao contrário do rio Doce, a destruição do remoto rio das Tropas acontece de forma oculta – menos para os índios. Cansados de esperar uma intervenção do Estado, guerreiros e lideranças da etnia, incluindo o cacique geral, Arnaldo Kaba, organizaram uma expedição para expulsar os garimpeiros não indígenas do local. Em seis lanchas, dezenas viajaram armados com flechas e espingardas de caça, incluindo mulheres, crianças e idosos.
Adaptado de Folha de São Paulo, 04/02/2018.
A reportagem aborda conflitos que simbolizam as muitas diferenças culturais entre grupos na região amazônica, como indígenas e garimpeiros, em especial no que diz respeito à relação com o ecossistema.
O que compõe a Pegada?
A Pegada Ecológica de um país, de uma cidade ou de uma pessoa corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida. Em outras palavras, é uma forma de traduzir, em hectares, a extensão de território que uma pessoa ou toda uma sociedade “utiliza”, em média, para se sustentar. O carbono é um dos componentes da Pegada Ecológica.
Adaptado de wwf.org.br.
Tendo em vista a posição da maioria da comunidade científica, a situação retratada nos
quadrinhos contribui diretamente para o agravamento do seguinte problema ambiental:
Chancelado na cidade de mesmo nome no Canadá em 1987, o Protocolo de Montreal completa 30 anos em 2017. Esse tratado é considerado um dos mais bem sucedidos da história, prescrevendo obrigações aos 197 países signatários em conformidade com o princípio das responsabilidades comuns, porém diferenciadas à luz das diversas circunstâncias nacionais.
(https://nacoesunidas.org. Adaptado.)
O protocolo evidenciado no excerto estabelece metas para
Texto 1
A água sai de Cabrobó
Parnamirim, Salgueiro
Até Jati
Deixe o rio desaguar doutor
Pra acabar
Com o sofrimento daqui
O São Francisco
Com sua transposição
No meu Nordeste
O progresso vai chegar
[...]
Na contramão
O meu sertão não vai ficar
(Aracílio Araújo. “Deixe o rio desaguar”. www.letras.mus.br.)
Texto 2
Os vazanteiros, que fazem horticultura no leito dos rios que perdem fluxo durante o ano, serão os primeiros a serem totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: “a cultura de vazante já era”, postergando a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade em relação aos espaços irrigáveis a serem implantados com a transposição. De imediato, porém, serão os proprietários absenteístas1 da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, o que agregará ainda mais valor às suas terras.
(Aziz N. Ab’Sáber. “A quem serve a transposição das águas do São Francisco?”. CartaCapital, 22.03.2011. Adaptado.)
1absenteísmo: sistema de exploração da terra em que o proprietário confia sua administração a intermediários, empreiteiros, rendeiros ou feitores.
As perspectivas expressas nos textos 1 e 2 podem ser associadas, respectivamente, aos seguintes impactos ambientais provenientes da transposição das águas do Rio São Francisco:
Atente ao seguinte trecho de um artigo sobre a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas, também conhecida como COP do Clima: “Havia no início da conferência um clima de desconfiança de que esses compromissos não seriam seguidos. Por um lado, países como Polônia, ainda muito dependentes de carvão, ameaçam as metas de redução das emissões de gases de efeito estufa da União Europeia como grupo. Alemanha também vem sendo muito criticada por, apesar de vir investindo muito em energias renováveis, ainda ter diversas usinas a carvão que, se não forem desativadas, tornam a meta alemã impossível de ser cumprida”.
COP do Clima deve reafirmar necessidade de cumprir compromissos até 2020. Giovana Girardi. 15 novembro 2017. Jornal Estadão. Disponível em http://sustentabilidade.estadao.com.br/blogs/ambiente-se/cop-do-clima-deve-reafirmar-necessidade-de-cumprir-compromissos-ate-2020/
A COP do Clima, realizada recentemente em Bonn, na Alemanha, reuniu além do Brasil, diversos países. Essa conferência teve como tema central
Leia atentamente o seguinte excerto sobre desenvolvimento sustentável:
“A natureza se levanta de sua opressão e toma vida, revelando-se à produção de objetos mortos e à coisificação do mundo. A superexploração dos ecossistemas, que os processos produtivos mantinham sob silêncio, desencadeou uma força destrutiva que [...] gera as mudanças globais que ameaçam a estabilidade e sustentabilidade do planeta [...]. O impacto dessas mudanças ambientais na ordem ecológica e social do mundo ameaça a economia como um câncer generalizado e incontrolável, mais grave ainda do que as crises cíclicas do capital”.
LEFF, Enrique. In: Saber ambiental – sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001. p. 56.
Considerando o excerto acima, assinale a afirmação
verdadeira.
Nas últimas décadas, descobriu-se que os volumosos e inadequados descartes de resíduos plásticos e de outros materiais sintéticos, mesmo quando realizados nos continentes, podem resultar em consideráveis depósitos em áreas distantes nos oceanos e mares, seja em seu fundo, na coluna d’água, ou na sua superfície. Como consequência, ocorrem mudanças físicas, químicas e ecológicas nesses oceanos e mares, em que alguns desses depósitos já atingem a escala planetária, como é o caso dos materiais plásticos flutuantes representados na figura.
www.revistapesquisafapesp.br, maio de 2016.
Os depósitos flutuantes representados na figura apresentam-se
A preocupação com o meio ambiente é, hoje, pauta internacional. A discussão sobre o tema levou o Brasil a aderir a muitos protocolos que controlam a agressão à natureza. A legislação ambiental brasileira, inclusive, é considerada uma das melhores do mundo. No entanto, a fiscalização e as execuções penais por crimes ambientais referentes a atividades potencialmente poluidoras ainda deixam muito a desejar. Nesse sentido, é correto afirmar, por exemplo, que
O desenvolvimento acelerado dessas plantas constitui um indicador de
Levando em conta as informações abstraídas das figuras, depreende-se que as charges remetem a um problema recorrente de contaminação de
Os estuários são ambientes de importância inequívoca para a manutenção da vida marinha e para diversas espécies de animais e plantas. No Ceará esses ambientes ocorrem em toda a extensão do litoral.
Analise as seguintes afirmações sobre os estuários cearenses:
I. Lançamento de efluentes e desmatamento são impactos comuns nos estuários do Ceará.
II. Os estuários urbanos dos rios Cocó, Ceará e Pacotí encontram-se bem preservados e não apresentam grandes impactos ambientais.
III. Atividades como a carcinicultura e a extração de sal não exercem nenhum tipo de impacto ou risco aos sistemas estuarinos.
Está correto o que se afirma somente em
Segundo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), inúmeras gigatoneladas de gases do efeito estufa de origem antropogênica (oriundos de atividades humanas) vêm sendo lançadas na atmosfera há séculos. A figura mostra as emissões em 2010 por setor econômico.
Com base na figura e em seus conhecimentos, aponte a
afirmação correta.
Veja essa notícia:
Grupo desenvolve iniciativas de pesquisa, ensino e extensão para colaborar na proteção de manancial que abastece Presidente Prudente
"No dia 27 de fevereiro, dezenas de produtores rurais da região de Presidente Prudente (SP) compareceram ao centro comunitário da pequena cidade de Anhumas para apresentação do Programa Produtor de Água. A proposta, entre outras iniciativas, remunera agricultores que realizam serviços ambientais em suas terras."
(Jornal Unesp - Universidade Estadual Paulista, número 309. Abril
de 2015. p. 8)
"Desde as décadas de 1960 e 1970, quando foi criada boa parte das Unidades de Conservação (UCs) do país, principalmente as indicadas para proteção integral, instalaram-se conflitos diversos com as comunidades [humanas] que originalmente ocupavam esses territórios há 200, 300 ou mais anos atrás."
(SIMÕES, Eliane et al. Planejamento Ambiental da Bacia
Hidrográfica do Ubatumirim. Instrumento de justiça socioambiental.
São Paulo: Páginas & Letras, 2016. p. 15)
Leia:
"O tombamento dos Jardins [modalidade de bairro no município de São Paulo] foi pioneiro na polêmica atitude dos órgãos de preservação de buscar salvaguardar extensos contextos urbanos cuja destruição ocorre em vista das precariedades das legislações de zoneamento. Buscaram-se mecanismos para proteger a 'paisagem urbana' (...)"
(Silvia F. S. WOLFF. Jardim América. São Paulo: Edusp, 2015. p. 23)
Tendo em vista essa intenção de preservar "paisagens
urbanas" pode ser dito que