Entre o primeiro e o segundo turnos da eleição presencial de 1989, houve dois debates entre os
candidatos Collor e Lula. O primeiro foi realizado nos estúdios da TV Manchete, no Rio de Janeiro, em
3 de dezembro. O segundo, no dia 14, foi nos estúdios da TV Bandeirantes, em São Paulo. Os dois
debates foram transmitidos na íntegra das 21h30 às 24h, por um pool formado pelas quatro principais
emissoras de televisão do país: Globo, Bandeirantes, Manchete e SBT. No dia seguinte à sua exibição
ao vivo e na íntegra, a Rede Globo apresentou duas matérias com edições do último debate: uma
no Jornal Hoje e outra no Jornal Nacional. As duas foram questionadas. (...) Mas foi a segunda que
provocou grande polêmica. A Globo foi acusada de ter favorecido o candidato do PRN tanto na seleção
dos momentos quanto no tempo dado a cada candidato, já que Fernando Collor teve um minuto e meio
a mais do que o adversário. O PT chegou a mover uma ação contra a emissora no Tribunal Superior
Eleitoral. O partido queria que novos trechos do debate fossem apresentados no Jornal Nacional antes
das eleições, como direito de resposta, mas o recurso foi negado. Em frente à sede da Rede Globo, no
Rio de Janeiro, atores da própria emissora, junto com outros artistas e intelectuais, protestaram contra
a edição (...) o episódio provocou um inequívoco dano à imagem da TV Globo. Por isso, hoje, a emissora
adota como norma não editar debates políticos; eles devem ser vistos na íntegra e ao vivo.
“Debate Collor x Lula”. Matéria disponível na internet. Endereço Eletrônico: Acesso em: 23 de abril de 2017.
O trecho acima, extraído de sítio eletrônico mantido oficialmente pela TV Globo, inclui-se em página
virtual denominada “Memória Globo” e integra, especialmente, uma seção destinada a reconhecer
os “erros” cometidos pela emissora ao longo de sua história. A matéria discute a polêmica edição do
debate entre Collor e Lula, que foi ao ar no Jornal Nacional dias antes do segundo turno das eleições
presidenciais de 1989. O candidato favorecido na edição do debate foi eleito com 35 milhões de votos
(53%), enquanto seu oponente obteve 31 milhões de eleitores (46,9%).
Considerando as informações e o contexto históricos referidos acima, conclui-se que: