Questões de Vestibular Sobre história geral em história

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Ano: 2016 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2016 - CEDERJ - Vestibular - Segundo Semestre |
Q648405 História
Para alguns autores, o Absolutismo seria um sistema político ancorado no mercantilismo. Por conseguinte, é correto afirmar que as principais características do mercantilismo são
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Q646115 História
Se há apenas cinco ou dez anos dissessem a alguém em Cuba que um presidente norte-americano visitaria a Ilha, a resposta seria um sorriso irônico; mas se fosse mencionada a possibilidade de ver os Rolling Stones tocando em Havana, a reação teria sido uma gargalhada – ou um grito, se a pessoa assim informada tivesse seus 60 ou 70 anos de vida. Porque aqueles que fomos jovens em Cuba na década de 1960 dificilmente esqueceremos as críticas políticas quando confessávamos ouvir os Beatles ou os Stones. Quem poderia ter previsto? Definitivamente, os tempos estão mudando.                                                      LEONARDO PADURA Adaptado de Folha de S. Paulo, 12/03/2016.
As considerações do escritor sobre a sociedade cubana indicam que, na década de 1960 e no momento atual, as diferenças entre as condições de vida são contextualizadas, respectivamente, pelos seguintes aspectos das relações internacionais:
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Q646114 História
Os refugiados são pessoas que escaparam de conflitos armados ou perseguições. Com frequência, sua situação é tão perigosa e intolerável que devem cruzar fronteiras internacionais para buscar segurança nos países mais próximos e então se tornar um “refugiado” reconhecido internacionalmente, com acesso à assistência dos Estados, da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados) e de outras organizações.
ADRIAN EDWARDS Adaptado de acnur.org, outubro/2015.
O conceito de refugiado, apresentado no texto, está diretamente associado aos problemas políticos e econômicos que afetam diversos países na atualidade.
Nos últimos anos, a região de origem que tem contribuído com o maior número de refugiados em direção a países da União Europeia é:
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Q646113 História
O governo chinês anunciou, nesta quinta-feira, que decidiu pôr fim à política do filho único. Por mais de três décadas, impediu-se que casais tivessem mais de uma criança, o que causou impacto na sociedade e na economia do país. Segundo a agência de notícias estatal Xinhua, o Partido Comunista determinou que, agora, os casais poderão ter dois filhos. Adaptado de bbc.com, 29/10/2015. A principal justificativa para a decisão do governo chinês está apontada em:
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Ano: 2016 Banca: UERJ Órgão: UERJ Prova: UERJ - 2016 - UERJ - Vestibular - Primeiro Exame |
Q646109 História
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a ação do Partido Nazista na Alemanha ampliou a propaganda contra os que foram considerados os inimigos internos da nação germânica. O cartaz abaixo é um exemplo dessa política.

                                            
Um aspecto da ideologia nazista observado nesse cartaz é:
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Ano: 2016 Banca: UERJ Órgão: UERJ Prova: UERJ - 2016 - UERJ - Vestibular - Primeiro Exame |
Q646105 História
A estratégia de ação do Estado Islâmico mencionada na reportagem apresenta semelhança com a seguinte prática das corporações empresariais contemporâneas:
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Ano: 2016 Banca: UERJ Órgão: UERJ Prova: UERJ - 2016 - UERJ - Vestibular - Primeiro Exame |
Q646103 História

As imagens acima reproduzem a capa de um livreto de 1823 e o cartaz de um filme de 2015 que contam a história de Hugh Glass, caçador e guia que se tornou referência no contexto da conquista do Oeste norte-americano, no século XIX, tendo enfrentado diversos perigos, incluindo o ataque de um urso.

A narrativa dos feitos de Hugh Glass insere-se em uma concepção nacionalista que promove a valorização do seguinte aspecto:
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642834 História
Entre os eventos políticos e culturais que marcaram a década de 1960, podem-se citar:
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642831 História

A condição essencial da existência e da supremacia da classe burguesa é a acumulação da riqueza nas mãos dos particulares, a formação e o crescimento do capital; a condição de existência do capital é o trabalho assalariado. [...] O desenvolvimento da grande indústria socava o terreno em que a burguesia assentou o seu regime de produção e de apropriação dos produtos. A burguesia produz, sobretudo, seus próprios coveiros. Sua queda e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis.

(Karl Marx e Friedrich Engels. “Manifesto Comunista”. Obras escolhidas, vol. 1, s/d.)

Entre as características do pensamento marxista, é correto citar

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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642830 História

      Todos os homens são criados iguais, dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, entre os quais figuram a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Para assegurar esses direitos, entre os homens se instituem governos, que derivam seus justos poderes do consentimento dos governados. Sempre que uma forma de governo se dispõe a destruir essas finalidades, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e instituir um novo governo, assentando seu fundamento sobre tais princípios e organizando seus poderes de tal forma que a ele pareça ter maior probabilidade de alcançar-lhe a segurança e a felicidade.

(Declaração de Independência dos Estados Unidos (1776). In: Harold Syrett (org.). Documentos históricos dos Estados Unidos, 1988.)

O documento expõe o vínculo da luta pela independência das treze colônias com os princípios

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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642827 História
Entre os motivos do pioneirismo português nas navegações oceânicas dos séculos XV e XVI, podem-se citar
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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642826 História

Os mosteiros eram em primeiro lugar casas, cada uma abrigando sua “família”, e as mais perfeitas, com efeito, as mais bem ordenadas: de um lado, desde o século IX, os mais abundantes recursos convergiam para a instituição monástica, levando-a aos postos avançados do progresso cultural; do outro, tudo ali se encontrava organizado em função de um projeto de perfeição, nítido, bem estabelecido, rigorosamente medido.

(Georges Duby. “A vida privada nas casas aristocráticas da França feudal”. História da vida privada, vol. 2, 1992. Adaptado.)

A caracterização do mosteiro medieval como uma “casa”, um “posto avançado do progresso cultural” e um “projeto de perfeição” pode ser explicada pela disposição monástica de

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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642825 História

Examine a iluminura extraída do manuscrito Al-Maqamat, de Abu Muhammed al-Kasim al-Hariri, 1237.

Imagem associada para resolução da questão

A imagem pode ser associada à tradição dos conhecimentos desenvolvidos no mundo árabe-islâmico durante a Idade Média e revela

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Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: VUNESP - 2016 - UNESP - Vestibular - Segundo Semestre |
Q642824 História

129. Se a esposa de alguém for surpreendida em flagrante com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados dentro d’água, mas o marido pode perdoar a sua esposa, assim como o rei perdoa a seus escravos. [...]

133. Se um homem for tomado como prisioneiro de guerra, e houver sustento em sua casa, mas mesmo assim sua esposa deixar a casa por outra, esta mulher deverá ser judicialmente condenada e atirada na água. [...]

135. Se um homem for feito prisioneiro de guerra e não houver quem sustente sua esposa, ela deverá ir para outra casa e criar seus filhos. Se mais tarde o marido retornar e voltar à casa, então a esposa deverá retornar ao marido, assim como as crianças devem seguir seu pai. [...]

138. Se um homem quiser se separar de sua esposa que lhe deu filhos, ele deve dar a ela a quantia do preço que pagou por ela e o dote que ela trouxe da casa de seu pai, e deixá-la partir.

(www.direitoshumanos.usp.br)

Esses quatro preceitos, selecionados do Código de Hamurabi (cerca de 1780 a.C.), indicam uma sociedade caracterizada

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Ano: 2015 Banca: PUC - GO Órgão: PUC-GO Prova: PUC - GO - 2015 - PUC-GO - Vestibular |
Q640901 História

TEXTO 2

                                          VI

      Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.

      — Como foi?

      — Senta-te.

      Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.

      — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar-se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.

      — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.

      — Não.

      — Não?

      — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.

      Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:

      — E que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.

      — Diga sempre.

      Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.

      — Queres ser meu discípulo?

      — Quero.

      — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...

      — Mas que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:

      Uma verdade que nas coisas anda,

      Que mora no visíbil e invisíbil. 

      Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?

      — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...

      — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

      — Mas a opinião do exterminado?

      — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

      — Bem; a opinião da bolha...

      — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)

O narrador, no Texto 2, fala-nos que “a guerra é a conservação”. A propósito, essa expressão nos permite fazer uma analogia com a “guerra sem fim”, decretada pelos Estados Unidos ao “terrorismo islâmico” após os atentados de 11 de setembro de 2001, com a justificativa de pôr fim à violência terrorista e reordenar o mundo para conservar a paz. Sobre essa nova reelaboração da doutrina de “guerra justa” durante o governo Bush, analise os itens que se seguem:

I-Apesar da força militar dos EUA, essa guerra visava ao pacifismo, não exigia objetivos nem meios específicos, finitos e realizáveis.

II- Seria uma guerra radical, contínua, irrestrita e sem limites de tempo ou fronteiras geográficas, que não buscava expansão territorial.

III-Uma nova política de intervenção em que os EUA, diante de qualquer ameaça militar ou mesmo antecipando um perigo futuro, teria o direito de promover ataques preventivos.

IV-Foi o resultado de acordos e alianças com outras potências e instituições internacionais visando à proteção da população civil, que seria preservada das atrocidades da guerra.

Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:

Alternativas
Ano: 2015 Banca: PUC - GO Órgão: PUC-GO Prova: PUC - GO - 2015 - PUC-GO - Vestibular |
Q640899 História

TEXTO 2

                                          VI

      Para entenderes bem o que é a morte e a vida, basta contar-te como morreu minha avó.

      — Como foi?

      — Senta-te.

      Rubião obedeceu, dando ao rosto o maior interesse possível, enquanto Quincas Borba continuava a andar.

      — Foi no Rio de Janeiro, começou ele, defronte da Capela Imperial, que era então Real, em dia de grande festa; minha avó saiu, atravessou o adro, para ir ter à cadeirinha, que a esperava no Largo do Paço. Gente como formiga. O povo queria ver entrar as grandes senhoras nas suas ricas traquitanas. No momento em que minha avó saía do adro para ir à cadeirinha, um pouco distante, aconteceu espantar-se uma das bestas de uma sege; a besta disparou, a outra imitou-a, confusão, tumulto, minha avó caiu, e tanto as mulas como a sege passaram-lhe por cima. Foi levada em braços para uma botica da Rua Direita, veio um sangrador, mas era tarde; tinha a cabeça rachada, uma perna e o ombro partidos, era toda sangue; expirou minutos depois.

      — Foi realmente uma desgraça, disse Rubião.

      — Não.

      — Não?

      — Ouve o resto. Aqui está como se tinha passado o caso. O dono da sege estava no adro, e tinha fome, muita fome, porque era tarde, e almoçara cedo e pouco. Dali pôde fazer sinal ao cocheiro; este fustigou as mulas para ir buscar o patrão. A sege no meio do caminho achou um obstáculo e derribou-o; esse obstáculo era minha avó. O primeiro ato dessa série de atos foi um movimento de conservação: Humanitas tinha fome. Se em vez de minha avó, fosse um rato ou um cão, é certo que minha avó não morreria, mas o fato era o mesmo; Humanitas precisa comer. Se em vez de um rato ou de um cão, fosse um poeta, Byron ou Gonçalves Dias diferia o caso no sentido de dar matéria a muitos necrológios; mas o fundo subsistia. O universo ainda não parou por lhe faltarem alguns poemas mortos em flor na cabeça de um varão ilustre ou obscuro; mas Humanitas (e isto importa, antes de tudo) Humanitas precisa comer.

      Rubião escutava, com a alma nos olhos, sinceramente desejoso de entender; mas não dava pela necessidade a que o amigo atribuía a morte da avó. Seguramente o dono da sege, por muito tarde que chegasse à casa, não morria de fome, ao passo que a boa senhora morreu de verdade, e para sempre. Explicou-lhe, como pôde, essas dúvidas, e acabou perguntando-lhe:

      — E que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o princípio. Mas não, não digo nada, tu não és capaz de entender isto, meu caro Rubião; falemos de outra coisa.

      — Diga sempre.

      Quincas Borba, que não deixara de andar, parou alguns instantes.

      — Queres ser meu discípulo?

      — Quero.

      — Bem, irás entendendo aos poucos a minha filosofia; no dia em que a houveres penetrado inteiramente, ah! nesse dia terás o maior prazer da vida, porque não há vinho que embriague como a verdade. Crê-me, o Humanitismo é o remate das coisas; e eu, que o formulei, sou o maior homem do mundo. Olha, vês como o meu bom Quincas Borba está olhando para mim? Não é ele, é Humanitas...

      — Mas que Humanitas é esse?

      — Humanitas é o principio. Há nas coisas todas certa substância recôndita e idêntica, um princípio único, universal, eterno, comum, indivisível e indestrutível, — ou, para usar a linguagem do grande Camões:

      Uma verdade que nas coisas anda,

      Que mora no visíbil e invisíbil. 

      Pois essa sustância ou verdade, esse princípio indestrutível é que é Humanitas. Assim lhe chamo, porque resume o universo, e o universo é o homem. Vais entendendo?

      — Pouco; mas, ainda assim, como é que a morte de sua avó...

      — Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas, pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte, há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o carácter conservador e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância; mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz, nesse caso, é a destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso, tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.

      — Mas a opinião do exterminado?

      — Não há exterminado. Desaparece o fenômeno; a substância é a mesma. Nunca viste ferver água? Hás de lembrar-te que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma água. Os indivíduos são essas bolhas transitórias.

      — Bem; a opinião da bolha...

      — Bolha não tem opinião. Aparentemente, há nada mais contristador que uma dessas terríveis pestes que devastam um ponto do globo? E, todavia, esse suposto mal é um benefício, não só porque elimina os organismos fracos, incapazes de resistência, como porque dá lugar à observação, à descoberta da droga curativa. A higiene é filha de podridões seculares; devemo-la a milhões de corrompidos e infectos. Nada se perde, tudo é ganho. Repito, as bolhas ficam na água. Vês este livro? É Dom Quixote. Se eu destruir o meu exemplar, não elimino a obra, que continua eterna nos exemplares subsistentes e nas edições posteriores. Eterna e bela, belamente eterna, como este mundo divino e supradivino.

(ASSIS, Machado de. Quincas Borba. 18. ed. São Paulo: Ática, 2011. p. 26-28.)

No Texto 2, os personagens dialogam sobre a vida e a morte, e o modo como ela pode acontecer. Sabe-se que nos países considerados mais pobres do mundo, situados principalmente no continente africano, gastam-se bilhões de dólares em armamento importado de países ricos, em detrimento de investimentos nos setores de saúde e educação. Com base no enunciado, bem como em outras fontes de conhecimento, analise as assertivas a seguir:      

 I-A guerra propicia situações de degradação social extrema, uma vez que, além de perdas humanas, tem-se perdas econômicas e financeiras.

II-A guerra proporciona aos líderes rebeldes condições para adquirirem poder e dinheiro, em consonância com os ideais de democracia.

III-A guerra dificulta às pessoas pacíficas ganharem seu sustento.

IV-A guerra proporciona que grandes empresas produtoras de armamentos obtenham lucro mesmo em períodos de crise financeira.

De acordo com os itens analisados, marque a alternativa que contém apenas proposições corretas:

Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RJ Órgão: PUC - RJ Prova: PUC - RJ - 2016 - PUC - RJ - Vestibular - 2º Dia Grupo 1 |
Q639632 História

Tendo como referência o mapa apresentado e os conhecimentos que você possui, analise as afirmativas seguintes com relação às independências africanas.

I – O Egito foi um dos primeiros países a conseguir a independência com a assinatura de uma declaração extinguindo a sua condição de protetorado britânico.

II – O Sudão passou por uma longa guerra entre os povos do sul e do norte, cujo principal alvo era Darfur, uma região rica em petróleo, originando a independência da região sul com a criação do Sudão do Sul, em 2011.

III – A partir de 1945, grande parte das colônias europeias na Ásia tornou-se independente, como Índia, Paquistão, Indonésia e Vietnã, influenciando na diminuição dos movimentos de descolonização na África nas décadas seguintes.

IV – 1975 foi um dos anos com maior número de independências na África, em grande medida, por causa dos movimentos de libertação da maioria das colônias portuguesas que ganharam força após a Revolução dos Cravos e o fim da ditadura militar em Portugal.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RJ Órgão: PUC - RJ Prova: PUC - RJ - 2016 - PUC - RJ - Vestibular - 2º Dia Grupo 1 |
Q639630 História
Na segunda metade do século XIX e nas primeiras décadas do século XX, a sociedade norte-americana passou por importantes transformações políticas, sociais, econômicas e culturais. Sobre essas transformações, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RJ Órgão: PUC - RJ Prova: PUC - RJ - 2016 - PUC - RJ - Vestibular - 2º Dia Grupo 1 |
Q639628 História
A respeito da ocupação holandesa dos territórios portugueses na América e na África, na primeira metade do século XVII, assinale a alternativa INCORRETA.
Alternativas
Ano: 2016 Banca: PUC - RJ Órgão: PUC - RJ Prova: PUC - RJ - 2016 - PUC - RJ - Vestibular - 2º Dia Grupo 1 |
Q639627 História
O nacionalismo, como ideia, teve vários significados ao longo de sua história. Sobre sua trajetória no século XIX, é CORRETO afirmar que:
Alternativas
Respostas
2121: C
2122: C
2123: B
2124: D
2125: A
2126: C
2127: A
2128: C
2129: B
2130: C
2131: B
2132: C
2133: D
2134: B
2135: C
2136: C
2137: C
2138: E
2139: D
2140: E