Questões de Vestibular
Sobre período colonial: produção de riqueza e escravismo em história
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No Brasil, o sistema escravocrata transformou-se num modelo tão enraizado que acabou se convertendo numa linguagem, com graves consequências. Grassou por aqui, do século XVI ao XIX, uma escandalosa injustiça amparada pela artimanha da legalidade.
SCHWARCZ, Lilia M. Sobre o autoritarismo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 27.
Lilia Moritz Schwarcz reflete sobre a formação da sociedade brasileira, no que diz respeito ao sistema escravocrata no Brasil. Sobre esse sistema, é correto afirmar que
I. Esses tratados garantiram a continuidade do controle português sobre as atividades comerciais entre o Brasil e a Europa e fortaleceu a presença lusitana à frente da colonização brasileira.
II. Enquanto a Abertura dos Portos pôs fim ao “Pacto Colonial” ou “Exclusivo Colonial” de Portugal sobre o Brasil, os tratados assinados em 1810 garantiram a predominância britânica sobre o mercado brasileiro.
III. Essas decisões de cunho administrativo e econômico são consideradas como os primeiros passos do processo que conduziu à Independência política do Brasil em relação ao reino de Portugal.
É correto o que se afirma em
“Será a empresa do colono branco, que reúne à natureza, pródiga em recursos aproveitáveis para a produção de gêneros de grande valor comercial, o trabalho recrutado na escravidão entre indígenas ou negros africanos importados. Há um ajustamento entre os tradicionais objetivos mercantis que assinalam o início da expansão ultramarina da Europa, e que são conservados, e as novas condições em que se realizará a empresa colonial. [...]. No seu conjunto, e vista no plano mundial e internacional, a colonização dos trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter que ela, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem em proveito do comércio europeu. É este o verdadeiro sentido da colonização tropical, de que o Brasil é uma das resultantes; e ele explicará os elementos fundamentais, tanto no econômico como no social, da formação e evolução históricas da sociedade brasileira”.
(Caio Prado Jr. Formação do Brasil Contemporâneo, 1942)
De acordo com o excerto acima, pode-se afirmar corretamente que
(Marquês de Lavradio (Governador do Rio de Janeiro, 1769-1779). Carta de Amizade Escrita a Manuel da Cunha de Menezes em Pernambuco, em 13 de dezembro de 1769. In: Marquês de Lavradio. Cartas do Rio de Janeiro, 1769-1776. Rio de Janeiro: Secretaria de Estado de Educação e Cultura, p. 10, 1978.)
Tendo em vista seus conhecimentos sobre o século XVIII e considerando as informações do excerto, assinale a alternativa correta.
(VIEIRA, Padre Antônio. Sermão XX. Parte II. Lisboa: Impressão Craesbeeckiana, p. 165, 1688.)
Sobre as comunidades de malungos no período da escravidão, é correto afirmar, de acordo com o texto, que são formadas
"A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador e Senhor D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral Decretou e ela Sancionou a Lei seguinte:
Art. 1º Os filhos de mulher escrava que nascerem no Império desde a data desta lei serão considerados de condição livre.
§ 1º Os ditos filhos menores ficarão sob a autoridade dos senhores de suas mães, os quais terão obrigação de criálos e tratá-los até a idade de oito anos completos. Chegando o filho da escrava a esta idade, o senhor da mãe terá a opção ou de receber do Estado indenização de 600 mil réis ou de utilizar-se dos serviços do menor até a idade de 21 anos completos." (redação atualizada)
(Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/lim2040.htm.)
Sobre a Lei do Ventre Livre no Brasil, é correto afirmar que essa lei
O texto acima faz referência ao processo de ocupação dos portugueses:
Ainda segundo as características da escravidão da colônia ao Império no Brasil:
I. O escravo era aquele que, juridicamente, estava vinculado a um proprietário, seja de terras, minas ou qualquer outro meio de produção. II. O escravo era aquele ser incapaz de produzir uma cultura elevada, sendo potencialmente perigoso, responsável pela criminalidade e o temor dos senhores. III. O escravo era aquele destituído de propriedade, inclusive sobre si mesmo, era a força de trabalho fundamental na monocultura em grande escala destinada ao mercado externo. IV. O escravo era aquele cuja etnia poderia ser indígena, negra, mestiça ou branca, cujos direitos civis lhe propiciava amparo jurídico na lei do Império.
Marque a alternativa INCORRETA:
I. Os portugueses possuíam pouco mais de um milhão de habitantes e esses se ocupavam no século XV das conquistas ultramarinas da África e Ásia.
II. O interesse português no território que seria o Brasil existia desde os trânsitos comerciais com os árabes no século VII, o novo território era pensado como estratégia de fortalecimento humano e econômico aos ibéricos, todavia seria preciso estratégia para a retirada dos franceses.
III. Franceses e holandeses exploravam economicamente a costa do território que seria o Brasil quando da chegada das primeiras embarcações lusitanas, para a expulsão desses estrangeiros, os portugueses dependiam da aliança com os povos indígenas, que depois seriam traídos. IV. Indígenas de diversas etnias resistiram contra a invasão portuguesa e conseguiram, com a ajuda dos holandeses, expulsar os lusitanos que encontraram abrigo na região do Cariri cearense.
Marque a alternativa CORRETA.
No conto A Escrava, de 1887, Maria Firmina dos Reis expressa sua visão diante da escravidão negra no Brasil, a exemplo do seguinte fragmento:
“Por qualquer modo que encaremos a escravidão, ela é, e sempre será um grande mal. Dela a decadência do comércio; porque o comércio, e a lavoura caminham de mãos dadas, e o escravo não pode fazer florescer a lavoura; porque o seu trabalho é forçado. Ele não tem futuro; o seu trabalho não é indenizado.”
REIS, M. F. dos. A Escrava (conto). In: Literafro, 2001. Disponível em:http://www.letras.ufmg.br/literafro/autoras/24-textos-das-autoras/977-maria-firmina-dos-reis-a-escrava. Adaptado.
Uma das principais características do trabalho escravo, criticamente denunciado no fragmento acima, é
A personagem central de A Escrava é uma mulher escravizada que sofre pela perda de seus filhos, retirados à força de sua companhia e vendidos para outra província, prática conhecida como tráfico interprovincial. Esse sofrimento materno, associado aos maus tratos decorrentes do cotidiano do cativeiro, resultou na fuga da escrava e, em seguida, na sua morte.
O trecho selecionado é um diálogo fictício do referido conto e trata de um direito adquirido pelos escravos com a Lei n. 2040, de 1871, também conhecida como a lei do Ventre Livre.
— Sim, minha cara senhora, redarguiu, terminando a leitura: o direito de propriedade, conferido outrora por lei a nossos avós, hoje nada mais é que uma burla...
A lei retrogradou. Hoje protege-se escandalosamente o escravo, contra seu senhor; hoje qualquer indivíduo diz a um juiz de órfãos:
— Em troca desta quantia exijo a liberdade do escravo fulano – haja ou não aprovação do seu senhor.
REIS, Maria Firmina. A Escrava. In. MORAIS FILHO, Nascimento. Maria Firmina: fragmentos de uma vida. São Luís, s/e, 1975.
Pode-se afirmar a respeito das mudanças dessa lei abolicionista que

Tereza de Benguela é um dos nomes esquecidos pela historiografia nacional. Nos últimos anos, passou a ser mais reconhecida, na busca de multiplicar as narrativas que revelam a formação sociopolítica brasileira. Tereza, que viveu no século XVIII, pode ter nascido no continente africano ou no Brasil. Ela chefiou o Quilombo do Quariterê, que se localizava na atual fronteira entre Mato Grosso e Bolívia. O Quilombo resistiu até 1770, quando foi destruído. Em homenagem a Tereza de Benguela, o dia 25 de julho é oficialmente, no Brasil, o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.
Adaptado de ufrb.edu.br.
O reconhecimento de Tereza de Benguela e a celebração do dia 25 de julho indicam uma mudança com o intuito de multiplicar narrativas sobre a formação social brasileira. Essa mudança tem como objetivo:
Pedro de Magalhães Gandavo. Tratado da terra do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2008, p. 53 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência, julgue o seguinte item, acerca da política indigenista na América portuguesa.
Alguns costumes indígenas eram tolerados dentro dos aldeamentos missionários, a exemplo da bigamia.
Pedro de Magalhães Gandavo. Tratado da terra do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2008, p. 53 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência, julgue o seguinte item, acerca da política indigenista na América portuguesa.
Os aldeamentos agrupavam indígenas de diferentes etnias em um mesmo espaço físico sob a tutela espiritual das ordens religiosas.
Pedro de Magalhães Gandavo. Tratado da terra do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2008, p. 53 (com adaptações).
Tendo o texto precedente como referência, julgue o seguinte item, acerca da política indigenista na América portuguesa.
A guerra justa legitimava a escravidão dos indígenas que permanecessem hostis aos portugueses em suas aldeias.
A prática da guerra justa levou ao extermínio e à escravização de diversos povos tupis que habitavam o litoral da América.
[…].
Os quilombos foram muitos e não eram unidades homogêneas, ou seja, variavam quanto a lugar, tamanho, população, forma de organização, integrantes e “desempenharam um importante papel no complexo tecido social que era o sistema brasileiro da escravidão.
DA SILVA, Giselda Shirley; DA SIILVA, Vandeir José. Quilombos brasileiros: alguns aspectos da trajetória do negro no Brasil. Revista Mosaico, v. 7, n. 2, p. 191-200, jul./dez. 2014. p. 192-193.
Os quilombos foram a mais destacada forma de reação coletiva de negros escravizados durante o período colonial brasileiro. Sobre os quilombos, assinale a alternativa correta.
Cleonice Berardinellí. Pretos, Índios e Judeus nos Sermões de Vieira. In. João Adolfo Hansen, Adma Muhana, Hélder Garm (Orgs). Estudos sobre Vieira - São Paulo: Ateliê Editorial. 2011.
Este Sermão do Pe. Antônio Vieira (1608-1697) faz uma crítica à escravização dos indígenas e expõe a grande demanda por essa mão de obra no Estado Colonial do Maranhão até meados do século XVIII. A assertiva que explica o cativeiro dos indígenas no Maranhão colonial é a seguinte: