Questões de Vestibular de Literatura - Escolas Literárias
Foram encontradas 1.380 questões
Leia o seguinte texto:
Os sertões e a tragédia republicana
Os sertões é uma obra híbrida que transita entre a literatura, a história e a
ciência, ao unir a perspectiva científica, de base naturalista e evolucionista, à
construção literária, marcada pelo fatalismo trágico e por uma visão romântica
da natureza. Euclides recorreu a formas de ficção, como a tragédia e a
epopeia, para compreender o horror da guerra e inserir os fatos em um
enredo capaz de ultrapassar a sua significação particular. A epopeia gloriosa
da República brasileira, pela qual combatera na juventude, adquiriu caráter de
tragédia na violenta intervenção militar que testemunhou em Canudos.
(Roberto Ventura. Do mar se fez o sertão de Euclides da Cunha e Canudos. www.euclidesdacunha.org/ventura.htm)
Com base no texto de Roberto Ventura considere as seguintes afirmações sobre Os sertões, de Euclides da Cunha.
I. Em Os sertões, Euclides da Cunha jamais pôs de lado as ideologias colonialistas, deixando falar em si o republicano fanático, destacando, fundamentalmente, a barbárie dos “rudes patrícios transviados”.
II. Quando a República, no seu fanatismo civilizador, extermina o sertanejo, cumpre uma lei da “evolução”, mas também pratica um ato de fratricídio e automutilação nacional – numa guerra de assédio, cuja sombria grandiosidade lembra a Ilíada, a que alude a metáfora da Troia de taipa empregada na obra.
III. Com seu caráter de epopeia nacional e sua implícita, embora trágica, teologia política, Os sertões é um livro fundador, uma súmula da nacionalidade, uma obra que, com suas ambiguidades e contradições, cria uma imagem do Brasil real e ideal, em que a nação se reconhece até hoje.
Está(ão) correta(s):
Capitu
De um lado vem você com seu jeitinho Hábil, hábil, hábil E pronto! Me conquista com seu dom
De outro esse seu site petulante WWW Ponto Poderosa ponto com
É esse o seu modo de ser ambíguo Sábio, sábio E todo encanto Canto, canto Raposa e sereia da terra e do mar Na tela e no ar
Você é virtualmente amada amante Você real é ainda mais tocante Não há quem não se encante
Um método de agir que é tão astuto Com jeitinho alcança tudo, tudo, tudo É só se entregar, é não resistir, é capitular
Capitu A ressaca dos mares A sereia do sul Captandoos olhares Nosso totem tabu A mulher em milhares Capitu
No site o seu poder provoca o ócio, o ócio Um passo para o vício, o vício É só navegar, é só te seguir, e então naufragar
Capitu Feminino com arte A traição atraente Um capítulo à parte Quase vírus ardente Imperando no site Capitu
(TATIT, Luiz. O meio. São Paulo: Dabliú, 2000.)
Considere as seguintes afirmações sobre a canção de Tatit, e sobre o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.
I. Lidando com uma personagem conhecida do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, a letra de Tatit fala de uma mulher intrigante, que fascina com seus encantos, sendo ao mesmo tempo ambígua.
II. Tatit consegue trazer para sua música aspectos da atualidade, do mundo virtual, fazendo de sua Capitu uma mulher “moderna”, que utiliza um site para exercer seu poder sedutor.
III. Uma parte considerável da produção literária de Machado de Assis trata de seres sinuosos, oblíquos, singulares, esquisitos ou complexos: a mulher. Capitu, famosa personagem machadiana, constitui, indiscutivelmente, o perfil feminino mais enigmático de toda a obra do autor.
Está(ão) correta(s):
IV
Era um sonho dantesco!... o tombadilho, Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar de açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...
Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Regam o sangue das mães: Outras, moças, mas nuas e espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs!
E ri-se a orquestra, irônica, estridente... E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais ... Se o velho arqueja, se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...
Presa nos elos de uma só cadeia, A multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali! Um de raiva delira, outro enlouquece, Outro, que de martírios embrutece, Cantando, geme e ri!
No entanto o capitão manda a manobra. E após fitando o céu que se desdobra Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . . E da ronda fantástica a serpente Faz doudas espirais... Qual um sonho dantesco as sombras voam!... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!...
(Espumas flutuantes. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, s.d. p. 184-5.)
Considere as seguintes afirmações sobre o poema.
I. O texto revela grande força expressiva em razão de sua plasticidade, criada a partir das fortes imagens e das sugestões de cor, som e movimento que envolvem a cena.
II. As metáforas “a orquestra” e “a serpente”, na 3.ª e na 6.ª estrofes, sugerem, respectivamente, o conjunto de sons (gritos, lamentos) emitidos pelos negros maltratados e o chicote utilizado nesse sistema de violência e tortura.
III. O tema de O navio negreiro é a denúncia da escravidão e do transporte de negros para o Brasil. Quando o poema foi escrito, em 1868, já fazia dezoito anos que vigorava a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico de escravos, mas a escravidão no país persistia.
Está(ão) correta(s):