Questões de Vestibular
Sobre romantismo em literatura
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I. O contraste entre Aurélia e as outras moças atende ao propósito de singularização da heroína romântica.
II. A graça com que Aurélia transita no baile contrasta com a rispidez expressa em diversos momentos íntimos de seu convívio com Seixas.
III. A focalização do baile decorre da ambientação urbana do romance, que põe em evidência as relações sociais daquele tempo.
IV. A desenvoltura e o êxito de Aurélia no baile confirmam a degradação moral da protagonista que contraiu casamento por interesses financeiros.
Assinale a alternativa correta.
Leia o trecho a seguir.
Tornemos à câmara nupcial, onde se representa a primeira cena do drama original, de que apenas conhecemos o prólogo. Os dois atores ainda conservam a mesma posição em que os deixamos. Fernando Seixas obedecendo automaticamente Aurélia, sentara-se, e fitava a moça com um olhar estupefato. A moça arrastou a cadeira e colocou-se em face do marido, cujas faces crestava o seu hálito abrasado.
(ALENCAR, J. de. Senhora. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1971. p. 149.)
De acordo com o trecho citado, pertencente ao nono capítulo da 2ª parte, assinale a alternativa correta.
Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:
Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)
Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias, podemos afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:
Texto 1
Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para a glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)
Texto 2
Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e, seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos. Aí, de queixo grudado às costas das mãos contra uma cerca de jardim, permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa que o enleava e tolhia, como à robusta gameleira brava o cipó flexível, carinhoso e traiçoeiro.
E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua cama de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1991)
De fato, este romance constitui um dos poucos romances cômicos do romantismo nacional, afastando-se dos traços idealizantes que caracterizam boa parte das obras “sérias” dos autores de então. O modo pelo qual este romance pinta a sociedade, representado-a a partir de um ângulo abertamente cômico e satírico, também era relativamente novo nas letras brasileiras do século XIX.
(Mamede Mustafa Jarouche. “Galhofa sem melancolia”, 2003. Adaptado.)
O comentário refere-se ao romance
A poesia dos antigos era a da posse, a dos novos é a da saudade (e anseio); aquela se ergue, firme, no chão do presente; esta oscila entre recordação e pressentimento. O ideal grego era a concórdia e o equilíbrio perfeitos de todas as forças; a harmonia natural. Os novos, porém, adquiriram a consciência da fragmentação interna que torna impossível este ideal; por isso, a sua poesia aspira a reconciliar os dois mundos em que se sentem divididos, o espiritual e o sensível, fundindo-os de um modo indissolúvel. Os antigos solucionam a sua tarefa, chegando à perfeição; os novos só pela aproximação podem satisfazer o seu anseio do infinito.
(August Schlegel apud Anatol Rosenfeld. Texto/Contexto I, 1996. Adaptado.)
Os “novos” a que se refere o escritor alemão August Schlegel são os poetas
I. Castro Alves supera o extremado individualismo dos poetas anteriores, dando ao Romantismo um sentido social e revolucionário que o aproxima do Realismo. II. Sua obra, a exemplo de Vitor Hugo, toma duas direções: a poesia social e a poesia lírica. III.O poeta é o caso típico do intelectual convertido em homem de ação. Não apenas realizou uma poesia humanitária, como participou ativamente de toda a propaganda abolicionista e republicana.
A sequência correta é
I . Martins Pena intuiu que o drama não se ajustaria ao universo que propunha retratar, porque os grupos burgueses urbanos careciam de tragédia humana e suas contradições eram limitadas ou inexistentes. Apenas o riso conseguiria dar-lhes certo interesse. Então, iniciou a carreira satirizando os costumes rurais, os costumes da “roça”. II. José de Alencar, inserido na linha nacionalista do Romantismo, procurou construir uma obra romanesca que abrangesse todo o Brasil, principalmente em sua totalidade física. Mas o projeto também atingia as coordenadas históricas do país, através de relatos “históricos” e “indianistas”, situados na era colonial. Além disso, buscou o regionalismo brasileiro e também abordou a vida cotidiana do Rio de Janeiro.
III.Embora o tema predileto de Joaquim Manuel de Macedo fosse o amor, as aventuras sentimentais que imaginava nunca tiveram a violência e o amoralismo dos folhetins estrangeiros. São afetos decorosos, pois o autor fazia o possível para não ferir os leitores com o trágico e o desmedido. Mais açúcar do que sangue. Em vez de adultérios, respeitáveis namoros que terminam em casamento. Até os vilões sabem adaptar-se às conveniências. Só praticam a vilania, enquanto o enredo assim o exige. No final, convertem-se.
(Antonio Candido. Iniciação à literatura brasileira, 2010. Adaptado.)
Tal comentário refere-se ao seguinte movimento literário brasileiro:
Considere o texto abaixo.
Paralelos históricos nunca são exatos, e por isso sempre são suspeitos, mas no século XIX está o molde do que nos acontece agora, com as revoluções anárquicas da era da restauração pós-Bonaparte, nascidas da frustração com a promessa libertária esgotada da Revolução Francesa, no lugar do nosso atual inconformismo sem centro, nascido da frustração com experiências socialistas fracassadas. Nos dois casos, a revolta sem método, muitas vezes apolítica e suicida, substituiu a revolução racionalizada.
(VERISSIMO, Luis Fernando. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008, p. 149)
Considere o texto abaixo.
Há no Romantismo nacional uma expressão evidente do culto da nacionalidade, o qual, tomado num sentido mais amplo, se manifesta também em lutas pela afirmação da liberdade política e determina a exaltação de valores e tradições. Esse sentimento é tomado também nos seus aspectos sociais, sob o apanágio dos direitos do homem livre, razão de ser do movimento abolicionista e matéria para o romance, para o teatro e para a poesia da época.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio e CASTELLO, José Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira I. Das origens ao Romantismo. São Paulo: DIFE, 1974, p. 207-208)
A respeito das personagens encontradas na obra Capitães da areia, marque a alternativa CORRETA.
A QUESTÃO REFERE-SE AO TEXTO I.
O texto refere-se ao movimento literário denominado:
I. A emergência do sistema capitalista no Brasil é pano de fundo da obra, que discute os valores daquela sociedade.
II. Fernando Seixas se aproxima de Aurélia ao saber que ela havia recebido uma herança milionária de um parente distante.
III. Romance de cunho regionalista, Senhora conta a história de luta dos sertanejos pela ascensão social no século XIX.
IV. O romance tematiza a independência feminina, na medida em que coloca em cena uma heroína forte e decidida.
Assinale a alternativa correta.