Questões de Vestibular
Sobre simbolismo em literatura
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Esse movimento descobriu algo que ainda não havia sido conhecido ou enfatizado antes: a “poesia pura”, a poesia que surge do espírito irracional, não conceitual da linguagem, oposto a toda interpretação lógica. Assim, a poesia nada mais é do que a expressão daquelas relações e correspondências, que a linguagem, abandonada a si mesma, cria entre o concreto e o abstrato, o material e o ideal, e entre as diferentes esferas dos sentidos.
Sendo a vida misteriosa e inexplicável, como pensavam os adeptos desse movimento, era natural que fosse representada de maneira imprecisa, vaga, nebulosa, ilógica e ininteligível.
(Afrânio Coutinho. Introdução à literatura no Brasil, 1976. Adaptado.)
O comentário do crítico Afrânio Coutinho refere-se ao movimento literário denominado
Para responder à questão considere os textos 1, 2 e 3.
Texto 1
Disponível em:
Texto 2
Disponível em:
Texto 3
Disponível em:<https://poesiaspoemaseversos.com.br/cruz-e-sousa-poemas>. Acesso em: 07 nov. 2016.
Assinale a alternativa que possui uma característica desse movimento artístico presente no poema.
“Nero, com o manto grego ondeado ao ombro, assoma Entre os libertos, e ébrio, engrinaldada a fronte, Lira em punho, celebra a destruição de Roma”.
“Ah! por estes sinfônicos ocasos A terra exala aromas de áureos vasos, Incensos de turíbulos divinos”.
Considere o trecho da Obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, que se segue:
Virgília? Mas era a mesma senhora, que alguns anos depois...? (...) Não digo que já lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque isto não é um romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos às sardas e espinhas; mas também não digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, não. Era bonita, fresca, saía das mãos da natureza, cheia daquele feitiço, precário e eterno, que o indivíduo passa a outro indivíduo, para os fins secretos da criação. Era isto Virgília, e era clara, muito clara, faceira, ignorante, pueril, cheia de uns ímpetos misteriosos; muita preguiça e alguma devoção – devoção, ou talvez medo; creio que medo. (ASSIS, Machado, 1994, p. 55)
Com base na leitura do trecho, considerando a referida obra e o conhecimento sobre as escolas literárias, podemos afirmar que há uma crítica explícita à seguinte estética:
Texto 1
Os teus olhos espalham luz divina,
a quem a luz do sol em vão se atreve;
papoila ou rosa delicada e fina
te cobre as faces, que são cor da neve.
Os teus cabelos são uns fios d’ouro;
teu lindo corpo bálsamo vapora.
Ah! não, não fez o céu, gentil pastora,
para a glória de amor igual tesouro!
Graças, Marília bela,
graças à minha estrela!
(Tomás Antônio Gonzaga, Obras Completas)
Texto 2
Jerônimo levantou-se, quase que maquinalmente, e, seguido por Piedade, aproximou-se da grande roda que se formara em torno dos dois mulatos. Aí, de queixo grudado às costas das mãos contra uma cerca de jardim, permaneceu, sem tugir nem mugir, entregue de corpo e alma àquela cantiga sedutora e voluptuosa que o enleava e tolhia, como à robusta gameleira brava o cipó flexível, carinhoso e traiçoeiro.
E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por uma saia, surgir de ombros e braços nus, para dançar. A lua destoldara-se nesse momento, envolvendo-a na sua cama de prata, a cujo refulgir os meneios da mestiça melhor se acentuavam, cheios de uma graça irresistível, simples, primitiva, feita toda de pecado, toda de paraíso, com muito de serpente e muito de mulher.
(Aluísio Azevedo, O Cortiço, 1991)
GUIMARAENS, Alphonsus. Hão de chorar por ela os cinamomos.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/literatura/cinco-poemasalphonsus-guimaraens.htm>;. Acesso em: 22 set. 2016.
Essa peculiaridade do Simbolismo dá-se porque, para os simbolistas, a morte
Podre meu Pai! A Morte o olhar lhe vidra. Em seus lábios que os meus lábios osculam Microrganismos fúnebres pululam Numa fermentação gorda de cidra.
Duras leis as que os homens e a hórrida hidra A uma só lei biológica vinculam, E a marcha das moléculas regulam, Com a invariabilidade da clepsidra!...
Podre meu Pai! E a mão que enchi de beijos Roída toda de bichos, como os queijos Sobre a mesa de orgíacos festins!...
Amo meu Pai na atômica desordem Entre as bocas necrófagas que o mordem E a terra infecta que lhe cobre os rins!
I. As estrofes que começam por “Podre meu Pai!” reiteram a ideia de que, por trás da Morte, há a presença de bichos e microrganismos cuja função é servir à lei biológica, que conduz todo ser vivo ao seu fim e à dissolução. II. O poema, por ser um soneto, contrasta com a produção de Augusto dos Anjos, em geral marcada pela presença de versos livres e pela renovação formal. III. O uso de vocabulário científico, transformado em linguagem poética pelo autor, é percebido na poesia de Augusto dos Anjos. A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
(Massaud Moisés. A literatura portuguesa, 1994. Adaptado.)
Considerando esta breve caracterização, assinale a alternativa em que se verifica o trecho de um poema simbolista.
A questão abordam um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944).
Leia os versos de Camilo Pessanha para responder à questão.
De sob o cômoro1
quadrangular
Da terra fresca que me há-de inumar2
,
E depois de já muito ter chovido,
Quando a erva alastrar com o olvido3
,
Ainda, amigo, o mesmo meu olhar
Há-de ir humilde, atravessando o mar,
Envolver-te de preito4
enternecido,
Como o de um pobre cão agradecido.
(Clepsidra, 1987.)
1cômoro: elevação de terreno não muito alta.
2inumar: enterrar.
3olvido: esquecimento.
4preito: tributo, homenagem.
Leia os versos de Camilo Pessanha para responder à questão.
De sob o cômoro1
quadrangular
Da terra fresca que me há-de inumar2
,
E depois de já muito ter chovido,
Quando a erva alastrar com o olvido3
,
Ainda, amigo, o mesmo meu olhar
Há-de ir humilde, atravessando o mar,
Envolver-te de preito4
enternecido,
Como o de um pobre cão agradecido.
(Clepsidra, 1987.)
1cômoro: elevação de terreno não muito alta.
2inumar: enterrar.
3olvido: esquecimento.
4preito: tributo, homenagem.

INSTRUÇÃO: Para responder à questão , leia o trecho de O cortiço, de Aluísio de Azevedo, e preencha as lacunas.
Bertoleza é que continuava na cepa torta, sempre a mesma crioula suja, sempre atrapalhada de serviço, sem domingo nem dia santo: essa, em nada, em nada absolutamente, participava das novas regalias do amigo: pelo contrário, à medida que ele galgava posição social, a desgraçada fazia-se mais e mais escrava e rasteira.
A personagem Bertoleza em O cortiço, de Aluísio de
Azevedo, representa o fatalismo_________ que se presentifica
em muitas obras _________, pautadas pela forte
influência de escritores franceses como _________.
Nada há que me domine e que me vença
Quando a minh’alma mudamente acorda...
Ela rebenta em for, ela transborda
Nos alvoroços da emoção imensa.
Sou como um Réu de celestial sentença,
Condenado do Amor, que se recorda
Do Amor e sempre no Silêncio borda
De estrelas todo o céu em que erra e pensa.
Claros, meus olhos tornam-se mais claros
E tudo vejo dos encantos raros
E de outras mais serenas madrugadas!
Todas as vozes que procuro e chamo
Ouço-as dentro de mim porque eu as amo
Na minha alma volteando arrebatadas
I. A subjetividade, a sugestão no conteúdo e um cultivo à técnica formal revelam características da obra de um dos poetas mais importantes da escola simbolista.
II. Substantivos comuns grifados com maiúsculas, a obsessão pelo claro, pela cor branca, são marcas do poeta Cruz e Souza.
III. As aliterações são também um traço típico da obra deste poeta, perceptíveis no poema “Inefável”.
IV. Característica típica do simbolismo, o eu lírico neste poema sofre fisicamente por um amor não vivido.
As afirmativas corretas são, apenas,