Questões de Vestibular
Sobre simbolismo em literatura
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A lua banha a solitária estrada...
Silêncio!... Mas além, confuso e brando,
O som longínquo vem-se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.
São fidalgos que voltam da caçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as trompas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
E o silêncio outra vez soturno desce,
E límpida, sem mácula, alvacenta
A lua a estrada solitária banha...
O texto do crítico Sergius Gonzaga refere-se a características da obra de Raimundo Correia, também perceptíveis no poema da questão.
“Raimundo Correia é um dos poetas mais ligados aos padrões do movimento __________. Alguns críticos valorizam nele o __________, muitas vezes acrescido de uma __________ que __________”.
(GONZAGA, Sergius. Curso de Literatura Brasileira. Adaptado.)
A alternativa que completa as lacunas do excerto adequadamente é:
A Carolina
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda a humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa e separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
(Dedicatória de Relíquias da casa velha).
“Quem inicia o estudo da poética brasileira das últimas décadas do século XIX vê-se diante da pretensa ‘impassibilidade’ do Parnasianismo. Para o registro da realidade, o poeta não poderia ser subjetivo, evidenciando seus sentimentos. Ele deveria limitar- se a descrever situações "neutramente", sem se envolver com elas. Essa pretensa "impassibilidade", entretanto, não existiu. Nem seria possível, pois o poeta só pode construir o poema selecionando situações, palavras imagens, a partir de sua própria perspectiva. A subjetividade é inerente às ações humanas. [...] As transformações técnicas e os movimentos sociais do século XIX não poderiam conformar-se ao exaurido sentimentalismo ultrarromântico. Castro Alves e outros românticos deram os primeiros passos na direção da objetividade, trajetória a ser continuada pelos poetas [...] que defendiam uma poesia ‘científica’, que associasse o lirismo do poeta ao realismo da representação objetiva”. (Benjamim Abdla Junior – Luz realista, forma parnasiana, estética decadentista adaptação).
Soneto IV de Via-Láctea
Como a floresta secular, sombria,
Virgem do passo humano e do machado,
Onde apenas, horrendo, ecoa o brado
Do tigre, cuja agreste ramaria.
Não atravessa nunca a luz do dia,
Assim também, da luz do amor privado,
Tinhas o coração ermo e fechado,
Como a floresta secular, sombria...
Hoje, entre os ramos, a canção sonora
Soltam festivamente os passarinhos.
Tinge o cimo das árvores a aurora...
Palpitam flores, estremecem ninhos...
E o sol do amor, que não entrava outrora,
Entra dourando a areia dos caminhos.
Pelas características apresentadas no texto e pelas encontradas no poema acima (rimas raras, preferência pelo rigor formal do soneto, medição das ideias, dentre outras), podemos afirmar que Roberto Sarmento Lima refere-se ao poeta ____________, ligado ao movimento denominado _______________, respectivamente.
Pelas características destacadas, em que opção estão a escola literária e o autor a que o texto se refere?
I. Carlos Drummond de Andrade, em sua vasta obra, fala frequentemente sobre a nostalgia do passado, os obstáculos que a vida oferece, a angústia diante da morte, a monotonia da vida, a preocupação social e política, a própria poesia e a falta de perspectiva do homem. II. João Cabral de Melo Neto, em Morte e vida severina, revela a preocupação social, pois retrata os problemas do homem nordestino ante o seu meio. III. Cruz e Sousa é considerado um importante escritor simbolista brasileiro, porque produziu uma obra que transcende os limites da escola romântica, realista e da parnasiana, enfocando os problemas sociais, principalmente o do negro escravo, a partir de suas vivências pessoais.
Leia o seguinte poema de Cruz e Sousa.
Vida obscura
Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro,
Ó ser humilde entre os humildes seres.
Embriagado, tonto dos prazeres,
O mundo para ti foi negro e duro.
Atravessaste num silêncio escuro
A vida presa a trágicos deveres
E chegaste ao saber de altos saberes
Tornando-te mais simples e mais puro.
Ninguém Te viu o sentimento inquieto,
Magoado, oculto e aterrador, secreto,
Que o coração te apunhalou no mundo.
Mas eu que sempre te segui os passos
Sei que cruz infernal prendeu-te os braços
E o teu suspiro como foi profundo!
SOUSA, João da Cruz e. Vida obscura. In: MOISÉS, Massaud. A literatura brasileira através dos textos. 21 ed. São Paulo: Cultrix, 2000. p. 314.
No final do século XIX, a arte simbolista surgiu, como uma proposta voltada para a hegemonia do sujeito e contrária à supremacia do materialismo.
Sabendo disso, assinale a alternativa que apresenta elementos simbolistas presentes no texto.
Que período da literatura nacional representa a inversão dessa dinâmica e marca o momento em que, não somente os influxos internos subjugam os externos, mas também nos veremos, pela primeira vez, influenciando as literaturas estrangeiras (marcadamente a de Portugal)?

Os fragmentos acima representam os estilos de época, respectivamente:
Instrução: A questão toma por base o soneto Acrobata da dor, do poeta simbolista brasileiro Cruz e Sousa (1861-1898):
Acrobata da Dor
Gargalha, ri, num riso de tormenta,
como um palhaço, que desengonçado,
nervoso, ri, num riso absurdo, inflado
de uma ironia e de uma dor violenta.
Da gargalhada atroz, sanguinolenta,
agita os guizos, e convulsionado
Salta, gavroche, salta clown, varado
pelo estertor dessa agonia lenta...
Pedem-te bis e um bis não se despreza!
Vamos! retesa os músculos, retesa,
nessas macabras piruetas d’aço...
E embora caias sobre o chão, fremente,
afogado em teu sangue estuoso e quente,
ri! Coração, tristíssimo palhaço.
(João da Cruz e Sousa. Obra completa. Rio de Janeiro: Editora Aguilar, 1961.)
O Simbolismo se caracterizou, entre outros aspectos, pela exploração dos sons da língua para estabelecer nos poemas uma musicalidade característica, por meio de diferentes processos de repetição de sons ao longo dos versos e em estrofes inteiras. Na primeira estrofe do soneto de Cruz e Sousa nota-se esse procedimento de repetição, especialmente no
I. primeiro verso.
II. segundo verso.
III. terceiro verso.
IV. quarto verso.

Os versos filiam-se ao estilo
Não se mostre na fábrica o suplício
Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
Sem lembrar os andaimes do edifício:
Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.
Na frase, os espaços devem ser preenchidos por