Questões de Vestibular de Português - Crase

Foram encontradas 108 questões

Ano: 2017 Banca: IF-MT Órgão: IF-MT Prova: IF-MT - 2017 - IF-MT - Vestibular - Primeiro Semestre |
Q1269170 Português

Leia atentamente o texto abaixo, publicado na coluna “Dicas de Português” do G1 online, em 27 de junho de 2012.

Saiba quando podemos usar crase antes de palavras masculinas

Publicamos outro dia nesta coluna: “Não há crase antes de palavra masculina”. Entre os comentários recebidos estava uma crítica de um leitor. Veja: “Acredito que há exceção a esta regra, tanto no que se refere a expressões que denotam modo/moda (Filé à Osvaldo Aranha) quanto no uso do pronome demonstrativo “aquele” com verbo que peçam a preposição “a” (Dedicou-se àquele amor por toda a vida).”

Diante da publicação e da ressalva do leitor, analise as orações abaixo quanto ao uso ou à ausência do sinal grave, indicador de crase, e assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Ano: 2016 Banca: UPENET/IAUPE Órgão: UPE Prova: UPENET/IAUPE - 2016 - UPE - Vestibular - 1º Dia |
Q1267813 Português
Texto 1

COMPREENDER O BRASIL É DIFÍCIL, MAS NÃO IMPOSSÍVEL

     Ouvimos muitos comentários de analistas sociais e também do senso comum (sobretudo) de que o grande mal do Brasil é o “jeitinho brasileiro”, que é atrelado à corrupção. Pois bem, a observação não é de todo errada, mas esconde outro truísmo aparente. Os males do Brasil enquanto nação e enquanto Estado assentam-se em dois pilares: o genocídio indígena e a escravidão africana.
     Advém daí o machismo e a cultura do estupro: as índias foram as primeiras a serem violentadas pelo colonizador europeu, o que acabou naturalizando essa abominável prática de invasão do corpo do outro, tempos depois aplicando-se o mesmo “método” no corpo da mulher negra e da mulher branca. Os escravocratas, em uma sociedade patriarcal, tornaram legítima também a decisão sobre o corpo da mulher, inclusive da sua esposa: bela, recatada e do lar, e da sua ama de leite (a mãe preta), cujo leite afro acalentava seu filho branco.
     Advém daí o racismo: o colonizador branco, com a chancela da religião cristã e da ciência, arrogou para si a superioridade racial branca, em detrimento do negro, do indígena e do asiático. Nem o questionável 13 de maio nem o estado democrático de direito superou isso. Isso é reproduzido hoje em nível societário. Quem mais morre nas periferias das cidades brasileiras são negros. Alguém cantou num passado recente “todo camburão tem um pouco de navio negreiro”.
     Advém daí o paternalismo: transplantamos para nossas relações humanas as antigas relações típicas de senhor escravo, não na acepção nietzschiana (moral do senhor/moral do escravo), mas na acepção eugênica herdada do darwinismo social de Spencer, que hierarquizou as raças, estando essas associadas ao processo civilizatório de aculturação do indígena, método descrito de forma primorosa por Alfredo Bosi em “As flechas do Sagrado”. Os jesuítas arrogaram para si a responsabilidade por “cuidar do indígena”, inculcando no colonizado a dependência contínua na esteira da “benevolência” mal intencionada. Mal sabiam os colonizadores que as etnias também negociavam, como enunciou Eduardo Viveiros de Castro em “A inconstância da alma selvagem”: os tupinambás jamais abriram mão do que lhes era essencial, a guerra.
     Advém daí o genocídio negro: desde 1982 até 2014 foram 1,2 milhões de negros mortos pela polícia nas periferias, dados da Anistia Internacional. O negro de hoje é o escravizado de ontem e o corpo reificado de anteontem. Na imprensa de hoje, a morte de um jovem branco de classe média suscita debates em torno da violência, ao passo que a morte de um negro é mais uma estatística. Do mesmo modo que a violência contra a mulher é naturalizada e contra a mulher negra duas vezes mais, pois aprendemos com a “globeleza” que o corpo negro feminino é o veículo do pecado e que o corpo feminino deve ser submetido à vontade do corpo masculino, estando apto desde sempre a servi-lo.
     Advém daí o genocídio indígena, ainda em curso. Ruralistas e posseiros o fazem à luz do dia no Norte e Centro-Oeste do país. A imprensa fala pouco, o silêncio cemiterial em torno do tema é um crime confesso, típico de quem consente porque se cala.
     Advém daí a corrupção, pois, no processo colonizatório, legitimou-se a prática de que tudo tem seu preço, quando até mesmo o corpo do outro poderia ser negociado, outrora o escravizado, tempos depois o trabalhador fabril, hoje qualquer alma vulnerável ao consumismo em busca de status.
     Resumo da ópera: a corrupção é um subciclo de dois ciclos maiores: genocídio e escravidão. Por isso esses dois temas interessam a todos os brasileiros. Enquanto não encararmos isso, não avançaremos como povo ou como nação.

Victor Martins. Disponível em: http://www.circulopalmarino.org.br/2016/05/compreender-o-brasil-e-dificil-mas-nao-impossivel. Acesso em: 14/07/16. Adaptado.
No que se refere a alguns aspectos formais presentes no Texto 1, analise as proposições a seguir.
I. No trecho: “(...) e da sua ama de leite (a mãe preta), cujo leite afro acalentava seu filho branco.” (2º parágrafo), a substituição da forma verbal ‘acalentava’ por ‘nutria’ acarretará a seguinte alteração na regência: ‘(...) e da sua ama de leite (a mãe preta), em cujo leite afro nutria seu filho branco.’. II. No trecho: “Quem mais morre nas periferias das cidades brasileiras são negros.” (3º parágrafo), a forma verbal destacada está no plural em concordância com o predicativo plural ‘negros’. III. No trecho: “Ouvimos muitos comentários (...) de que o grande mal do Brasil é o ‘jeitinho brasileiro’, que é atrelado à corrupção.” (1º parágrafo), o sinal indicativo de crase é opcional, já que o verbo ‘atrelar’, no contexto em que se insere, pode também ser transitivo direto. IV. O segmento destacado no trecho: “Ruralistas e posseiros o fazem à luz do dia no Norte e Centro-Oeste do país.” (6º parágrafo) exemplifica um caso de próclise; a forma enclítica correspondente é ‘fazem-no’.
Estão CORRETAS:
Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2017 - IF-PE - Vestibular - Técnico Superior |
Q1267494 Português

TEXTO 2

“O BONZINHO SE DÁ MAL”: GENEROSIDADE E MANIPULAÇÃO


(1) Você tenta levar sua vida direitinho. Busca ser cordial e ter empatia com o semelhante. Trata o outro bem, pois acha que é assim que qualquer criatura merece ser tratada. Com quem gosta mais, vai além. Se lhe sobra, compartilha. Quando vê o erro, o instinto de proteção passa na frente e você tenta alertar. Se cabem dois, por que ir sozinho? Isso te alegra, então eu fico contente.

(2) A você, tudo isso parece ser natural, orgânico. E daí você se engana. De forma egoísta, acha que tem o direito de retirar do outro o direito de ser quem ele é. Quer recíproca, similaridade, espelhamento de atitudes. Vê injustiça na troca, acha que faz mais e recebe menos. “Trouxa, agora está aí cultivando mágoas. Da próxima vez, farei diferente”. E não reflete sobre tudo o que se passou.

(3) Ser verdadeiramente generoso é uma virtude que contempla um pequeno punhado de pessoas. Em geral, emprestamos em vez de doar. E não fazemos isso por uma debilidade de caráter: a vida se mantém a partir de trocas, tudo só existe em relação.

(4) Quando tentamos oferecer algo gratuitamente, inconscientemente esperamos alguma contrapartida: reconhecimento, carinho, atenção, prestígio, escuta, aprovação. Às vezes, buscamos apenas sermos percebidos e validados naquilo que somos, mas não cremos ser. É bem comum. Nisso, tornam-se admiráveis os que ajudam desconhecidos, sem se importarem com os problemas dos que estão próximos – a quem poderão cobrar pela generosidade?

(5) O mesmo vale para os mercenários: aqueles que sabem dar preço às coisas mais impalpáveis, que encontram equivalência entre dois valores tão díspares, mas deixam as intenções às claras. Só nos sentimos enganados quando não deixamos às claras o preço das nossas atitudes.

(6) A generosidade é uma das formas mais primitivas de manipulação desenvolvidas pelo ser humano. Vem do berço. Mais precisamente, do colo. A nossa primeira referência de doação vem da mãe, ou de quem exerceu esse papel. O bebê, indefeso e incapaz, estará submetido à oferta que provém dessa fonte. E aí aprendemos o que é chantagem emocional, que mais tarde se traduzirá no duelo entre o “só eu sei o que fiz por você” versus “você poderia ser melhor para mim”. Quem sai vencedor? A culpa. Justo ela, uma das emoções mais tóxicas que povoam nossa alma.

(7) O comportamento de abuso é fruto desse eixo desestrutural, seja para o abusador ou para o abusado. Há, inclusive, uma espécie de alternância entre esses papéis. Quando o dito generoso se vê menosprezado pelo outro, diz: isso é um absurdo, depois de tudo que eu fiz. Mas não percebe o quanto esse fazer é, em si, uma atitude abusiva.

(8) Isso não é uma ode ao egoísmo ou à ganância. Mas a partilha saudável é aquela que se dá em acordo, de forma pura. Se não consegue, melhor não ser generoso, para também não ser hipócrita. Ou, pior: emitir faturas para guardá-las na gaveta, à espera da melhor oportunidade de apresentá-la àquele que julgar devedor. Não esqueçamos: são as boas intenções que lotam o inferno.

TORRES, João Rafael. “O bonzinho se dá mal”: generosidade e manipulação. Disponível em: https://www.metropoles.com/colunas-blogs/psique/o-bonzinho-se-da-mal-generosidade-e-manipulacao. Acesso: 08 out. 2017(adaptado).

Diversas regras definem o emprego do acento grave indicativo da crase. A esse respeito, analise as expressões destacadas nas proposições a seguir e assinale a alternativa CORRETA.


I. Em: “sabem dar preço às coisas mais impalpáveis” e “deixam as intenções às claras” (5º parágrafo), o acento grave foi aplicado pela mesma razão.

II. Em: “Às vezes, buscamos apenas sermos percebidos” (4º parágrafo), houve o emprego do acento grave por se tratar de uma locução adverbal feminina.

III. No trecho: “submetido à oferta que provém dessa fonte” (6º parágrafo), a crase ocorreu pela presença de termo que exige a preposição “a” e palavra feminina determinada pelo artigo “a”.

IV. No trecho: “à espera da melhor oportunidade” (8º parágrafo), o acento grave foi utilizado por se tratar de uma locução prepositiva.

V. Em: “uma ode ao egoísmo ou à ganância”, (8º parágrafo) houve a ocorrência de crase, porém, nesse caso, o uso do acento grave é facultativo.


Estão CORRETAS, apenas, as proposições

Alternativas
Ano: 2017 Banca: IF-PE Órgão: IF-PE Prova: IF-PE - 2017 - IF-PE - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1266697 Português

Briga à toa – Jorge de Altinho

Briga à toa – Jorge de Altinho Se você quer voltar pra mim

Tem que me dizer agora

Meu amor, vamos embora

Pois quem ama, não demora

A gente perde tempo à toa

Não tem briga boa, bom mesmo é amar

Você sofrendo, me querendo

E eu aqui roendo, doido pra voltar

Não adianta mais fingir

Que não dá mais pra ir na mesma direção

É bom a gente se entender

Pra depois não sofrer com a separação

Disponível: < https://www.letras.mus.br/jorge-de-altinho/briga-a-toa/>. Acesso em: 10 maio. 2017.

No título da música “Briga à toa” do compositor pernambucano Jorge de Altinho, transcrita no TEXTO, há um acento grave indicativo de crase que se justifica pelo fato de “à toa” ser uma locução adverbial de modo. Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela em que a afirmativa acerca da omissão ou o do uso da crase está CORRETA.
Alternativas
Ano: 2018 Banca: UENP Concursos Órgão: UENP Prova: UENP Concursos - 2018 - UENP - Vestibular - 1º Dia |
Q1266522 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão. 
Entalhando a felicidade
“Madeira é um elemento que tem que ser respeitado. Eu nasci numa casa de madeira, me criei numa casa de madeira. Ela era feita com árvores retiradas dali, da região”, conta José Belaque, 63. O artesão expõe suas peças no Calçadão de Londrina, esquina com Hugo Cabral, de segunda a sexta. Após uma vida dedicada ao trabalho contínuo e sistemático, Belaque parece ter encontrado, na madeira, a felicidade.
As peças são criadas para discursar. Os móveis para bonecas obedecem à arte vitoriana, período que estudou em um trabalho como guia turístico. Formas, desenhos, cores, tudo leva ao passado. “A minimização, ou seja, a cozinha do adulto que tinha nas fazendas, agora é feita para as bonecas. A criança vai aprendendo, por meio do brinquedo, a história”, afirma.
História na expressão e na própria madeira. “Isso tudo é um resgate. Foi uma árvore que deu frutos, sombra, conforto e de repente ela se torna um elemento positivo”, defende. “Quando eu era criança, não tinha indústria de brinquedos e a gente queria brincar. Então, os avós e pais construíam os brinquedos de uma forma artesanal. Eu quis voltar num tempo em que se construíam os brinquedos, elementos decorativos e móveis dentro de casa”, afirma.
Há quatro anos, tomou a decisão de viver da arte após a constatação de ter realizado bons trabalhos em sua carreira, já satisfeito com o ponto aonde tinha chegado. A oficina funciona no fundo da casa de Belaque. “Eu estou fazendo uma coisa que amo fazer, na hora em que tenho interesse, então eu digo que estou no período fetal. Eu almoço quando tenho fome, levanto quando o corpo pede, trabalho e me estendo até de madrugada quando estou empolgado”, sorri.
E vai criando conforme suas crenças e constatações expressas na madeira. Recicladas e não recicladas, afirma usar mais o pínus por questão de respeito e custo. As madeiras de primeira linha que possui são controladas e faz questão de afirmar: “Eu só trabalho com aquelas que têm o selo de controle, se não tiver eu não aceito, não compro. Não dou força para criar-se esse comércio”, argumenta.
No fim, o resultado é a felicidade baseada no respeito pela natureza, pela arte e pela sua história. “Dinheiro é maravilhoso, mas chega um período em que ele não é mais tão importante, porque a felicidade não é o dinheiro que traz. É você realizar aquilo que gosta de fazer. Isso é felicidade”, acredita.
(Adaptado de: GONÇALVES, É. Entalhando a felicidade. Londrina: Folha de Londrina, Folha Mais, 26 e 27 de maio de 2018, p. 1). 

Em relação aos recursos linguístico-semânticos presentes no texto, considere as afirmativas a seguir.

I. Na oração “Os móveis para bonecas obedecem à arte vitoriana”, a presença da preposição a deve-se à exigência feita pelo verbo.

II. Em “O artesão expõe suas peças no Calçadão de Londrina, esquina com Hugo Cabral, de segunda a sexta”, não se emprega a crase porque o a é uma mera preposição.

III. Em “Dinheiro é maravilhoso, mas chega um período em que ele não é mais tão importante”, o conectivo “mas” estabelece uma relação de oposição com a ideia expressa anteriormente.

IV. Em “Então, os avós e pais construíam os brinquedos de forma artesanal” a partícula “então” estabelece uma relação de alternância.

Assinale a alternativa correta.

Alternativas
Respostas
71: B
72: D
73: C
74: B
75: D