Questões de Vestibular de Português - Figuras de Linguagem
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1 - Tudo que você já fez
É tanta coisa que eu não sei
Não sei se eu saberia
Chegar até o final do dia sem você
(Tudo sobre você /Zélia Duncan)
2 - Lisa, que me alisa
Seu suor, o sal que sai do sol
Da superfície!
(Alma/Arnaldo Antunes)
3 - Não somos o
Que queríamos ser
Somos um breve pulsar
Em um silêncio
Com a idade do céuantigo
(A idade do céu/Moska)
4 - Amor que sempre foi meu forte
Não tenho tido muita sorte
Estou sozinho e sem saída
Sem dinheiro e sem comida e feliz da vida
(Felicidade/Luiz Tatit)
5 - Sob a janela do quarto
A cama dorme vazia
Encaro nosso retrato
Sorrindo sobre o criado
No meio da noite fria
(Noite torta/Itamar Assumpção)
( ) aliteração
( ) personificação
( ) paradoxo
( ) metáfora
( ) hipérbole
1
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.
2
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
João Cabral de Melo Neto, A educação pela pedra.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos.
Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Para a composição do texto, o autor recorre ao emprego reiterado do recurso da antítese, como se pode verificar nos pares de palavras “princípio" e “fim", e “nascimento" e “morte". Examine os seguintes pares de palavras, considerando a relação de sentido que eles têm no contexto.
I "campa" e “berço";
II “galante" e "novo";
III “introito" e “cabo";
IV “rijos" e “prósperos".
É correto afirmar que constituem antíteses apenas os pares
Tá legal
Eu aceito o argumento
Mas não me altere o samba tanto assim
Olha que a rapaziada está sentindo a falta
De um cavaco, de um pandeiro
Ou de um tamborim.
Sem preconceito
Ou mania de passado
Sem querer ficar do lado
De quem não quer navegar
Faça como um velho marinheiro
Que durante o nevoeiro
Leva o barco devagar.
Ao empregar, na letra da canção, o verbo “navegar" em sentido metafórico e desdobrar esse sentido nos versos seguintes, o compositor recorre ao seguinte recurso expressivo:
Paulinho conta que cresceu comendo o trivial. Seu pai viveu 88 anos à base de arroz, feijão, bife e batata frita. De vez em quando, feijoada. Massa, também. "Mas nada muito sofisticado."
Com exceção de algumas dores de coluna, aos 70 anos, goza de plena saúde. O músico credita sua boa forma ao estilo de vida, como se sabe, não dado a exageros e grandes ansiedades.
T. Cardoso, Valor, 28/06/2013. Adaptado.
Considere estas afirmações sobre elementos linguísticos presentes no texto:
I O verbo “traçar" pertence a um registro linguístico diverso do que predomina no texto.
II No trecho "um dos mais requintados italianos do Rio", ocorre elipse de um substantivo.
III Com as aspas em "Mas nada muito sofisticado", o autor do texto imprime, a essa expressão, um tom irônico.
Tendo em vista o contexto, está correto apenas o que se afirma em