Questões de Vestibular Sobre interpretação de textos em português

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Q1796200 Português
Leia a fábula "O gato e a barata", de Millôr Fernandes, para responder à questão.

     A baratinha velha subiu pelo pé do copo que, ainda com um pouco de vinho, tinha sido largado a um canto da cozinha, desceu pela parte de dentro e começou a lambiscar o vinho. Dada a pequena distância que nas baratas vai da boca ao cérebro, o álcool lhe subiu logo a este. Bêbada, a baratinha caiu dentro do copo. Debateu-se, bebeu mais vinho, ficou mais tonta, debateu-se mais, bebeu mais, tonteou mais e já quase morria quando deparou com o carão do gato doméstico que sorria de sua aflição, do alto do copo.
     – Gatinho, meu gatinho –, pediu ela – me salva, me salva. Me salva que assim que eu sair daqui eu deixo você me engolir inteirinha, como você gosta. Me salva.
     – Você deixa mesmo eu engolir você? – disse o gato.
     – Me saaaalva! – implorou a baratinha. – Eu prometo. 
    O gato então virou o copo com uma pata, o líquido escorreu e com ele a baratinha que, assim que se viu no chão, saiu correndo para o buraco mais perto, onde caiu na gargalhada. 
     – Que é isso? – perguntou o gato. – Você não vai sair daí e cumprir sua promessa? Você disse que deixaria eu comer você inteira.
     – Ah, ah, ah – riu então a barata, sem poder se conter. – E você é tão imbecil a ponto de acreditar na promessa de uma barata velha e bêbada?
    Moral: Às vezes a autodepreciação nos livra do pelotão.

(Diana Luz Pessoa de Barros. Teoria semiótica do texto, 2005.)
A função do texto, considerado o gênero a que pertence, é sobretudo
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Q1796199 Português
Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
"[...] para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que [...]" (3° parágrafo).
Considerado o contexto, a expressão sublinhada pode ser entendida como:
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Q1796197 Português
Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
Considerado o contexto do primeiro parágrafo, o verbo sublinhado indica um acontecimento habitual, frequente, no passado, na frase:
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Q1796196 Português
Considere o trecho inicial do conto "Uns sábados, uns agostos", de Caio Fernando Abreu, para responder à questão.

      Eles vinham aos sábados, sem telefonar. Não lembro desde quando criou-se o hábito de virem aos sábados, sem telefonar – e de vez em quando isso me irritava, pensando que se quisesse sair para, por exemplo, passear pelo parque ou tomar uma dessas lanchas de turismo que fazem excursões pelas ilhas, não poderia porque eles bateriam com as caras na porta fechada e ficariam ofendidos (eles eram sensíveis) e talvez não voltassem nunca mais. E como, aos sábados, eu jamais faria coisas como ir ao parque ou andar nessas tais lanchas que fazem excursões pelas ilhas, era obrigado a esperá-los, trancado em casa. Certamente os odiava um pouco enquanto não chegavam: um ódio de ter meus sábados totalmente dependentes deles, que não eram eu, e que não viveriam a minha vida por mim – embora eu nunca tivesse conseguido aprender como se vive aos sábados, se é que existe uma maneira específica de atravessá-los.  
[...]
     E afinal, chovesse ou fizesse sol, sagradamente lá estavam eles, aos sábados. Naturalmente chovesse-ou-fizesse-sol é apenas isso que se convencionou chamar força de expressão, já que há muito tempo não fazia sol, talvez por ser agosto − mas de certa forma é sempre agosto nesta cidade, principalmente aos sábados.
      Não é que fossem chatos. Na verdade, eu nunca soube que critérios de julgamento se pode usar para julgar alguém definitivamente chato, irremediavelmente burro ou irrecuperavelmente desinteressante. Sempre tive uma dificuldade absurda para arrumar prateleiras. Acontece que não tínhamos nada em comum, não que isso tenha importância, mas nossas famílias não se conheciam, então não podíamos falar sobre os meus pais ou os avós deles, sobre os meus tios ou os seus sobrinhos ou qualquer outra dessas combinações genealógicas. Também não sabia que tipo de trabalho faziam, se é que faziam alguma coisa, nem sequer se liam, se estudavam, iam ao cinema, assistiam à televisão ou com que se ocupavam, enfim, além de me visitar aos sábados.

(Caio Fernando Abreu. Mel e girassóis, 1988. Adaptado.) 
Ao dizer "força de expressão" (2° parágrafo), o narrador informa que não se devem tomar as palavras em seu sentido
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Q1796193 Português
Leia o texto de Teresinha Costa para responder à questão.

     Em História social da criança e da família, Philippe Ariès faz um estudo na Europa, no período compreendido entre a Idade Média e o século XX, para demonstrar como a definição de criança se modificou no decorrer do tempo de acordo com parâmetros ideológicos. Pela análise de pinturas, diários, esculturas e vitrais produzidos na Europa no período anterior aos ideais da Revolução Francesa, Ariès forja a expressão "sentimento da infância" para designar "a consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto". Esse sentimento vai aparecer a partir apenas do século XVII.
Na Idade Média, a criança era vista como um pequeno adulto, sem características que a diferenciassem, e desconsiderada como alguém merecedor de cuidados especiais. Isso não significava que as crianças fossem até então desprezadas ou negligenciadas, mas sim que não se tinha consciência de uma série de particularidades intelectuais, comportamentais e emocionais que passaram, então, a ser consideradas como inerentes ou até mesmo naturais às crianças. Ariès comenta, inclusive, que os pintores ocidentais reproduziam crianças vestidas como pequenos adultos, e que somente percebemos se tratar de uma criança devido ao seu tamanho reduzido. Nas sociedades agrárias, a infância era um período rapidamente superado e, tão logo a criança adquiria alguma independência, passava a participar da vida dos adultos e de seus trabalhos, jogos e festas.

(Psicanálise com crianças, 2010.)
De acordo com o texto, a pesquisa de Philippe Ariès
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Q1796192 Português
Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
Considere os versos:
"Não basta abrir a janela Para ver os campos e o rio." "E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse"
No contexto, os termos sublinhados podem ser corretamente substituídos por:
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Q1796190 Português
Leia o poema de Alberto Caeiro para responder à questão.

Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave1 .
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.

(Obra poética, 1992.)

1cave: pavimento de uma construção que fica abaixo do nível do solo.
De acordo com o poema,
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Q1796189 Português
Considere a tirinha de Laerte.
Imagem associada para resolução da questão
(folha.uol.com.br)
Para a construção de seu significado, a tirinha recorre
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Ano: 2021 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2021 - CEDERJ - Vestibular - 2021.2 |
Q1795854 Português
Sujeito de Sorte
Belchior 

Presentemente eu posso me
Considerar um sujeito de sorte
Porque apesar de muito moço
Me sinto são, e salvo, e forte.

E tenho comigo pensado
Deus é brasileiro e anda do meu lado
E assim já não posso sofrer
No ano passado.

Tenho sangrado demais
Tenho chorado pra cachorro
Ano passado eu morri
Mas esse ano eu não morro
(...)

Disponível em https://www.letraz.com.br/belchior/sujeito-de-sorte/. Acesso em:
04 de maio de 2021
“Me sinto são, e salvo, e forte.”
No verso em destaque, percebe-se a repetição da conjunção “e”.
Tal recurso linguístico tem uma função dentro do texto II, que se traduz como o objetivo de se
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Ano: 2021 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2021 - CEDERJ - Vestibular - 2021.2 |
Q1795852 Português
A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência, a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão. Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é uma outra maneira de se relacionar com a realidade, muito diferente da ciência.
Infelizmente, hoje em dia, parece que essa questão está novamente a mil com a chamada ‘guerra’ entre a ciência e a religião. Na verdade, essa é uma guerra fabricada, porque, por exemplo, se você pergunta aos cientistas, mais ou menos 40% deles, ao menos nos Estados Unidos — não sei se existe essa estatística no Brasil, talvez seja até maior aqui —, acreditam em alguma forma de divindade, de Deus.
(...)
Para esses cientistas, existe um compromisso, uma complementaridade entre o seu trabalho e a sua fé. Não existe nenhum problema nesse caso. Mas, infelizmente, existe conflito em outras situações. 
(...)
A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula, o professor diz que não. Que em seis dias Deus fez o mundo, que nós somos todos descendentes de Adão e Eva e o mundo tem apenas dez mil anos.
Note que a proposta é que isso seja ensinado em pé de igualdade. São duas versões da mesma história e nenhuma é melhor do que a outra. Mas são, sim, duas histórias muito diferentes, com um objetivo muito diferente. Então, a questão é como é construída a informação na ciência.
(...) Não existe a possibilidade de um cientista afirmar: eu acho que esse pedaço de osso aqui tem três milhões de anos. Você sabe que tem três milhões de anos, com grande precisão.
(...)

Disponível em https://www.fronteiras.com/artigos/21-ideias-marcelo-gleiser-e-
a-complementaridade-entre-religiao-e-ciencia - adaptado. Acesso em: 05 de
maio de 2021.
O texto I é um artigo de opinião de natureza jornalística. Dessa forma, é possível afirmar que a função da linguagem predominante no texto é a
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Ano: 2021 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2021 - CEDERJ - Vestibular - 2021.2 |
Q1795851 Português
A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência, a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão. Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é uma outra maneira de se relacionar com a realidade, muito diferente da ciência.
Infelizmente, hoje em dia, parece que essa questão está novamente a mil com a chamada ‘guerra’ entre a ciência e a religião. Na verdade, essa é uma guerra fabricada, porque, por exemplo, se você pergunta aos cientistas, mais ou menos 40% deles, ao menos nos Estados Unidos — não sei se existe essa estatística no Brasil, talvez seja até maior aqui —, acreditam em alguma forma de divindade, de Deus.
(...)
Para esses cientistas, existe um compromisso, uma complementaridade entre o seu trabalho e a sua fé. Não existe nenhum problema nesse caso. Mas, infelizmente, existe conflito em outras situações. 
(...)
A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula, o professor diz que não. Que em seis dias Deus fez o mundo, que nós somos todos descendentes de Adão e Eva e o mundo tem apenas dez mil anos.
Note que a proposta é que isso seja ensinado em pé de igualdade. São duas versões da mesma história e nenhuma é melhor do que a outra. Mas são, sim, duas histórias muito diferentes, com um objetivo muito diferente. Então, a questão é como é construída a informação na ciência.
(...) Não existe a possibilidade de um cientista afirmar: eu acho que esse pedaço de osso aqui tem três milhões de anos. Você sabe que tem três milhões de anos, com grande precisão.
(...)

Disponível em https://www.fronteiras.com/artigos/21-ideias-marcelo-gleiser-e-
a-complementaridade-entre-religiao-e-ciencia - adaptado. Acesso em: 05 de
maio de 2021.
“Você sabe que tem três milhões de anos, com grande precisão.”
No fragmento em destaque, assim como em outras passagens do texto I, percebe-se o uso do “você”.
O objetivo do uso desse pronome de tratamento é
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Ano: 2021 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2021 - CEDERJ - Vestibular - 2021.2 |
Q1795850 Português
A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência, a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão. Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é uma outra maneira de se relacionar com a realidade, muito diferente da ciência.
Infelizmente, hoje em dia, parece que essa questão está novamente a mil com a chamada ‘guerra’ entre a ciência e a religião. Na verdade, essa é uma guerra fabricada, porque, por exemplo, se você pergunta aos cientistas, mais ou menos 40% deles, ao menos nos Estados Unidos — não sei se existe essa estatística no Brasil, talvez seja até maior aqui —, acreditam em alguma forma de divindade, de Deus.
(...)
Para esses cientistas, existe um compromisso, uma complementaridade entre o seu trabalho e a sua fé. Não existe nenhum problema nesse caso. Mas, infelizmente, existe conflito em outras situações. 
(...)
A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula, o professor diz que não. Que em seis dias Deus fez o mundo, que nós somos todos descendentes de Adão e Eva e o mundo tem apenas dez mil anos.
Note que a proposta é que isso seja ensinado em pé de igualdade. São duas versões da mesma história e nenhuma é melhor do que a outra. Mas são, sim, duas histórias muito diferentes, com um objetivo muito diferente. Então, a questão é como é construída a informação na ciência.
(...) Não existe a possibilidade de um cientista afirmar: eu acho que esse pedaço de osso aqui tem três milhões de anos. Você sabe que tem três milhões de anos, com grande precisão.
(...)

Disponível em https://www.fronteiras.com/artigos/21-ideias-marcelo-gleiser-e-
a-complementaridade-entre-religiao-e-ciencia - adaptado. Acesso em: 05 de
maio de 2021.
“A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula, o professor diz que não.”
O fragmento em destaque sinaliza uma estratégia argumentativa com base em
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Ano: 2021 Banca: CECIERJ Órgão: CEDERJ Prova: CECIERJ - 2021 - CEDERJ - Vestibular - 2021.2 |
Q1795849 Português
A diferença entre ciência e fé é a seguinte: em ciência, a gente tem que ver para crer. Você observa a natureza, você observa o mundo, obtém dados sobre como o mundo funciona, analisa esses dados e entende. Pela fé, você crê para ver. A crença vem antes da visão. Você acredita naquilo, nem precisa ver nada, acredita naquilo e esse, essencialmente, é o cerne da fé, que é uma outra maneira de se relacionar com a realidade, muito diferente da ciência.
Infelizmente, hoje em dia, parece que essa questão está novamente a mil com a chamada ‘guerra’ entre a ciência e a religião. Na verdade, essa é uma guerra fabricada, porque, por exemplo, se você pergunta aos cientistas, mais ou menos 40% deles, ao menos nos Estados Unidos — não sei se existe essa estatística no Brasil, talvez seja até maior aqui —, acreditam em alguma forma de divindade, de Deus.
(...)
Para esses cientistas, existe um compromisso, uma complementaridade entre o seu trabalho e a sua fé. Não existe nenhum problema nesse caso. Mas, infelizmente, existe conflito em outras situações. 
(...)
A criança aprende numa aula que houve toda uma evolução da vida, os fósseis etc., 3,5 bilhões de anos de evolução da vida aqui na Terra enquanto, na outra aula, o professor diz que não. Que em seis dias Deus fez o mundo, que nós somos todos descendentes de Adão e Eva e o mundo tem apenas dez mil anos.
Note que a proposta é que isso seja ensinado em pé de igualdade. São duas versões da mesma história e nenhuma é melhor do que a outra. Mas são, sim, duas histórias muito diferentes, com um objetivo muito diferente. Então, a questão é como é construída a informação na ciência.
(...) Não existe a possibilidade de um cientista afirmar: eu acho que esse pedaço de osso aqui tem três milhões de anos. Você sabe que tem três milhões de anos, com grande precisão.
(...)

Disponível em https://www.fronteiras.com/artigos/21-ideias-marcelo-gleiser-e-
a-complementaridade-entre-religiao-e-ciencia - adaptado. Acesso em: 05 de
maio de 2021.
O texto I estabelece uma relação entre ciência e religião. De acordo com o autor, é possível afirmar que tanto a ciência quanto a religião são
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Ano: 2019 Banca: ESPM Órgão: ESPM Prova: ESPM - 2019 - ESPM - Vestibular 2020/1 - RJ |
Q1795027 Português
Segundo Massaud Moisés, em seu Dicionário de Termos Literários, a figura de linguagem denominada hipálage “designa um expediente retórico mediante o qual uma palavra troca o lugar que logicamente ocuparia na sequência frásica por outro, junto de um termo ao qual se vincula gramaticalmente.” Esse procedimento acima descrito só não ocorre na passagem:
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794746 Português
Leia a canção “Caminhos de Minas”, de Elcio Lucas, para responder à questão subsequente:
Pelos caminhos de Minas onde a esperança é maior onde domina a coragem onde se planta a verdade de um amor.
Pelos caminhos de Minas onde o encontro é fatal com a vida sofrida lágrimas corridas que molham o chão.
As grossas raízes ingênuas e firmes sustentam toda canção e seivam todo coração que tem fé na terra que tem luz nas trevas que ama o chão.
Sobre esse texto, pode-se afirmar:
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794745 Português
O livro O professor, de Cristóvão Tezza, possui como epígrafe uma tese extraída do texto religioso “Vita Christi”, do século XV – cuja atualização pode se fazer da seguinte forma: “Não pode alguém ser boa testemunha de outrem, se primeiro não for boa testemunha de si mesmo”. Essa proposição da epígrafe corrobora todos os aspectos dessa narrativa, EXCETO:
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794744 Português
Leia abaixo trecho retirado do romance Abdias, de Cyro dos Anjos:
“Esperem. Não devo escrever tudo o que me vem à cabeça. Às vezes representamos como atores, perante nós próprios, e mesmo aquilo que brota espontaneamente do coração costuma não ser sincero. Os sentimentos usam máscaras até em sua câmara íntima. Para encontrar a verdade, temos de despi-los, nos redutos mais secretos. Bem sei que não sou um monstro. Talvez tenha querido passar como tal, apenas para excitar a piedade de alguém em cujas mãos possam estas páginas cair algum dia. É muito conhecido este processo de captarmos a benevolência alheia com a confissão nua de nossas misérias.” (ANJOS, 1963, p. 102)
Com base no trecho acima bem como na leitura do romance, pode-se afirmar que todas as afirmativas estão corretas, EXCETO
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794742 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se refere ou que o tomar como ponto de partida. 




Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
De acordo com o contexto explorado pelo autor desse texto, há algumas menções a uma entidade genérica, representada por pronomes ou substantivos, que apontam para um “nós” ou um “todos”. Nesse sentido, pode-se dizer que há um aspecto genérico na(s) palavra(s) em negrito, em cada uma das alternativas a seguir, EXCETO em
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794741 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se refere ou que o tomar como ponto de partida. 




Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Leia a observação a seguir: Embora tenhamos consagrado a forma adverbial de negação “não”, encontramos nesse texto outras formas de negar. Todas as alternativas abaixo, de acordo com o contexto em que se inserem, justificam essa observação, EXCETO
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Ano: 2018 Banca: COTEC Órgão: Unimontes - MG Prova: COTEC - 2018 - Unimontes - MG - Vestibular Paes - 3º Etapa |
Q1794740 Português
INSTRUÇÃO: Leia o texto a seguir e responda à questão, que a ele se refere ou que o tomar como ponto de partida. 




Revista Época, n. 1049, 6 ago. 2018, p. 44. Adaptado.
Nesse texto, o autor apresenta conselhos do economista Bartlett a respeito das fake news. No último parágrafo, utiliza-se da modalização: “É preciso [...]” (linha 35), acompanhada de verbo ou locução verbal no infinitivo: “[...] saber distinguir [...]” (linha 35); “compreender” (linha 36) etc. Essa modalização expõe muito mais do que uma recomendação ou sugestão (reforçada por “guia”, no título), devido ao comprometimento do locutor com o que afirma, como responsável que é por aquilo que aponta dever ser feito para se livrar das fake news. Por meio dessa modalização, podemos afirmar que há
Alternativas
Respostas
461: B
462: B
463: A
464: C
465: C
466: B
467: C
468: B
469: D
470: B
471: A
472: B
473: C
474: E
475: C
476: B
477: D
478: C
479: B
480: A