Questões de Vestibular
Sobre intertextualidade em português
Foram encontradas 76 questões
De maneira simples, pode-se dizer que a intertextualidade é a criação de um texto a partir de outro, já existente. Utilizando essa informação, assinale a alternativa que registra o texto com o qual o quadrinho abaixo dialoga.
Disponível em: <http://celeirodaleitura.blogspot.com.br/p/quadrinhos-inteligentes.html>. Acesso em: 12 mar. 2018.
As falas das personagens dos quadrinhos estabelecem com os diversos textos de origem uma relação de
O cronista revela que sua fala ou escrita pode conter algo escrito por “algum poeta antigo”.
Ao fazer essa revelação, o cronista se refere ao seguinte recurso:
QUERIDO ÉRICO
Lygia Fagundes Telles
ANTUNES, Arnaldo; BROWN, Carlinhos; MONTE, Marisa.
Diáspora. In: Tribalistas. Rio de Janeiro: Phonomotor
Records Universal Music, 2017. Disponível em: https://www.letras.mus.br/tribalistas/diaspora/.
Acesso em: 08 de set. de 2019.
I. intertextualidade, porque podemos depreender a presença de outros textos, por exemplo, textos bíblicos (linhas 61-62; 65- 66) e o poema Vozes d’África, de Castro Alves (linhas 86-95).
II. coerência, porque há uma lógica interna no texto quando os autores relacionam a dispersão do povo judeu à saga dos imigrantes.
III. informatividade, porque as informações apresentam dados novos para a atualização da questão dada, a partir de um tema já apresentado inicialmente.
Estão corretas as complementações contidas em
“Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não”
Fonte: VANDRÉ, Geraldo. Pra não dizer que não falei das flores. Disponível em: < https://www.vagalume.com.br/geraldo-vandre/pra-nao-dizer-que-nao-falei-das-flores.html > Acesso em: 19 set. 2016. (Adaptado)
A canção Pra não dizer que não falei das flores, de Geraldo Vandré, composta em 1968, em pleno regime militar, estabelece um diálogo intertextual com outros textos.
Leia o texto abaixo para responder a questão.
Disponível em: <http://olhardeaguia.blogspot.com/2010/03/hino-nacional-da-propaganda.html>
TEXTO 2
A revolução digital
Texto e papel. Parceiros de uma história de êxitos. Pareciam feitos um para o outro.
Disse “pareciam”, assim, com o verbo no passado, e já me explico: estão em processo de separação.
Secular, a união não ruirá do dia para a noite. Mas o divórcio virá, certo como o pôr-do-sol a cada fim de tarde.
O texto mantinha com o papel uma relação de dependência. A perpetuação da escrita parecia condicionada à produção de celulose.
Súbito, a palavra descobriu um novo meio de propagação: o cristal líquido. Saem as árvores. Entram as nuvens de elétrons.
A mudança conduz a veredas ainda não exploradas. De concreto há apenas a impressão de que, longe de enfraquecer, a ebulição digital tonifica a escrita.
Isso é bom. Quando nos chega por um ouvido, a palavra costuma sair por outro. Vazando-nos pelos olhos, o texto inunda de imagens a alma.
Em outras palavras: falada, a palavra perde-se nos desvãos da memória; impressa, desperta o cérebro, produzindo uma circulação de ideias que gera novos textos. A Internet é, por assim dizer, um livro interativo. Plugados à rede, somos, autores e leitores. Podemos visitar as páginas de um clássico da literatura. Ou simplesmente, arriscar textos próprios.
Otto Lara Resende costumava dizer que as pessoas haviam perdido o gosto pela troca de correspondências. Antes de morrer, brindou-me com dois telefonemas. Em um deles prometeu: “Mando-te uma carta qualquer dia destes”.
Não sei se teve tempo de render-se ao computador. Creio que não. Mas, vivo, Otto estaria surpreso com a popularização crescente do correio eletrônico.
O papel começa a experimentar o mesmo martírio imposto à pedra quando da descoberta do papiro. A era digital está revolucionando o uso do texto. Estamos virando uma página. Ou, por outra, estamos pressionando a tecla “enter”.
Josias de Souza. A revolução digital. Folha de São Paulo. 6/05/96.
Caderno Brasil, p. 2).
A respeito dos anúncios, analise as afirmativas a seguir.
I) Ambos os textos exploram o recurso da polissemia.
II) Os textos são impróprios; utilizam palavras ofensivas ou da gíria.
III) O primeiro texto utiliza o recurso da intertextualidade, remetendo a “pai dos burros”.
IV) No segundo texto, “pública” e “privada” são antônimos.
V) As palavras “burro” e “privada” foram usadas em seu sentido denotativo.
Estão corretas apenas:
TEXTO III
Todos os homens são iguais perante Deus
E sem uma boa agência de propaganda,
todas as margarinas também.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE PROPAGANDA 20º Anuário do Clube de Criação de São Paulo)
Leia atentamente o trecho seguinte:
“Esta solidão da Rua Erê, a tristeza de viver de carícias compradas, a distância, sobretudo a distância da moça em flor, é que geraram a lenda. E o Cavaleiro da Triste Figura se põe em marcha, pela sua Dulcinéia. Haverá despeito e mau-humor nestas linhas? Creio que não: investigo, com serenidade, o fenômeno.
(In: O amanuense Belmiro – Cyro dos Anjos)
Sobre o fragmento apresentado, considere as seguintes afirmativas:
I. Colocando-se em 1ª pessoa, o narrador revela a intimidade de seus sentimentos, em relação ao amor.
II. A referência ao Cavaleiro e a Dulcineia, no texto, constituem uma paráfrase da obra de Cervantes – Don Quixote de la mancha.
III. O confessionalismo do narrador neste trecho faz sobressair traços do gênero lírico.
IV. Um dos recursos da linguagem, utilizados pelo narrador no seu confessionalismo é a metalinguagem.
V. O texto apresenta fortes traços narrativos, ao focalizar objetivamente ações externas de personagens.
VI. Na comparação do narrador com o Cavaleiro da Triste Figura, observa-se o recurso da intertextualidade.
Está CORRETO o que se afirmou
I. A leitura da obra mostra que a personagem/narradora, durante a sua perambulação, faz descobertas que a surpreendem, como ser reconhecida como idosa, pois jamais lhe cobram passagem ao entrar em um ônibus; de poder dormir em hospitais e rodoviárias sem ser incomodada; ter alimentação a baixo custo. Assim, essas passagens tornam-se partes da epifania de Alice, do seu processo de autoconhecimento.
II. A expressão “inventar um jantar” (linha 16) traduz o grau de ansiedade de Alice em relação à escrita, pois em seu diálogo com a Barbie a narradora sugere um jantar na linha da ficção.
III. A leitura do sintagma verbal “ou era vagar por mundo nenhum” (linha 7) leva o leitor a inferir a sensação de vazio da personagem/narradora, fazendo alusão ao niilismo.
IV. Da leitura do período “que amanhã mesmo volto cedo pra fazer você subir comigo à Vila Maria Degolada” (linhas 19 e 20), infere-se que Alice retomaria sua escrita voltando à Vila e que levaria Barbie para passear e conhecer a Vila em que encontrara Cícero Araújo.
V. Intertextualidade, tema estudado pela Linguística Textual, é um elemento recorrente na escrita de textos. Considerando o romance de Maria Valéria e a obra clássica de Lewis Carroll, Cícero Araújo representa, metaforicamente, o coelho de Alice.
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 1
MEIRELES, C.Romanceiro da Inconfidência. 3.ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p.182.
TEXTO 2
( ) Em “Dupin foi até o banheiro” (linha 1) e “teve a consideração de vir até aqui” (linha 15) a palavra destacada, nos períodos, estabelece relação de lugar na primeira oração, enquanto no segundo período de finalidade, embora, morfologicamente, seja preposição nos dois períodos. ( ) Nas estruturas gramaticais “e sem interrupção: “esta casa de madeira é um arremedo, não lhe parece, do apartamento” (linhas 6 e 7) as expressões destacadas são locuções adjetivas, e podem ser substituídas por ininterrupta e lígnea, sem alterar o sentido no Texto. ( ) A novela policial de Salim Miguel é entremeada por intertextualidade. O capítulo Ninguém se apresenta sem logicidade literária – conceitos, poemas, notícias, relatos de jornais, quebrando a linearidade da narrativa e, simultaneamente, interrompendo o ato investigatório. ( ) O sinal gráfico de aspas, pontuando o Texto, representa o diálogo entre as personagens, logo pode ser substituído por travessões, sem que haja alteração de sentido no diálogo. ( ) Na estrutura “diante de duas gravuras, uma de Goeldi, outra de Carlos Scliar” (linhas 2 e 3) as palavras destacadas remetem a uma característica marcante do autor – a intertextualidade.
Assinale a alternativa correta, de cima para baixo.