Questões de Vestibular Sobre intertextualidade em português

Foram encontradas 76 questões

Q3248289 Português

TEXTO 1


Admirável Chip Novo


O título da canção dialoga com um famoso livro de Aldous Huxley, escrito em 1932, Admirável Mundo Novo, que trata de uma sociedade padronizada e perfeita, composta por pessoas despersonalizadas, reguladas pelos recursos tecnológicos. O fenômeno textual que permite essa referência a outro texto denomina-se
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Ano: 2024 Banca: COTEC Órgão: IFN-MG Prova: COTEC - 2024 - IFN-MG - Técnico em Administração |
Q3042309 Português

Texto 5


É verdade esse bilete: memes e a disputa pela verdade


Rangel Ramiro Ramos







A fim de ficar em casa e assistir a sua série preferida, Gabriel Lucca, de 5 anos, escreveu um bilhete passando-se por sua professora e o entregou à sua mãe. Nele, o recado era de que não haveria aula no dia seguinte, e, para finalizar sua “arte", Gabriel pós-escreveu: “é verdade esse bilhete”. A mãe de Gabriel não se conteve e publicou, no dia 21 de agosto, uma foto do bilhete no Facebook.

Alguns dias depois, a frase “é verdade esse bilhete” já havia se tornado um bordão nacional. Artistas, empresas e internautas das mais variadas regiões do país começaram a escrever absurdidades assinando de brincadeira: “é verdade esse bilhete”. O meme “é verdade esse bilhete” – que, no universo memeal, pode ser entendido como um bordão ou uma catchphrase – popularizou-se por sua ironia, figura de linguagem de oposição, que segundo Chagas (2016) é característica dos memes de discussão pública. [...]


Disponível em: https://museudememes.com.br/e-verdade-esse-bilete-memes-e-a-disputa-pela-verdade. Acesso em: 18 jul. 2024.


Texto 6







Disponível em: https://museudememes.com.br/e-verdade-esse-bilete-memes-e-a-disputa-pela-verdade. Acesso em: 18 jul. 2024. 

A intertextualidade é conceituada como a “influência de um texto sobre outro que o toma como modelo ou ponto de partida, e que gera a atualização do texto citado”, de acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (2009). Considerando essa definição, é possível afirmar que o texto 6 propõe:

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Ano: 2022 Banca: INEP Órgão: MEC Prova: INEP - 2022 - MEC - Tecnologia em Gestão Pública |
Q2173791 Português
TEXTO 1
A atual política de preços da Petrobras, na qual se baseiam todos os reajustes recentes, surgiu em 2016. Até o término dos anos 1990 e início dos anos 2000, havia monopólio na exploração e comercialização de petróleo no Brasil. Isso mudou em 2002, com a Lei n. 9.478 (Lei do Petróleo). O novo marco legal teve como objetivo abrir o mercado e estimular a concorrência no setor. Aos poucos, os preços começaram a ser reajustados e a acompanhar o que era praticado no mercado internacional. Isso porque, com a abertura de mercado, o importador surge como concorrente. Esse importador, ao formar seu preço para vender seu produto no mercado doméstico brasileiro, é influenciado por oscilação de preços nos derivados no mercado internacional.
Disponível em: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2022/06/17/ como-funciona-a-politica-de-precos-da-petrobras-entenda.ghtml. Acesso em: 29 jun. 2022 (adaptado).

TEXTO 2
Imagem associada para resolução da questão


TEXTO 3

De instabilidade política e econômica à seca intensa, a alta dos preços dos combustíveis só agrava a inflação e aumenta a conta no bolso do consumidor. O quanto esse aumento afeta a vida do povo brasileiro depende da renda e de como a pessoa usa os combustíveis. Ouso do transporte público ou próprio, e a distância que percorre nas atividades diárias são variáveis que podem significar mais ou menos gastos. Uma coisa é certa: quanto maior a renda, menor o impacto; quanto menor a renda, maior é o impacto do aumento do preço.
Disponível em: https://jornal.usp.br/atualidades/preco-doscombustiveis-tem-maior-impacto-para-a-populacao-demenor-renda/. Acesso em: 28 jun. 2022. (adaptado)

Considerando a imagem e os textos apresentados, avalie as afirmações a seguir.
I. O governo federal, como instrumento de gestão pública, poderia reduzir os impostos federais que incidem sobre a gasolina, exercendo o poder regulatório do Estado para minimizar os impactos econômicos e sociais do preço dos combustíveis.
II. A eliminação dos impostos federais sobre a gasolina teria um maior efeito no preço do combustível do que a eliminação dos impostos estaduais cobrados nos postos, beneficiando a população de maior renda.
III. O papel regulatório do Estado, tendo em vista a redução dos impactos econômicos e sociais do preço dos combustíveis, seria mais efetivo, caso o governo federal, na condição de acionista majoritário da Petrobras, pautasse a redução da "Parcela Petrobras" no preço da gasolina, considerando o componente lucro do produto que integra essa parcela.


É correto o que se afirma em
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Ano: 2021 Banca: UEMA Órgão: UEMA Prova: UEMA - 2021 - UEMA - Vestibular - 1º Dia |
Q2082110 Português
Leia o texto a seguir para responder à questão. 

CARTA PRAS ICAMIABAS

Ás mui queridas súbditas nossas, Senhoras Amazonas.
 Trinta de Maio de Mil Novecentos e Vinte e Seis,
 São Paulo.
 Senhoras:

Não pouco vos surpreenderá, por certo, o endereço e a literatura desta missiva. Cumpre-nos, entretanto, iniciar estas linhas de saùdade e muito amor, com desagradável nova. É bem verdade que na boa cidade de São Paulo – a maior do universo, no dizer de seus prolixos habitantes – não sois conhecidas por “icamiabas”, voz espúria, sinão que pelo apelativo de Amazonas; e de vós, se afirma, cavalgardes ginetes belígeros e virdes da Hélade clássica; e assim sois chamadas [...]

Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita pesou sobre Nós. Por uma bela noite dos idos de maio do ano translato, perdíamos a muiraquitã; que outrém grafara muraquitã, e, alguns doutos, ciosos de etimologias esdrúxulas, ortografam muyrakitan e até mesmo muraqué-itã, não sorriais! Haveis de saber que esse vocábulo, tão familiar às vossas trompas de Eustáquio, é quasi desconhecido por aqui. [...] Mas não nos sobra já vagar para discretearmos “sub tegmine fagi” sobre a língua portuguesa, também chamada lusitana. [...]

Andrade, M. Macunaíma. Porto Alegre: L&PM, 2018.
O trecho de “Cartas pras Icamiabas” em que se identifica intertextualidade, com efeitos de paródia, relativa à passagem da produção poética do poeta português Luís Vaz de Camões, é
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Q1860326 Português


CRUZ, Ana. No Toque do tempo. In: Com perdão da palavra, p. 69.

No verso “tempo da cigarra prever o tempo e morrer” (linhas 138-139), o poema faz referência à fábula A Cigarra e a Formiga, de Esopo. Esse recurso que utiliza, no processo de composição textual, referência a um texto pré-existente é denominado de 
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Q1803058 Português
No trecho: “É evidente que entraves para acessar direitos menstruais representam barreiras ao completo desenvolvimento do potencial das pessoas que menstruam. Por isso, é fundamental que se investigue mais profundamente o tamanho do impacto econômico na vida delas, que pode gerar reflexos ao longo da vida adulta.” (linhas 70- 77), as expressões destacadas podem ser corretamente categorizadas como elementos de
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Ano: 2021 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2021 - UECE - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1802274 Português

Texto 2


Mulher (Sexo Frágil)


Erasmo Carlos


No verso: “Do barro de que você foi gerada” (linha 143), o narrador utilizou-se de um fenômeno para assegurar a coerência textual demarcado como
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Ano: 2021 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2021 - UECE - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1802271 Português
No trecho: “Pouquíssimas pessoas negras tiveram acesso à escolarização básica, quem dirá àquela de nível superior” (linhas 43-45), o elemento em destaque sinaliza um fenômeno de
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Ano: 2019 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FIMCA Prova: Instituto Consulplan - 2019 - FIMCA - Vestibular de Medicina - Edital nº 01/ 2020 |
Q1790417 Português
Considerando que a intertextualidade pode se apresentar de formas diversas, leia os textos a seguir.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá.
(Gonçalves Dias.)
Europa, França e Bahia
Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a ‘Canção do Exílio’. Como era mesmo a ‘Canção do Exílio’? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá!
(Carlos Drummond de Andrade.)
Está correto o que se afirma em:
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Ano: 2019 Banca: UEMG Órgão: UEMG Prova: UEMG - 2019 - UEMG - Vestibular - EAD - Prova 03 |
Q1404727 Português

"Responda rápido. O maior índice de crescimento de novos universitários foi registrado em que faixa etária, de acordo com o último Censo do Ensino Superior?


A – 18 a 24 anos C – 40 a 49 anos

B – 24 a 39 anos D – Acima dos 50 anos


Não sabe? Quer a ajuda dos universitários? Cuidado, a maioria talvez não saiba. São os cinqüentões, sessentões e setentões que estão brilhando nos vestibulares. Entraram na vida acadêmica, em 2001, 23% a mais de alunos nessa faixa etária em comparação ao ano anterior. São quase 11 mil contra 8.700 em 2000. A tendência é de crescimento maior em 2002, mas os números só serão divulgados no final deste ano. Essa ocupação da “terceira idade”, nas universidades não se deve por acaso. Basta se ater à explicações do sociólogo Ruda Ricci, professor da PUCMinas, para ver sentido nessa mudança. Ele levanta dois fatores: a cobrança de qualificação pelo mercado de trabalho na década de 90 e a dispensa de pessoas com mais de 45 anos. “O ideal para as empresas eram funcionários na faixa dos 35 anos. Abaixo disso eram consideradas inexperientes e acima não teriam agilidade, já estariam burocratizadas.” Para as empresas, era mais fácil dar treinamento aos jovens. Aos quase cinqüentões só restava uma saída: voltar a estudar ou abrir negócio próprio. Some-se a isso a mudança na previdência, que retardou a aposentadoria, e o aumento na expectativa de vida. “O mercado percebeu que eles são experientes e buscam qualificação. Têm a receita ideal para um bom profissional”, afirma Ruda Ricci, que acredita na multiplicação das oportunidades de trabalho, nos próximos anos, para os cinqüentões. E não está só. Robert Critcheley, autor do livro Reavaliando sua carreira, também vê boas perspectivas. “Hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais.” É só encarar o desafio e saber que a idade mental é mais importante que a cronológica."

(ARRIEL, Silvânia - Revista Encontro. Abril/2003, p. 43)


O texto transcreveu um fragmento em que se pode inferir uma relação intertextual em

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Ano: 2019 Banca: FUNTEF-PR Órgão: IF-PR Prova: FUNTEF-PR - 2019 - IF-PR - Vestibular - Cursos Superiores |
Q1396696 Português
A intertextualidade é um importante recurso utilizado nos diversos gêneros textuais e literários, deixando evidente a relação que se estabelece entre textos produzidos em diferentes épocas. Assinale a alternativa em que a intertextualidade é explícita.


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Ano: 2019 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FMO Prova: Instituto Consulplan - 2019 - FMO - Vestibular - 2º DIA DE PROVA - TIPO 04 - AZUL |
Q1368557 Português
Observe as imagens a seguir, considere as afirmativas e indique V para as verdadeiras e F para as falsas.
Imagem associada para resolução da questão




( ) A imagem I recorre ao recurso da intertextualidade para identificar uma questão social problemática enfrentada pela sociedade atual.
( ) Pode-se afirmar que entre as imagens I e II há uma relação intertextual, havendo uma referência em uma delas a elementos existentes na outra.
( ) As duas imagens apresentadas têm a intertextualidade estabelecida entre si por uma oposição de ideias representada pelos elementos que as diferenciam.

A sequência está correta em
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Ano: 2019 Banca: Instituto Consulplan Órgão: FMO Prova: Instituto Consulplan - 2019 - FMO - Vestibular - 2º DIA DE PROVA - MEDICINA - TIPO 04 - AZUL |
Q1351811 Português
Observe as imagens a seguir, considere as afirmativas e indique V para as verdadeiras e F para as falsas.
Imagem I
Imagem associada para resolução da questão


Imagem II
Imagem associada para resolução da questão


( ) A imagem I recorre ao recurso da intertextualidade para identificar uma questão social problemática enfrentada pela sociedade atual.
( ) Pode-se afirmar que entre as imagens I e II há uma relação intertextual, havendo uma referência em uma delas a elementos existentes na outra.
( ) As duas imagens apresentadas têm a intertextualidade estabelecida entre si por uma oposição de ideias representada pelos elementos que as diferenciam.

A sequência está correta em
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Ano: 2019 Banca: NC-UFPR Órgão: UFPR Prova: NC-UFPR - 2019 - UFPR - Vestibular - Conhecimentos Gerais |
Q1292126 Português
A tira a seguir, do rato Níquel Náusea, de Fernando Gonsales, é referência para a questão.


Considerando a sentença “Mais vale uma naftalina na mão do que duas rolando”, no segundo quadrinho da tira, assinale a alternativa que traz um provérbio com sentido mais próximo ao sentido do provérbio suposto pela citação.
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Ano: 2019 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2019 - UECE - Vestibular - Língua Portuguesa |
Q1280321 Português
A letra da canção apresenta recursos expressivos que remetem a fatores de textualidade responsáveis pela construção do sentido. Considerando esse aspecto, é correto afirmar que
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Ano: 2019 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2019 - UECE - Vestibular - Língua Portuguesa |
Q1280316 Português
A escritora Djamila Ribeiro é apresentada de diversas formas, ao longo do texto: partes do seu nome, pronomes, profissão e papel social. Isso ocorre para que a tessitura do texto se faça a partir do princípio de
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Ano: 2019 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2019 - UECE - Vestibular - Língua Inglesa |
Q1280091 Português


ANTUNES, Arnaldo; BROWN, Carlinhos; MONTE, Marisa.

Diáspora. In: Tribalistas. Rio de Janeiro: Phonomotor

Records Universal Music, 2017. Disponível em: https://www.letras.mus.br/tribalistas/diaspora/.

Acesso em: 08 de set. de 2019.

A textualidade marca-se por diversos fatores que se integram, a fim de instituir sentido ao conjunto de enunciados, transformando-os em um texto. Assim, na letra da canção Diáspora, há
I. intertextualidade, porque podemos depreender a presença de outros textos, por exemplo, textos bíblicos (linhas 61-62; 65- 66) e o poema Vozes d’África, de Castro Alves (linhas 86-95).
II. coerência, porque há uma lógica interna no texto quando os autores relacionam a dispersão do povo judeu à saga dos imigrantes.
III. informatividade, porque as informações apresentam dados novos para a atualização da questão dada, a partir de um tema já apresentado inicialmente.
Estão corretas as complementações contidas em
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Ano: 2019 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2019 - USP - Vestibular |
Q1169907 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO

Machado de Assis, Quincas Borba.
No excerto, o autor recorre à intertextualidade, dialogando com a comédia de Molière, Tartufo (1664), cuja personagem central é um impostor da fé. Tal é a fama da peça que o nome próprio se incorporou ao vocabulário, inclusive em português, como substantivo comum, para designar o “indivíduo hipócrita” ou o “falso devoto”. No contexto maior do romance, sugere‐se que a tartufice
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Ano: 2019 Banca: UECE-CEV Órgão: UECE Prova: UECE-CEV - 2019 - UECE - Vestibular - Segundo Semestre |
Q1003791 Português

A intertextualidade é um dos fatores responsáveis pela construção de sentido. Ela é percebida quando o leitor recupera, no texto em tela, informações de outros textos que se encontram explícitas ou inferidas. Sobre essa questão, considere as seguintes afirmativas:

I. “Nem as águas de março que acabaram de fechar o verão são promessa de uma trégua” (linhas 52-54).

II. “Essa bárbara segregação social que o Brasil tem, esse apartheid social [...] criou condições para haver comunidades extremamente vulneráveis [...]” (linhas 82- 86).

III. “Essa complexidade urbana não aparenta que será modificada nos próximos anos” (linhas 92-94).

É correto afirmar que há intertextualidade em

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Ano: 2018 Banca: UNICENTRO Órgão: UNICENTRO Prova: UNICENTRO - 2018 - UNICENTRO - Vestibular - Português |
Q1399835 Português
Leia o texto a seguir e responda à questão:

Viver em cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez
    Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo nem marrom. Invejando o viço das outras colorações definidas e nada fazendo para mudar sua tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o tom da existência do viver em cima do muro. E conviver com gente assim é um transtorno.
    É fato que a tal “modernidade líquida”, definida por Bauman, favorece o comportamento. Pensemos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou a concepção de si do sujeito bem como sua relação com as instituições. Muito rapidamente houve um esfacelamento de estruturas rígidas como a família e o estado. Essa mudança do sólido para líquido detonou o processo de individualização generalizado no mundo ocidental reforçando o conceito de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. Por isso, discursos ocos de pessoas com personalidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão quase nebulosa que embaça o comprometimento.
    Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Misture meias palavras em um discurso politicamente correto. Inclua, com ar de respeito, a posição contrária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Simples de fazer. Difícil é digerir.
    É porque, na prática, a legião de ocres causa a maior complicação. Quem vive do meio de campo, sem decidir sua cor publicamente, não tem o inconveniente de arcar com as escolhas. Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pouco e, muitas vezes, será visto com um sujeito comedido. Quem não escolhe tem mais liberdade para mudar de ideia. Não fica preso ao dito anteriormente. Exatamente porque não disse nada. Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu ideias genéricas e inconclusivas estando liberado para transitar por todos os lados, segundo sua necessidade. Ao estar em tudo não estando em nada, seja para evitar responsabilidades, não se expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles que bancam opiniões.
    Portanto, conviver com quem não toma posição, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente leva tempo para se decidir por algo. Todos temos medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: nunca tomar partido nas situações é covardia. Parece, inclusive, que o viver em cima do muro é mais confortável que a situação do mau-caráter. É que o sacana, ao menos, se define. Embora atue na surdina, sua ação reflete um posicionamento. Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. E, curiosamente, também avacalha o próprio percurso por delegar ao outro a sua existência.
    Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: “Escapar da incerteza é um ingrediente fundamental presumido, de todas e quaisquer imagens compósitas da felicidade genuína, adequada e total, sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudicial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade genuína. E, pensando bem, desconheço imagem de alegria predominantemente ocre.
    
Texto adaptado e disponível em: https://www.revistabula.com/16514-viver-em-cima-do-muro-e-prejudicial-a-saude/. Acesso em 14 de ago. 2018.
O título recorre a um enunciado que circula cotidianamente nas campanhas/propagandas contra o tabagismo. Tal procedimento constitui o que se chama de
Alternativas
Respostas
1: A
2: A
3: C
4: B
5: D
6: A
7: A
8: D
9: C
10: D
11: A
12: A
13: A
14: C
15: A
16: B
17: D
18: E
19: A
20: D