Questões de Vestibular de Português - Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

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Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2015 - FGV - Administração - Vestibular |
Q1401271 Português
    “Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta.” Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico; diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora, e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. 
    Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas.

Raul Pompeia, O Ateneu.  
Costuma-se considerar que O Ateneu, de Raul Pompeia, embora tenha como subtítulo “Crônica de saudades”, pertence à modalidade literária conhecida como romance de formação, cujo modelo ou paradigma é a narrativa do percurso de aprendizagem de um jovem, no qual ele forma seu caráter, supera os problemas encontrados e prepara sua inserção harmônica na sociedade. Admitindo-se esse paradigma, a reflexão sobre o tempo apresentada pelo narrador na abertura do livro, aqui reproduzida, indica que O Ateneu irá se configurar como um romance de formação
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Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2015 - FGV - Administração - Vestibular |
Q1401269 Português

    Era no tempo do rei.

    Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo - O canto dos meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo.

    Daí sua influência moral.


Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.  

O convívio de um repertório narrativo de caráter mítico ou lendário e de referências diretas a coisas e pessoas reais, pertencentes à realidade histórica, presente nas Memórias de um sargento de milícias, caracteriza também, principalmente, a estrutura da obra
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Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2015 - FGV - Administração - Vestibular |
Q1401268 Português

    Era no tempo do rei.

    Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo - O canto dos meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo.

    Daí sua influência moral.


Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.  

A presença, no introito do livro, de amplas considerações a respeito do aparato judiciário existente no Rio de Janeiro do período joanino, já indica a relevância, na obra,
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Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2015 - FGV - Administração - Vestibular |
Q1401267 Português

    Era no tempo do rei.

    Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo - O canto dos meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo.

    Daí sua influência moral.


Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.  

Já na frase de abertura das Memórias de um sargento de milícias – “Era no tempo do rei.” –, que remete ao mesmo tempo à abertura-padrão dos contos da carochinha e ao período joanino da história do Brasil, manifestam-se as duas modalidades do tempo presentes nessa obra: uma, de caráter lendário e intemporal e, outra, de caráter histórico bem determinado. O convívio dessas duas modalidades do tempo indica que, do ponto de vista dessa obra, a história brasileira caracterizou-se pela conjunção de
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Ano: 2015 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2015 - FGV - Administração - Vestibular |
Q1401266 Português

    Era no tempo do rei.

    Uma das quatro esquinas que formam as ruas do Ouvidor e da Quitanda, cortando-se mutuamente, chamava-se nesse tempo - O canto dos meirinhos -; e bem lhe assentava o nome, porque era aí o lugar de encontro favorito de todos os indivíduos dessa classe (que gozava então de não pequena consideração). Os meirinhos de hoje não são mais do que a sombra caricata dos meirinhos do tempo do rei; esses eram gente temível e temida, respeitável e respeitada; formavam um dos extremos da formidável cadeia judiciária que envolvia todo o Rio de Janeiro no tempo em que a demanda era entre nós um elemento de vida: o extremo oposto eram os desembargadores. Ora, os extremos se tocam, e estes, tocando-se, fechavam o círculo dentro do qual se passavam os terríveis combates das citações, provarás, razões principais e finais, e todos esses trejeitos judiciais que se chamava o processo.

    Daí sua influência moral.


Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias.  

Dentre as expressões do texto relativas à atividade própria dos meirinhos, citadas abaixo, a única que assume conotação pejorativa é
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Respostas
916: A
917: D
918: B
919: A
920: E