Questões de Vestibular Sobre português

Foram encontradas 11.275 questões

Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: FAMERP Prova: VUNESP - 2019 - FAMERP - Conhecimentos Gerais |
Q1342387 Português
Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
No contexto em que está inserida, a expressão “ateu em religião, política e poesia” (3° parágrafo) poderia ser atribuída a alguém que
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: FAMERP Prova: VUNESP - 2019 - FAMERP - Conhecimentos Gerais |
Q1342386 Português
Leia o início do conto “Luís Soares”, de Machado de Assis, para responder à questão. 

    Trocar o dia pela noite, dizia Luís Soares, é restaurar o império da natureza corrigindo a obra da sociedade. O calor do sol está dizendo aos homens que vão descansar e dormir, ao passo que a frescura relativa da noite é a verdadeira estação em que se deve viver. Livre em todas as minhas ações, não quero sujeitar-me à lei absurda que a sociedade me impõe: velarei de noite, dormirei de dia.
    Contrariamente a vários ministérios, Soares cumpria este programa com um escrúpulo digno de uma grande consciência. A aurora para ele era o crepúsculo, o crepúsculo era a aurora. Dormia 12 horas consecutivas durante o dia, quer dizer das seis da manhã às seis da tarde. Almoçava às sete e jantava às duas da madrugada. Não ceava. A sua ceia limitava-se a uma xícara de chocolate que o criado lhe dava às cinco horas da manhã quando ele entrava para casa. Soares engolia o chocolate, fumava dois charutos, fazia alguns trocadilhos com o criado, lia uma página de algum romance, e deitava-se.
    Não lia jornais. Achava que um jornal era a cousa mais inútil deste mundo, depois da Câmara dos Deputados, das obras dos poetas e das missas. Não quer isto dizer que Soares fosse ateu em religião, política e poesia. Não. Soares era apenas indiferente. Olhava para todas as grandes cousas com a mesma cara com que via uma mulher feia. Podia vir a ser um grande perverso; até então era apenas uma grande inutilidade.

(Contos fluminenses, 2006.)
Com a referência a “jornais”, “Câmara dos Deputados”, “obras dos poetas” e “missas” (3° parágrafo), o narrador
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: FAMERP Prova: VUNESP - 2019 - FAMERP - Conhecimentos Gerais |
Q1342385 Português
Leia os versos de Manoel de Barros.

Escrever nem uma coisa Nem outra — A fim de dizer todas — Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim, Ao poeta faz bem Desexplicar — Tanto quanto escurecer acende os vaga-lumes.
(Poesia completa, 2013.)



Tanto na forma quanto no conteúdo, o poema

Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: FAMERP Prova: VUNESP - 2019 - FAMERP - Conhecimentos Gerais |
Q1342384 Português

Considere a tirinha Garfield, de Jim Davis.

Imagem associada para resolução da questão (www.folha.uol.com.br)

O pronome “este”, no terceiro quadrinho,
Alternativas
Q1341311 Português
ASSINALE a alternativa que apresenta a relação da música Índios – do álbum Dois (1986), da banda Legião Urbana – com a coletânea de contos Noites na Taverna ou com o filme Caramuru: a invenção do Brasil.
Alternativas
Q1341310 Português
Referente ao filme Caramuru: a invenção do Brasil (2001), de Guel Arraes, é correto afirmar que:
Alternativas
Q1341309 Português
A coletânea de contos Noites na Taverna (1855), de Álvarez de Azevedo, é composta por cinco contos, além de um prólogo e um epílogo, nos quais cinco jovens boêmios narram experiências macabras de seu passado. Para o crítico literário Antônio Cândido, em A Educação pela Noite (2006), essa obsessão dos artistas românticos por temas que constituem tabus sociais tinha como função revelar os abismos e as desarmonias da natureza humana, assim como a fragilidade das convenções sociais.
A seguir, estão relacionados quatro contos a quatro tabus sociais tematizados em Noites na Taverna. ASSINALE a alternativa que apresenta a relação correta.
Alternativas
Q1341308 Português

Este trecho é o início da biografia de Geralda Barbosa Pinto, moradora da comunidade Padre João Afonso, escrita por Layane Vieira Barbosa, como parte do livro ―Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo‖. Utilize-o como base para a resolução da questão.


GERALDA BARBOSA PINTO "

Trago em mim a simplicidade, eu sou aquilo que a vida me ensinou... Sou sentimento, sou do campo, sou do povo, sou os versos de um caipira sonhador!‖ Robson Ruas Geralda Barbosa Pinto, nascida em 27 de fevereiro de 1934 na Fazenda Beira do Suaçuí, município de Paulistas, relata sua história de vida com orgulho estampado na face. Em uma quarta-feira, às quatro horas da tarde, nasce uma bela moça, a caçula de sete irmãos. Disse: ―E eu sô uma caçulinha bem novinha, só 83 anos (risos).‖ [...]


Fonte: BARBOSA, L. V. Geralda Barbosa Pinto. In: PEREIRA, D. N.; SILVA, H. M.; MENDES, M. T. (Orgs.) Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo. Diamantina: UFVJM. 2018

O uso do termo 'sô‘, no trecho entre aspas "E eu sô uma caçulinha bem novinha, só 83 anos (risos)", corresponde a:
Alternativas
Q1341307 Português

Este trecho é o início da biografia de Geralda Barbosa Pinto, moradora da comunidade Padre João Afonso, escrita por Layane Vieira Barbosa, como parte do livro ―Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo‖. Utilize-o como base para a resolução da questão.


GERALDA BARBOSA PINTO "

Trago em mim a simplicidade, eu sou aquilo que a vida me ensinou... Sou sentimento, sou do campo, sou do povo, sou os versos de um caipira sonhador!‖ Robson Ruas Geralda Barbosa Pinto, nascida em 27 de fevereiro de 1934 na Fazenda Beira do Suaçuí, município de Paulistas, relata sua história de vida com orgulho estampado na face. Em uma quarta-feira, às quatro horas da tarde, nasce uma bela moça, a caçula de sete irmãos. Disse: ―E eu sô uma caçulinha bem novinha, só 83 anos (risos).‖ [...]


Fonte: BARBOSA, L. V. Geralda Barbosa Pinto. In: PEREIRA, D. N.; SILVA, H. M.; MENDES, M. T. (Orgs.) Padre João Afonso: traços e laços de uma comunidade do campo. Diamantina: UFVJM. 2018

A partir da leitura desse trecho, é correto afirmar que:
Alternativas
Q1341306 Português
Leia este texto de Anahi Guedes de Mello para responder à questão.

O que é capacitismo?

Por Anahi Guedes de Mello
Data da publicação: 2 de dezembro de 2016

Capacitismo é a discriminação ou violências praticadas contra as pessoas com deficiência. É a atitude preconceituosa que hierarquiza as pessoas em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional. Com base no capacitismo, discriminam-se pessoas com deficiência. Trata-se de uma categoria que define a forma como pessoas com deficiência são tratadas como incapazes (incapazes de trabalhar, de frequentar uma escola de ensino regular, de cursar uma universidade, de amar, de sentir desejo, de ter relações sexuais etc.), aproximando as demandas dos movimentos de pessoas com deficiência a outras discriminações sociais como o sexismo, o racismo e a homofobia [...]

A campanha “É capacitismo quando…”

Em 3 de dezembro é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência no mundo. Nesse sentido, as pessoas com deficiência do Brasil resolveram se organizar e discutir sobre a invisibilidade e seu impacto em seu dia a dia. Convidamos vocês a chamarem seus amigos e amigas para se juntar à campanha: escreva um texto, faça um vídeo, compartilhe a hashtag #ÉCapacitismoQuando e conte-nos sobre suas experiências. Alguns exemplos dos posts com a hastag da campanha:

#ÉCapacitismoQuando percebemos que o termo se refere à naturalização e hierarquização das capacidades corporais humanas. Ouvir, enxergar, falar, pensar e andar, por exemplo, são consideradas coisas naturais que não exigem uma série de aprendizados individuais e condições sociais ao longo da vida. Dessa forma, quando uma pessoa não enxerga com os olhos ela é considerada naturalmente deficiente e passa a ser percebida como um todo ‗incapaz‘. O capacitismo é essa forma hierarquizada e naturalizada de conceber o corpo humano como algo que deva funcionar e agir sobre regras muito bem definidas biologicamente. O capacitismo impede a consideração de que é possível andar sem ter pernas, ouvir com os lábios, enxergar com os ouvidos e pensar com cada centímetro de pele que possuímos. (Marco Antonio Gavério)

#Écapacitismoquando a pessoa tenta minimizar o fato de eu ter deficiência dizendo ―mas todo mundo tem uma deficiência, né?‖. Não. Deficiência é uma condição específica para além da lesão do corpo, que se dá no enfrentamento das barreiras social e historicamente construídas. (Karla Garcia Luiz) #Écapacitismoquando você quer xingar alguém ou algo e chama ela de autista. (Amanda Paschoal)

#Écapacitismoquando você exclui a pessoa com síndrome de Down da participação em todos os espaços da vida cotidiana, mesmo dentro dos movimentos sociais da deficiência, simplesmente porque você acha que ela não tem autonomia para fazer escolhas por possuir uma deficiência pior (sic) que a sua. (Anahi Guedes de Mello)

Fonte: Portal Inclusive (adaptado). Disponível em: http://www.inclusive.org.br/arquivos/29958 Acesso em: 1/05/2019
Do ponto de vista morfológico, é correto afirmar que:
Alternativas
Q1341305 Português
Leia este texto de Anahi Guedes de Mello para responder à questão.

O que é capacitismo?

Por Anahi Guedes de Mello
Data da publicação: 2 de dezembro de 2016

Capacitismo é a discriminação ou violências praticadas contra as pessoas com deficiência. É a atitude preconceituosa que hierarquiza as pessoas em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional. Com base no capacitismo, discriminam-se pessoas com deficiência. Trata-se de uma categoria que define a forma como pessoas com deficiência são tratadas como incapazes (incapazes de trabalhar, de frequentar uma escola de ensino regular, de cursar uma universidade, de amar, de sentir desejo, de ter relações sexuais etc.), aproximando as demandas dos movimentos de pessoas com deficiência a outras discriminações sociais como o sexismo, o racismo e a homofobia [...]

A campanha “É capacitismo quando…”

Em 3 de dezembro é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência no mundo. Nesse sentido, as pessoas com deficiência do Brasil resolveram se organizar e discutir sobre a invisibilidade e seu impacto em seu dia a dia. Convidamos vocês a chamarem seus amigos e amigas para se juntar à campanha: escreva um texto, faça um vídeo, compartilhe a hashtag #ÉCapacitismoQuando e conte-nos sobre suas experiências. Alguns exemplos dos posts com a hastag da campanha:

#ÉCapacitismoQuando percebemos que o termo se refere à naturalização e hierarquização das capacidades corporais humanas. Ouvir, enxergar, falar, pensar e andar, por exemplo, são consideradas coisas naturais que não exigem uma série de aprendizados individuais e condições sociais ao longo da vida. Dessa forma, quando uma pessoa não enxerga com os olhos ela é considerada naturalmente deficiente e passa a ser percebida como um todo ‗incapaz‘. O capacitismo é essa forma hierarquizada e naturalizada de conceber o corpo humano como algo que deva funcionar e agir sobre regras muito bem definidas biologicamente. O capacitismo impede a consideração de que é possível andar sem ter pernas, ouvir com os lábios, enxergar com os ouvidos e pensar com cada centímetro de pele que possuímos. (Marco Antonio Gavério)

#Écapacitismoquando a pessoa tenta minimizar o fato de eu ter deficiência dizendo ―mas todo mundo tem uma deficiência, né?‖. Não. Deficiência é uma condição específica para além da lesão do corpo, que se dá no enfrentamento das barreiras social e historicamente construídas. (Karla Garcia Luiz) #Écapacitismoquando você quer xingar alguém ou algo e chama ela de autista. (Amanda Paschoal)

#Écapacitismoquando você exclui a pessoa com síndrome de Down da participação em todos os espaços da vida cotidiana, mesmo dentro dos movimentos sociais da deficiência, simplesmente porque você acha que ela não tem autonomia para fazer escolhas por possuir uma deficiência pior (sic) que a sua. (Anahi Guedes de Mello)

Fonte: Portal Inclusive (adaptado). Disponível em: http://www.inclusive.org.br/arquivos/29958 Acesso em: 1/05/2019
Com base nesse texto, conclui-se que capacitismo ocorre:
Alternativas
Q1341304 Português
Leia este texto de Anahi Guedes de Mello para responder à questão.

O que é capacitismo?

Por Anahi Guedes de Mello
Data da publicação: 2 de dezembro de 2016

Capacitismo é a discriminação ou violências praticadas contra as pessoas com deficiência. É a atitude preconceituosa que hierarquiza as pessoas em função da adequação de seus corpos a um ideal de beleza e capacidade funcional. Com base no capacitismo, discriminam-se pessoas com deficiência. Trata-se de uma categoria que define a forma como pessoas com deficiência são tratadas como incapazes (incapazes de trabalhar, de frequentar uma escola de ensino regular, de cursar uma universidade, de amar, de sentir desejo, de ter relações sexuais etc.), aproximando as demandas dos movimentos de pessoas com deficiência a outras discriminações sociais como o sexismo, o racismo e a homofobia [...]

A campanha “É capacitismo quando…”

Em 3 de dezembro é comemorado o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência no mundo. Nesse sentido, as pessoas com deficiência do Brasil resolveram se organizar e discutir sobre a invisibilidade e seu impacto em seu dia a dia. Convidamos vocês a chamarem seus amigos e amigas para se juntar à campanha: escreva um texto, faça um vídeo, compartilhe a hashtag #ÉCapacitismoQuando e conte-nos sobre suas experiências. Alguns exemplos dos posts com a hastag da campanha:

#ÉCapacitismoQuando percebemos que o termo se refere à naturalização e hierarquização das capacidades corporais humanas. Ouvir, enxergar, falar, pensar e andar, por exemplo, são consideradas coisas naturais que não exigem uma série de aprendizados individuais e condições sociais ao longo da vida. Dessa forma, quando uma pessoa não enxerga com os olhos ela é considerada naturalmente deficiente e passa a ser percebida como um todo ‗incapaz‘. O capacitismo é essa forma hierarquizada e naturalizada de conceber o corpo humano como algo que deva funcionar e agir sobre regras muito bem definidas biologicamente. O capacitismo impede a consideração de que é possível andar sem ter pernas, ouvir com os lábios, enxergar com os ouvidos e pensar com cada centímetro de pele que possuímos. (Marco Antonio Gavério)

#Écapacitismoquando a pessoa tenta minimizar o fato de eu ter deficiência dizendo ―mas todo mundo tem uma deficiência, né?‖. Não. Deficiência é uma condição específica para além da lesão do corpo, que se dá no enfrentamento das barreiras social e historicamente construídas. (Karla Garcia Luiz) #Écapacitismoquando você quer xingar alguém ou algo e chama ela de autista. (Amanda Paschoal)

#Écapacitismoquando você exclui a pessoa com síndrome de Down da participação em todos os espaços da vida cotidiana, mesmo dentro dos movimentos sociais da deficiência, simplesmente porque você acha que ela não tem autonomia para fazer escolhas por possuir uma deficiência pior (sic) que a sua. (Anahi Guedes de Mello)

Fonte: Portal Inclusive (adaptado). Disponível em: http://www.inclusive.org.br/arquivos/29958 Acesso em: 1/05/2019
Esse texto de Anahi Guedes de Mello:
Alternativas
Q1341303 Português

Analise esta tirinha para responder a questão.



Fonte: www.facebook.com/bomdiaetal 

Ao analisar a tirinha, conclui-se que:
Alternativas
Q1341302 Português

Analise esta tirinha para responder a questão.



Fonte: www.facebook.com/bomdiaetal 

Em relação à articulação entre a modalidade escrita e a visual na composição dessa tirinha, é correto afirmar que:
Alternativas
Q1340811 Português
Leia o trecho do romance A moreninha, de Joaquim Manuel de Macedo, para responder à questão:

    Chegou o sábado. O nosso Augusto, depois de muitos rodeios e cerimônias, pediu finalmente licença para ir passar o dia de domingo na ilha de… e obteve em resposta um não redondo; jurou que tinha dado sua palavra de honra de lá se achar nesse dia e o pai, para que o filho não cumprisse a palavra, nem faltasse à honra, julgou muito conveniente trancá-lo em seu quarto.
    Mania antiga é essa de querer triunfar das paixões com fortes meios; erro palmar, principalmente no caso em que se acha o nosso estudante; amor é um menino doidinho e malcriado que, quando alguém intenta refreá-lo, chora, escarapela, esperneia, escabuja, morde, belisca e incomoda mais que solto e livre; prudente é facilitar-lhe o que deseja, para que ele disso se desgoste; soltá-lo no prado, para que não corra; limpar-lhe o caminho, para que não passe; acabar com as dificuldades e oposições, para que ele durma e muitas vezes morra. O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.

(A moreninha, 1997.)
A forma verbal no pretérito mais-que-perfeito, indicando uma ação, anterior a outra, ambas ocorridas no passado, encontra-se em:
Alternativas
Q1340808 Português

Leia o poema de Paulo Henriques Britto para responder à questão:


Nada nas mãos nem na cabeça, nada
no estômago além da sensação vazia
de haver ultrapassado toda sensação.


É em estado assim que se descobre a verdade,
que se cometem os grandes crimes, os gestos
mais sublimes, ou então não se faz nada.


É como as cobras. As mais silenciosas,
de corpo mais esguio, de cor esmaecida,
destilam o veneno mais perfeito.


Assim também os poemas. Os mais contidos
e lisos, os que menos coisa dizem,
 destilam o veneno mais perfeito.


(Mínima lírica, 2013.)

O prefixo empregado na formação da palavra “ultrapassado” significa
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UEA Prova: VUNESP - 2019 - UEA - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1340705 Português
Leia o texto de João Vicente Ganzarolli de Oliveira para responder à questão

No sentido amplo, a arte é uma atividade produtora, responsável pela criação de seres que, sem a intervenção humana, não existiriam. Entendendo dessa forma, são frutos da arte tanto um moteto1 de Palestrina quanto um automóvel; uma ferramenta pré-histórica e um computador. Como a arte, também a natureza é geradora. Nelas temos duas fontes de existência das criaturas; ambas insurgem- -se contra o nada. Como diz Étienne Gilson, “A missão do artista é enriquecer o mundo com novos seres. O artista sente um impulso irresistível de violentar o nada”.

(A humanização da arte, 2006. Adaptado.)

1moteto: tipo de composição musical medieval.
O predicativo do sujeito é o termo que qualifica (ou caracteriza) o sujeito da oração.
O termo sublinhado exerce a função de predicativo do sujeito em:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UEA Prova: VUNESP - 2019 - UEA - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1340704 Português
Leia o texto de João Vicente Ganzarolli de Oliveira para responder à questão

No sentido amplo, a arte é uma atividade produtora, responsável pela criação de seres que, sem a intervenção humana, não existiriam. Entendendo dessa forma, são frutos da arte tanto um moteto1 de Palestrina quanto um automóvel; uma ferramenta pré-histórica e um computador. Como a arte, também a natureza é geradora. Nelas temos duas fontes de existência das criaturas; ambas insurgem- -se contra o nada. Como diz Étienne Gilson, “A missão do artista é enriquecer o mundo com novos seres. O artista sente um impulso irresistível de violentar o nada”.

(A humanização da arte, 2006. Adaptado.)

1moteto: tipo de composição musical medieval.
Segundo o conceito amplo de arte exposto no texto,
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UEA Prova: VUNESP - 2019 - UEA - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1340703 Português
Leia o trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, para responder à questão

    De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente1 , embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.
    E assim se passava o tempo para a moça esta. Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela. E só eu é que posso dizer assim: “que é que você me pede chorando que eu não lhe dê cantando”? Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era. Antes de nascer ela era uma ideia? Antes de nascer ela era morta? E depois de nascer ela ia morrer? Mas que fina talhada de melancia.

(A hora da estrela, 1998.)

1 iridescente: colorido como o arco-íris.
O termo sublinhado introduz uma oração com sentido de concessão em:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: UEA Prova: VUNESP - 2019 - UEA - Prova de Conhecimentos Gerais |
Q1340702 Português
Leia o trecho de A hora da estrela, de Clarice Lispector, para responder à questão

    De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento. E como não sabia, ficou por isso mesmo, pois tinha medo de ofendê-la. Nada nela era iridescente1 , embora a pele do rosto entre as manchas tivesse um leve brilho de opala. Mas não importava. Ninguém olhava para ela na rua, ela era café frio.
    E assim se passava o tempo para a moça esta. Assoava o nariz na barra da combinação. Não tinha aquela coisa delicada que se chama encanto. Só eu a vejo encantadora. Só eu, seu autor, a amo. Sofro por ela. E só eu é que posso dizer assim: “que é que você me pede chorando que eu não lhe dê cantando”? Essa moça não sabia que ela era o que era, assim como um cachorro não sabe que é cachorro. Daí não se sentir infeliz. A única coisa que queria era viver. Não sabia para quê, não se indagava. Quem sabe, achava que havia uma gloriazinha em viver. Ela pensava que a pessoa é obrigada a ser feliz. Então era. Antes de nascer ela era uma ideia? Antes de nascer ela era morta? E depois de nascer ela ia morrer? Mas que fina talhada de melancia.

(A hora da estrela, 1998.)

1 iridescente: colorido como o arco-íris.
Em A hora da estrela, a história é contada
Alternativas
Respostas
1581: E
1582: C
1583: B
1584: A
1585: B
1586: A
1587: B
1588: D
1589: B
1590: D
1591: A
1592: C
1593: A
1594: A
1595: A
1596: C
1597: E
1598: D
1599: B
1600: A