Questões de Vestibular Sobre português
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O raciocínio exposto nos dois últimos períodos do texto aponta para a contradição existente na afirmação de que o Brasil se destaca na produção energia limpa, dados os inúmeros conflitos sociais gerados na instalação de usinas hidrelétricas, seja pelo impacto direto e permanente causado na vida dos povos indígenas e tradicionais, seja pela exploração do trabalho dos operários da construção civil.
As sociedades indígenas e os povos quilombolas estabeleceram, ao longo dos séculos, uma relação equilibrada com os ecossistemas, e suas técnicas de plantio, de construção e de convivência sustentáveis contribuíram para a preservação dos rios e do meio ambiente.
Assinale a opção correta acerca da obra de Machado de Assis.
C Machado de Assis alcançou uma perspectiva verdadeira da realidade ao refletir artisticamente sobre uma contradição que em nível local e universal desafia a sociedade humana sob o capitalismo: “a ordem burguesa no seu todo não se pauta pela norma burguesa”.
Tendo como referência os textos I e II, precedentes, julgue o próximo item.
Ambos os textos abordam ações de combate ao racismo que ocorreram no Brasil ao longo das últimas duas décadas e resultaram em importantes conquistas como o aumento da presença de estudantes negros e indígenas nas universidades públicas brasileiras.
Tendo como referência os textos I e II, precedentes, julgue o próximo item.
As políticas públicas citadas nos textos I e II abordam ações afirmativas e de reparação histórica que procuram enfrentar os efeitos de séculos de escravidão e exploração, nos períodos colonial e imperial, e os do racismo, que estruturam a história do Brasil.
Antonio Candido. Literatura de dois gumes. In: A educação pela noite e outros ensaios. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2006, p.197 (com adaptações).
Considerando o trecho de texto precedente, de Antonio Candido, faça o que se pede no item a seguir, que é do tipo D.
Elabore uma paráfrase do trecho apresentado, considerando a relação, presente na criação literária, entre liberdade criativa e correspondência com a vida social.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
A declaração do narrador de que “O mundo era complicado” não corresponde à visão de mundo de um adulto, pois expressa a incapacidade da mente infantil em formação de compreender fenômenos básicos como a diferença entre a água no pote e aquela contida no açude.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
Do trecho “Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava” infere-se que a percepção do açude pela perspectiva infantil, aberta ao contato mais dinâmico com os objetos, vistos ao revés como nas imagens apresentadas, mostra-se mais criativa, móvel e realista que a experimentada pelos adultos já integrados a uma visão estanque da realidade.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
No trecho “As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam”, o emprego da metáfora para representar os trabalhadores é um recurso estético que distancia a narrativa da imaginação infantil.
Candido Portinari. Meninos brincando.
Rio de Janeiro, 1955. Internet:<www.portinari.org.br>.
Roger Mayne. Handstand. London, 1956.
Internet: <viewingroom.huxleyparlour.com>.
O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso, julgo que não me atreveria a percorrê-lo. O fim dele tocava o céu. Um dia, entretanto, achei-me além do pátio, além do céu. Como cheguei ali não sei. Homens cavavam o chão, um buraco se abria, medonho, precipício que me encolhia apavorado entre montanhas erguidas nas bordas. Para que estariam fazendo aquela toca profunda? Para que estariam construindo aqueles montes que um pó envolvia como fumaça? Retraí-me na admiração que me causava o extraordinário formigueiro. As formigas suavam, as camisas brancas tingiam-se, enegreciam, ferramentas cravavam-se na terra, outras jogavam para cima o nevoeiro que formava os morros. (...) O que então me pasmou foi o açude, maravilha, água infinita onde patos e marrecos nadavam. Surpreenderam-me essas criaturas capazes de viver no líquido. O mundo era complicado. O maior volume de água conhecido antes continha-se no bojo de um pote e aquele enorme vaso metido no chão, coberto de folhas verdes, flores, aves que mergulhavam de cabeça para baixo, desarranjava-me a ciência. Com dificuldade, estabeleci relação entre o fenômeno singular e a cova fumacenta. Esta, porém, fora aberta numa região distante, e o açude se estirava defronte da casa. Estava ali, mas tinha caprichos, mudava de lugar, não se aquietava, era uma coisa vagabunda.
Graciliano Ramos. Infância.
Rio de Janeiro: Record, 2003, pp. 14 e 15.
A forma narrativa em primeira pessoa impede o narrador - um escritor experiente - de se aproximar da perspectiva infantil do personagem, uma vez que é impossível, mesmo para um artista, representar esteticamente o seu outro de classe, gênero ou etnia.
“Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores.
Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma (...)”.
“Aqui suspendo a crônica das saudades. Saudades verdadeiramente? Puras recordações, saudades talvez, se ponderarmos que o tempo é a ocasião passageira dos fatos, mas sobretudo — o funeral para sempre das horas.”
(POMPEIA, Raul. O Atheneu (Chronica de saudades). Rio de Janeiro: Tipografia de Gazeta de Notícias, p 3-4 e 368, 1888.)
Com base nessas duas citações, é possível afirmar que, ao fim da narrativa de Sérgio sobre sua vida no colégio, o narrador
"Tarde [de Olavo Bilac] foi uma promessa de anos seguidos. Tais são, tão salientes os artifícios e tão repetidos que muito bem provam o esforço do poeta decaído da poesia e a sua parca inspiração (...).”
(ANDRADE, M. Mestres do passado – Olavo Bilac. In: BRITO, M.S. História do modernismo brasileiro. Antecedentes da Semana de Arte Moderna. 5.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, p. 288-289, 1978.)
Relacione, ao poema a seguir, o trecho da crítica anterior, assinalando a alternativa que coincide com a ideia geral de Mário sobre a obra de Bilac.
As estrelas Olavo Bilac
Desenrola-se a sombra no regaço Da morna tarde, no esmaiado anil; Dorme, no ofego do calor febril, A natureza, mole de cansaço.
Vagarosas estrelas! passo a passo, O aprisco desertando, às mil e às mil, Vindes do ignoto seio do redil Num compacto rebanho, e encheis o espaço...
E, enquanto, lentas, sobre a paz terrena, Vos tresmalhais tremulamente a flux, – Uma divina música serena
Desce rolando pela vossa luz: Cuida-se ouvir, ovelhas de ouro: a avena Do invisível pastor que vos conduz...
(BILAC, Olavo. Tarde. Rio de Janeiro: Livraria Francisco Alves, p. 42-43, 1919.)
Esmaiado: esmaecido, pálido Aprisco: curral Redil: curral para o gado ovino ou caprino; rebanho de ovelhas Tresmalhar: Afastar-se, perder-se do rebanho Flux: fluxo Avena: flauta pastoril
(CAMINHA, Pero Vaz de. Carta de Achamento do Brasil. Campinas: Editora da UNICAMP, p. 108, 2001.)
Em seu relato de viagem, Pero Vaz de Caminha
“– Não desejo ao meu maior inimigo o que me aconteceu no mês de abril de 1839.”
(MACHADO DE ASSIS. Casa Velha. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p. 11.)
De acordo com o texto, o acontecimento desagradável que vitimou o religioso faz com que ele possa ser considerado, ao final da narrativa, como
“Mulher espancada após boatos em rede social morre no Guarujá, SP
(...)
A dona de casa Fabiane Maria de Jesus, de 33 anos, morreu na manhã desta segunda-feira (5), dois dias após ter sido espancada por dezenas de moradores do Guarujá, no litoral de São Paulo. Segundo a família, ela foi agredida a partir de um boato gerado por uma página em uma rede social (...)”
(G1, Santos, 05/05/2014. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/santos-regiao/noticia/2014/05/mulher-espancada-apos-boatos-em-rede-social-morre-em-guaruja-sp.html. Acessado em 04/07/2023.)
Assinale o trecho de um dos contos a seguir – extraídos de EVARISTO, Conceição. Olhos d’Água. Rio de Janeiro: Pallas; Fundação Biblioteca Nacional, 2016 –, trecho este que relaciona o acontecimento da reportagem ao texto de ficção:
“Que século, meus Deus! – exclamaram os ratos E começaram a roer o edifício”.
(“Edifício Esplendor” (1955), de Carlos Drummond de Andrade, epígrafe do conto “Seminário dos Ratos”, de Lygia Fagundes Telles.)
Texto 2
Epígrafe é um paratexto (um texto que acompanha o texto principal), que pode justificar ou comentar um título ou texto; referenciar a relação entre o autor do texto e o da epígrafe; criar um efeito por meio do qual a presença da epígrafe já evoca a identificação do autor do texto com uma época ou movimento.
(Adaptado de: GENETTE, G. Paratextos Editoriais. Tradução de Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê Editorial, 2009.)
Considerando os textos 1 e 2, assinale a alternativa correta.
je ne parle pas bien*
je ne parle pas bien
je ne parle pas bien
je ne parle pas bien
eu tenho uma língua solta
que não me deixa esquecer
que cada palavra minha
é resquício da colonização
cada verbo que aprendi conjugar
foi ensinado com a missão
de me afastar de quem veio antes
nossas escolas não nos ensinam
a dar voos
[...]
reinvenção
nossa revolução surge e urge
das nossas bocas
das falas aprendidas
que são ensinadas
e muitas não compreendidas
salve, a cada gíria
je ne parle pas bien
[...]
o que era pra ser arma de colonizador
está virando revide de ex colonizado
estamos aprendendo as suas línguas
e descolonizando os pensamento
* Je ne parle pas bien, do francês, significa “Eu não falo direito”.
Podemos afirmar que o uso repetido do verso Je ne parle pas
bien no poema slam de Luz Ribeiro
Lendas de raças, cidades perdidas nas selvas do coração do Brasil.
Contam os índios de deuses que descem do espaço no coração do Brasil.
Redescobrindo as Américas quinhentos anos depois, Lutar com unhas e dentes pra termos direito a um depois. Fim do milênio, resgate da vida, do sonho, do bem. A terra é tão verde e azul. Os filhos dos filhos dos filhos dos nossos filhos verão.
(Pantanal, letra de Marcus Viana, gravada pelo grupo Sagrado Coração da Terra na coletânea em LP Sagrado – Farol da Liberdade, lançada em 1991 pelo selo Sonhos & Sons.)
Nesse trecho da canção, podemos identificar


Considerando a imagem no texto 2, podemos afirmar que o texto 1 promove uma
