Questões de Vestibular
Comentadas sobre redação - reescritura de texto em português
Foram encontradas 23 questões
Julgue o item, relativos às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior.
No trecho “A Sociedade Real de Saúde Pública do Reino
Unido recomenda que as plataformas publiquem avisos
pop-up que advirtam o usuário acerca do número de horas
acessadas” (último parágrafo), a forma verbal “advirtam”
poderia ser substituída por alertem, sem prejuízo da
correção gramatical e do sentido do texto.
Darcy Ribeiro. Falando dos índios. Ed. UnB, Fundação
Darcy Ribeiro, 2010, p.59 (com adaptações).
No que se refere às ideias e às estruturas linguísticas do texto apresentado, julgue o item que se segue.
Os sentidos do texto seriam preservados caso o trecho “incapaz de lhes dar proteção eficaz” (ℓ. 11 e 12) fosse substituído por incapaz de dar proteção eficaz a ele.
O Ceará, apesar de restrições de renda, destaca-se em alfabetização. Um dos motivos do êxito é a parceria com os municípios, os principais encarregados dos primeiros anos de escolarização.
Além de medidas que incluem formação de professores e material didático estruturado, o governo cearense acionou um incentivo financeiro: as cidades com resultados melhores recebem fatia maior do ICMS, com liberdade para destinação dos recursos.
O modelo já foi adotado em Pernambuco e está sendo implantado ou avaliado por Alagoas, Amapá, Espírito Santo e São Paulo.
Replicam-se igualmente as boas iniciativas do ensino médio em Pernambuco, baseado em tempo integral, que permite ao estudante escolher disciplinas optativas, projeto acolhido em São Paulo.
Auspiciosa, essa rede multilateral e multipartidária pela educação é exemplo de como a sociedade pode se mobilizar em torno de propostas palpáveis.
(“Unidos pelo Ensino”. Folha de S.Paulo, 27.08.2019. Adaptado.)
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Leia o trecho do livro Em casa, de Bill Bryson, para responder à questão.
Quase nada, no século XVII, escapava à astúcia dos que adulteravam alimentos. O açúcar e outros ingredientes caros muitas vezes eram aumentados com gesso, areia e poeira. A manteiga tinha o volume aumentado com sebo e banha. Quem tomasse chá, segundo autoridades da época, poderia ingerir, sem querer, uma série de coisas, desde serragem até esterco de carneiro pulverizado. Um carregamento inspecionado, relata Judith Flanders, demonstrou conter apenas a metade de chá; o resto era composto de areia e sujeira. Acrescentava-se ácido sulfúrico ao vinagre para dar mais acidez; giz ao leite; terebintina1 ao gim. O arsenito de cobre era usado para tornar os vegetais mais verdes, ou para fazer a geleia brilhar. O cromato de chumbo dava um brilho dourado aos pães e também à mostarda. O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante, e o chumbo avermelhado deixava o queijo Gloucester, se não mais seguro para comer, mais belo para olhar.
Não havia praticamente nenhum gênero que não pudesse ser melhorado ou tornado mais econômico para o varejista por meio de um pouquinho de manipulação e engodo. Até as cerejas, como relata Tobias Smollett, ganhavam novo brilho depois de roladas, delicadamente, na boca do vendedor antes de serem colocadas em exposição. Quantas damas inocentes, perguntava ele, tinham saboreado um prato de deliciosas cerejas que haviam sido “umedecidas e roladas entre os maxilares imundos e, talvez, ulcerados de um mascate de Saint Giles”?
O pão era particularmente atingido. Em seu romance de 1771, The expedition of Humphry Clinker, Smollett definiu o pão de Londres como um composto tóxico de “giz, alume2 e cinzas de ossos, insípido ao paladar e destrutivo para a constituição”; mas acusações assim já eram comuns na época. A primeira acusação formal já encontrada sobre a adulteração generalizada do pão está em um livro chamado Poison detected: or frightful truths, escrito anonimamente em 1757, que revelou segundo “uma autoridade altamente confiável” que “sacos de ossos velhos são usados por alguns padeiros, não infrequentemente”, e que “os ossuários dos mortos são revolvidos para adicionar imundícies ao alimento dos vivos”.
(Em casa, 2011. Adaptado.)
1 terebintina: resina extraída de uma planta e usada na fabricação de vernizes, diluição de tintas etc.
2 alume: designação dos sulfatos duplos de alumínio e metais alcalinos,
com propriedades adstringentes, usado na fabricação de corantes, papel,
porcelana, na purificação de água, na clarificação de açúcar etc.
“O acetato de chumbo era adicionado às bebidas como adoçante” (1°parágrafo)
Preservando-se a correção gramatical e o seu sentido original, essa oração pode ser reescrita na forma:
Leia o soneto “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696), para responder à questão.
Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,
Depois da Luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas a alegria.
Porém, se acaba o Sol, por que nascia?
Se é tão formosa a Luz, por que não dura?
Como a beleza assim se transfigura?
Como o gosto da pena assim se fia?
Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,
Na formosura não se dê constância,
E na alegria sinta-se tristeza.
Começa o mundo enfim pela ignorância,
E tem qualquer dos bens por natureza
A firmeza somente na inconstância.
(Poemas escolhidos, 2010.)
Texto 1
O texto I é um excerto de Baú de Ossos (volume 1), do médico e escritor mineiro Pedro Nava. Inclui-se essa obra no gênero memorialístico, que é predominantemente narrativo. Nesse gênero, são contados episódios verídicos ou baseadas em fatos reais, que ficaram na memória do autor. Isso o distingue da biografia, que se propõe contar a história de uma pessoa específica.
(Pedro Nava. Baú de ossos. Memórias 1. p. 308 a
310.)
Substituindo-se a informação destacada no trecho – ... as organizações buscam soluções inovadoras... – por um pronome correspondente, o resultado gramaticalmente correto é o seguinte:
Os sinônimos das expressões destacadas no trecho – O profissional que resolve problemas e ajuda as empresas a atingir resultados destaca-se, ganha reconhecimento e larga em vantagem na disputa por uma promoção. – estão apresentados corretamente em
Sem contrariar o sentido do texto original e a prescrição gramatical, o período inicial do texto (l.1-4) poderia ser redigido da seguinte forma: É certo que, na passagem para a vida adulta, os jovens dinâmicos, os quais não manifestavam unicamente em brincadeiras e atitudes delirantes, habituaram-se a sobrepor seriedade e entretenimento.
Mantendo-se a correção gramatical e a precisão das informações, o último período do texto poderia ser reescrito da seguinte forma: Na revolução científica de 1960, Alfred Wegener definitivamente comprovou a hipótese da deriva continental e a consolidou na teoria tectônica de placas.
Como foi empregada na acepção de verbo impessoal, a forma verbal “Havia” (l.4) poderia, corretamente, ser substituída pela forma verbal sinônima Existia.
Dada a regência do verbo principal do segmento “a quem elas pudessem interessar” (l.6), estaria igualmente correta a seguinte estrutura: a quem pudesse interessar-se por elas.
O segmento “a quem quer entrar” (l.2-3) poderia ser corretamente substituído por àqueles que desejam lançar-se.
Sobre ele afirma-se que
I. poderia ser reescrito da seguinte maneira, para evitar repetição do verbo pensar: E não só raciocinam, como também pensam que raciocinam! E além de acharem que raciocinam, supõem que têm razão!
II. tem o ritmo acentuado em decorrência do eco provocado pela repetição da forma verbal pensam.
III. alcança, com a repetição do verbo pensar, dois objetivos: enfatizar o ato de raciocinar ou refletir e, ao mesmo tempo, ironizar o exercício do raciocínio praticado por pessoas supostamente ignorantes.
Está correto o que se diz em