Questões de Vestibular de Português - Redação - Reescritura de texto

Foram encontradas 245 questões

Ano: 2019 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: FUVEST - 2019 - USP - Vestibular |
Q1169908 Português
TEXTO PARA A QUESTÃO

Machado de Assis, Quincas Borba.
Considerando o contexto, o trecho “E não se pense que este nome a alegrou, posto que a lisonjeasse” (L.10‐11) pode ser reescrito,sem prejuízo de sentido, da seguinte maneira: E não se pense que este nome a alegrou,
Alternativas
Ano: 2016 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2016 - FGV - Administração de Empresas |
Q1077577 Português

Na crise, viramos fantoches na rede

       Quando um fato de grande repercussão social ocorre, o primeiro impacto é o congestionamento. Todos buscam se comunicar, gerando sobrecarga nas linhas de celular, tornando o acesso à internet móvel lento ou inexistente.

     Logo a seguir vem a onda de incerteza e desinformação. No anseio da busca por notícias rápidas, começam a circular na rede vários dados falsos ou imprecisos, que são replicados massivamente. Estudos mostram que as informações falsas circulam três vezes mais que as corretas, publicadas depois. O dano é enorme.

       A recomendação nesses casos é contraintuitiva: não replicar qualquer informação sem checá-la antes. Evitar o desejo de "participar" do acontecimento retuitando ou compartilhando informações vindas de fontes não confiáveis, por maior que seja o número de pessoas fazendo o mesmo. Nesses momentos de grande comoção e agitação, extremistas com agendas políticas deletérias aproveitam para fazer circular suas mensagens. Esse é um dos principais efeitos desejados pelo terrorismo contemporâneo: criar uma situação de grande agitação na internet e pegar carona nela para disseminar sua mensagem.

      Situações como essas transformam as pessoas em veículos. Viramos agentes de disseminação ampla de mensagens pré-fabricadas, produzidas intencionalmente por algumas poucas fontes que sabem exatamente o que estão fazendo.

      O objetivo não é o debate, mas mera ocupação de espaço. São teses e antíteses incapazes de produzir qualquer síntese. Não passam de narrativas pré-concebidas com o objetivo de ocupar espaço.

Ronaldo Lemos, Folha de S. Paulo, 28/03/2016. Adaptado. 

A frase “tornando o acesso à internet móvel lento ou inexistente” ganha em clareza e precisão se for assim reescrita:
Alternativas
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: FGV Prova: FGV - 2018 - FGV - Vestibular |
Q1069798 Português

Texto para a questão


“PIMBA NA GORDUCHINHA”* DATOU


    Empolgação já não basta. Comentaristas usam cada vez mais estatísticas e termos técnicos para traduzir o que acontece em campo.

    Por tradição, a tarefa de comentar uma partida de futebol sempre foi o oposto disso. A “crônica esportiva” pontificada por lendas como Nelson Rodrigues e Armando Nogueira, entre muitos outros, evocava heróis em campo e fazia da genialidade individual, do empenho coletivo e do imponderável instituições que comandavam o jogo. O belo texto valia tanto quanto – ou mais – que a observação de treinos e jogos. “O padrão para falar de futebol no Brasil costumava abordar aspectos como a qualidade individual do jogador e fatores emocionais”, afirma Carlos Eduardo Mansur, do jornal O Globo. “O desafio hoje é estudar o jogo taticamente.” Não havia no passado, obviamente, a ideia nem os recursos técnicos para compilar dados, que hoje sustentam as análises feitas durante os 90 minutos.

    O uso de softwares que ajudam a dissecar partidas em números se difundiu nos clubes e transbordou para as redações. Crescem grupos dedicados à tabulação e análise de dados. Estatísticas individuais e coletivas, como o número de finalizações de um atacante e a média de posse de bola de uma equipe, são dados prosaicos em palestras de treinadores e programas de TV, blogs ou jornais.

    Detratores desse modelo, no entanto, consideram essa tendência um modismo, uma chatice. “Há preconceito de quem ouve e exagero de quem usa”, afirma o comentarista PVC [Paulo Vinícius Coelho]. Excessos ou modismos à parte, não há como fugir da realidade. O uso de dados e estatísticas por clubes europeus para elaborar estratégias e jogadas é antigo e há anos chegou aos brasileiros, com maior ou menor simpatia. Não existe futebol bem jogado, em alto nível, sem isso.

    A tarefa de dissecar o jogo por números e dados ajuda a entender, mas não esgota o futebol, que, por sua dinâmica, segue como um esporte dos mais imprevisíveis.


Rafael Oliveira, Época, 29.01.2018. Adaptado.

* "ripa na chulipa e pimba na gorduchinha": bordão criado pelo narrador de futebol Osmar Santos e popularizado nos anos 1980.
Considerada no contexto, a substituição proposta para a frase citada no início de cada alternativa mantém o sentido mas NÃO a correção gramatical em:
Alternativas
Ano: 2019 Banca: UFRGS Órgão: UFRGS Prova: UFRGS - 2019 - UFRGS - Vestibular 2º Dia |
Q1013950 Português

Observe as propostas de reescrita para o seguinte trecho do texto.


Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, talvez se deva admitir que o sujeito de um verbo pode estar apagado e, mesmo assim, produzir concordância (l. 34-38).


I - Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, deve-se admitir, talvez, que o sujeito de um verbo pode estar apagado e produzir concordância mesmo assim.

II - Para tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado, se deva admitir que talvez o sujeito de um verbo possa estar apagado e produzir concordância, mesmo assim.

III- Deve-se admitir que o sujeito de um verbo pode estar apagado e produzir, mesmo assim, concordância, para talvez tentar formular uma hipótese mais clara para o problema apresentado.


Quais estão corretas e preservam a significação do trecho original?

Alternativas
Ano: 2018 Banca: VUNESP Órgão: UNIFESP Prova: VUNESP - 2018 - UNIFESP - Vestibular |
Q976370 Português

Leia o trecho inicial do conto “A doida”, de Carlos Drummond de Andrade, para responder à questão.


      A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro que pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?

      Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoa dos. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandades. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar1 a doida, isolada e agreste no seu jardim.

      Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.

      Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de sessenta anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavraram o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se veriam. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer – mas nos racontos2 antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família
 se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passaram a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão3.

      Vinte anos de uma tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a ideia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.

      Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis l amentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido... Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.

                                                                                  (Contos de aprendiz, 2012.)

1 lapidar: apedrejar.

2 raconto: relato, narrativa.

3 irrisão: zombaria.

No trecho “Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados” (2° parágrafo), em respeito à norma-padrão, estaria correto o uso da preposição “a” em lugar de “com” se a expressão sublinhada fosse substituída por
Alternativas
Respostas
131: A
132: C
133: E
134: A
135: A