Questões de Vestibular
Sobre tipos de discurso: direto, indireto e indireto livre em português
Foram encontradas 89 questões
TEXTO 1
A minha mãe falava sério!
Thalita Rebouças
(Adaptação do capítulo do livro Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006)
TEXTO 2
Estudantes contam como é morar em república
Fernanda Bassette
Do G1, em São Paulo
26/2/2007
(Adaptação do texto disponível em <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0>
As regras de conversão do discurso direto para o discurso indireto exigem que formas verbais do presente como em “depois a gente limpa” (texto 1, linhas 68-69) sejam transformadas em formas verbais do pretérito imperfeito.
TEXTO 1
A minha mãe falava sério!
Thalita Rebouças
(Adaptação do capítulo do livro Fala sério, professor! Rio de Janeiro: Rocco, 2006)
TEXTO 2
Estudantes contam como é morar em república
Fernanda Bassette
Do G1, em São Paulo
26/2/2007
(Adaptação do texto disponível em <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0>
Em “São dois os pré-requisitos para um calouro ser mais um morador da PIF-PAF: é preciso ser do sexo masculino e cursar Engenharia na Ufop.” (texto 2, linhas 37-40), o discurso direto é indicado pelo uso de dois-pontos para separar a fala do autor do texto da fala do entrevistado.
TEXTO
Estudantes contam como é morar em república
Fernanda Bassette
Do G1, em São Paulo
26/2/2007
(Adaptação do texto disponível em <http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0>
Assinale o que for correto a respeito do texto.
Uma estratégia utilizada pela autora do texto para
apresentar o que é a vida em república é organizar os
depoimentos de estudantes que vivem em república
ou que já passaram por essa experiência na forma de
discurso direto.
Aquele acreditava na lei. Funcionário do IAPC [Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários], sabia de cor a Lei Orgânica da Previdência. Chegava mesmo a ser consultado pelos colegas sempre que surgia alguma dúvida quanto à aplicação desse ou daquele princípio. Eis que um dia nasce-lhe um filho e ele, cônscio de seus direitos, requer da Previdência o auxílio-natalidade. Prepara o requerimento, junta uma cópia da certidão de nascimento da criança e dá entrada no processo. Estava dentro da lei, mas já na entrada a coisa enguiçou.
– Não podemos receber o requerimento sem o atestado do médico que assistiu a parturiente.
– A lei não exige isso – replicou ele.
– Mas o chefe exige. Tem havido abusos.
Estava montado o angu. O rapaz foi até o chefe, que se negou a receber o requerimento.
– Vou aos jornais – disse-me o crédulo. – Eles têm de receber o requerimento, como manda a lei.
Tentei aconselhá-lo: a justiça é cega e tarda, juntasse o tal atestado médico, era mais simples.
– Não junto. A lei não me obriga a isso. Vou aos jornais.
Foi aos jornais. Aliás, foi a um só, que deu a notícia num canto de página, minúscula. Ninguém leu, mas ele fez a notícia chegar até o chefe que, enfurecido, resolveu processá-lo: a lei proíbe que os funcionários levem para os jornais assuntos internos da repartição.
– Agora a lei está contra você, não?
– Não. A lei está comigo.
Estava ou não estava, o certo é que o processo foi até a Procuradoria e saiu dali com o seguinte despacho: suspenda- -se o indisciplinado.
Era de ver-se a cara de meu amigo em face dessa decisão. Estava pálido e abatido, comentando a sua perplexidade. Mas não desistiu:
– Vou recorrer.
Deve ter recorrido. Ainda o vi várias vezes contando aos colegas o andamento do processo, meses depois. Parece que já nem se lembra do auxílio-natalidade – a origem de tudo – e brigará até o fim da vida, alheio a um aforismo que, por ser brasileiro, inventei: “Quem acredita na lei, esta lhe cai em cima.”
(O melhor da crônica brasileira, 2013.)
Leia o trecho inicial do conto “O cobrador”, de Rubem Fonseca, para responder à questão.
Na porta da rua uma dentadura grande, embaixo escrito Dr. Carvalho, Dentista. Na sala de espera vazia uma placa, Espere o Doutor, ele está atendendo um cliente. Esperei meia hora, o dente doendo, a porta abriu e surgiu uma mulher acompanhada de um sujeito grande, uns quarenta anos, de jaleco branco. Entrei no gabinete, sentei na cadeira, o dentista botou um guardanapo de papel no meu pescoço. Abri a boca e disse que o meu dente de trás estava doendo muito. Ele olhou com um espelhinho e perguntou como é que eu tinha deixado os meus dentes ficarem naquele estado.
Só rindo. Esses caras são engraçados.
Vou ter que arrancar, ele disse, o senhor já tem poucos dentes e se não fizer um tratamento rápido vai perder todos os outros, inclusive estes aqui — e deu uma pancada estridente nos meus dentes da frente. Uma injeção de anestesia na gengiva. Mostrou o dente na ponta do boticão: A raiz está podre, vê?, disse com pouco caso. São quatrocentos cruzeiros.
Só rindo. Não tem não, meu chapa, eu disse.
Não tem não o quê? Não tem quatrocentos cruzeiros. Fui andando em direção à porta.
Ele bloqueou a porta com o corpo. É melhor pagar, disse. Era um homem grande […]. E meu físico franzino encoraja as pessoas. Odeio dentistas, comerciantes, advogados, industriais, funcionários, médicos, executivos, essa canalha inteira. Todos eles estão me devendo muito. Abri o blusão, tirei o 38 [...]. Ele ficou branco, recuou. Apontando o revólver para o peito dele comecei a aliviar o meu coração: tirei as gavetas dos armários, joguei tudo no chão, chutei os vidrinhos todos como se fossem balas, eles pipocavam e explodiam na parede. Arrebentar os cuspidores e motores foi mais difícil, cheguei a machucar as mãos e os pés. O dentista me olhava, várias vezes deve ter pensado em pular em cima de mim, eu queria muito que ele fizesse isso para dar um tiro naquela barriga grande […].
Eu não pago mais nada, cansei de pagar!, gritei para ele, agora eu só cobro!
(O melhor de Rubem Fonseca, 2015.)
“Ele [...] perguntou como é que eu tinha deixado os meus dentes ficarem naquele estado” (2º parágrafo)
Ao se transpor o trecho para o discurso direto, o termo sublinhado assume a seguinte forma:
Considerando a leitura do texto 2 e do romance Vidas secas, bem como o contexto em que a obra foi produzida, assinale a proposição CORRETA.
O discurso indireto livre, utilizado no segundo e no quarto parágrafos do texto, visa mostrar ao
leitor o que Fabiano pensa, mas que não chega a verbalizar, tal o seu temor pelo patrão.
Trecho 2 “Quando finalmente, naquela manhã, um santeiro estabelecido na ladeira do Taboão chegou aflito à pequena porém bem arrumada casa da família Barreto e comunicou à filha Vanda e ao genro Leonardo estar Quincas definitivamente espichado, morto em sua pocilga miserável...” (p. 21).
Trecho 3 “Quando já estavam fartos de tanto cantar, Curió perguntou: - Não era hoje de noite a moqueca de Mestre Manuel? - Hoje mesmo. Moqueca de Arraia – acentou Pé de Vento. - Ninguém faz moqueca igual a Maria Clara – afirmou Cabo. Quincas estalou a língua. Negro Pastinha riu: -Tá doidinho pela moqueca.” (p. 91). AMADO, Jorge. A morte e a morte de Quincas Berro d’Água. Rio de Janeiro: Record, 42 ed., 1980.
Os trechos destacados permitem afirmar que a narrativa utilizada pelo autor se dá
Onde estou? Este sítio desconheço:
Quem fez tão diferente aquele prado?
Tudo outra natureza tem tomado,
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço.
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço
De estar a ela um dia reclinado;
Ali em vale um monte está mudado:
Quanto pode dos anos o progresso!
Árvores aqui vi tão florescentes,
Que faziam perpétua a primavera:
Nem troncos vejo agora decadentes.
Eu me engano: a região esta não era;
Mas que venho a estranhar, se estão presentes
Meus males, com que tudo degenera!
(Cláudio Manuel da Costa. Obras, 2002.)
Texto 2
(O texto 2 foi extraído da obra Capitães da areia, de Jorge Amado, que conta a triste história de um grupo de crianças e adolescentes que vivem na rua, conhecidos como “capitães da areia”. À noite, recolhem-se para dormir num velho trapiche abandonado. O grupo pratica pequenos furtos para sobreviver, e seus membros se unem para defender-se da perseguição da polícia. Quando presos, são encaminhados para reformatórios, onde sofrem toda sorte de abusos.
O grupo, formado somente de meninos, recebeu, um dia, uma menina chamada Dora, de treze para catorze anos, cuja mãe morrera. Com o irmão, Zé Fuinha, ela foi para a rua, onde conheceu a turma dos Capitães da Areia e nela se integrou. Dora, uma menina loura e bonita, disposta para o trabalho, acabou conquistando todos: era mãe para os pequenos, e amiga e irmã para os mais velhos, alguns dos quais se apaixonaram por ela. Mas ela amava mesmo era o chefe dos Capitães, o valente Pedro Bala. Presa e recolhida a um orfanato, até que o namorado a resgatasse e a levasse para o velho trapiche, adoeceu e morreu. Horas antes de morrer, pediu a Pedro Bala que a fizesse mulher. Ele hesitou porque a via muito doente, mas, por fim, atendeu ao seu pedido. Na manhã seguinte, ela estava morta.
O capítulo que você vai ler narra a reação desesperada de Pedro Bala logo depois que levam o corpo de sua amada para alto mar, onde finalmente repousará.)
Marque V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se diz sobre o texto.
( ) O primeiro parágrafo (linhas 87-95) é independente em relação ao restante do texto, no entanto os outros parágrafos retomam direta ou indiretamente as informações por ele passadas.
( ) O primeiro parágrafo é importante na medida em que oferece elementos que indiretamente irão valorizar Dora.
( ) A narrativa é feita em terceira pessoa, mas, entre as linhas 106 e 120, encontra-se o discurso indireto livre — uma forma de valorizar a posição da personagem e dar mais credibilidade à palavra que revela o interior dela.
( ) Dora teve o direito de virar estrela apenas porque muito amou Pedro Bala, que era para ela um herói. Era como se ela ocupasse o lugar dele.
( ) Pedro Bala estava determinado a buscar a morte, mas não teve coragem de ir até o fim.
Está correta, de cima para baixo, a sequência seguinte:
Leia o enunciado a seguir e responda à questão.
“Um comediante popular, como Tom
Cavalcante, costuma dizer que a diferença
está no uso da voz, não na idade da piada.”
(linhas 16-18)
Pode-se afirmar que no enunciado:
I - Há um discurso direto explicitado pelo autor que cita uma informação, introduzida por um verbo “dicendi”.
II - Existe um verbo de elocução que introduz uma oração completiva precedida de um conectivo integrante.
III - Há um enunciado completivo, antecedido por uma locução verbal, cujo verbo principal introduz um discurso apelativo.
Analise as proposições e marque a alternativa que apresenta a(s) correta(s).
TEXTO
CIDADE SEM LUZ
(Olavo Drummond. O vendedor de
estrelas. Contos.)
( ) Os verbos “espalhar” e “topar”, empregados na terceira pessoa do singular, indicam que a narrativa é feita em terceira pessoa, por um narrador não personagem. ( ) O emprego do advérbio agora, um elemento que indica a posição do falante, sugere um narrador que se imiscui nos fatos narrados. ( ) Os vocábulos esta e assim, na medida em que são próprios do discurso direto, parecem misturar a fala do narrador com a fala da personagem. ( ) O uso do advérbio ali indica o distanciamento do narrador em relação à cena enunciativa.
A sequência correta, de cima para baixo, é
Analise as proposições em relação à obra Melhores poemas, ao autor Manuel Bandeira, e ao
Texto 1.
I. A leitura do poema deixa claro, para o leitor, que a aliteração e a assonância são traços
formais que em conjunto com o tom coloquial, que pontuam o poema, possibilitam a
pretensão de o autor, com isso, dar um caráter menos europeizado e mais brasileiro à
nossa literatura, fugindo ao molde europeu.
II. No poema, há predominância dos períodos na ordem direta. A estrutura dos versos é uma
tentativa de o autor dar um tom determinante e de aceleração, que é quebrado pelo verso
“Infantil é o teu sorriso” (verso 25), que está na ordem indireta.
III. Nas obras de Manuel Bandeira, os temas predominantes são doenças, isolamento, morte,
erotismo, solidão, angústia existencial, cotidiano, infância.
IV. A poética bandeiriana reflete a integração entre a língua coloquial e a linguagem poética,
marcando a geração modernista, é o que evidenciam as poesias de caráter confidencial,
autobiográfico, exprimindo-se tanto pelo versilibrismo quanto pelo verso tradicional.
V. Nas obras de Manuel Bandeira, em especial as que didaticamente fazem parte da primeira
fase do Modernismo, a criatividade poética dá ao poeta a possibilidade de fazer uma
reflexão sobre os valores transcendentais do homem em final de século.
Assinale a alternativa correta.
1 - Passagem que traz o discurso direto do narrador-personagem, que revela os diálogos entre ele e a televisão. 2 - Passagem que traz o discurso direto, que revela o dizer da mãe do narrador-personagem. 3 - Passagem que traz o discurso indireto, que revela o dizer da mãe do narrador-personagem. 4 - Passagem que traz o discurso indireto, que revela a suposição do narrador-personagem do dizer do pai. 5 - Passagem que traz o discurso indireto, que revela a suposição do narrador-personagem a respeito do que o pai irá responder. 6 - Passagem que traz o discurso indireto, que revela a suposição do narrador-personagem da resposta dos leitores sobre suas convicções.
( ) Eu gostaria de ganhar em dólar num mês o número de vezes que você troca de canal em uma hora [...]. (l. 09-11) ( ) Não conheço nem quero conhecer [...]. (l. 25) ( ) Vocês dirão que não, que é para a câmera que ele olha [...]. (l. 53-54) ( ) ele vai dizer que sim, que seu filho ama o rock tanto quanto ele [...]. (l. 65-67)
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é
Assinale a alternativa que realiza adequadamente a transposição para o discurso indireto do trecho a seguir.
– Para mim esta é a melhor hora do dia – Ema disse, voltando do quarto dos meninos (l. 01-02).
O conto a seguir foi retirado do livro Hora de Alimentar Serpentes, de Marina Colasanti.