Questões de Vestibular PUC - RS 2010 para Vestibular, Prova 02
Foram encontradas 60 questões
I. Esparta, que englobava as regiões da Lacônia e da Messênia, e Atenas, que correspondia a toda a região da Ática, eram exceções quanto à grande dimensão territorial, se comparadas à maioria das demais cidades-estado.
II. As cidades-estado consolidaram suas estruturas fundamentais no chamado período arcaico da história grega e conheceram sua máxima expressão política e cultural durante o período clássico.
III. A acrópole, parte alta da zona urbana da polis, concentrava as atividades econômicas essenciais para o sustento material da cidade, suplantando a produção agrícola da zona rural nesse setor.
IV. As cidades-estado formavam unidades politicamente autônomas e economicamente autossuficientes, não tendo desenvolvido processos significativos de expansão territorial por colonização de novas áreas até o período helenístico.
Estão corretas apenas as afirmativas
Depois de proclamada a República brasileira e instaurado o governo provisório do Mal. Deodoro da Fonseca (1889-1891), foram necessárias medidas no plano econômico-financeiro para solucionar a insuficiência de papel-moeda em circulação no país. Rui Barbosa, ministro da fazenda, elaborou uma rápida solução que ficou conhecida como Encilhamento.
Esse plano econômico-financeiro tinha como principal
característica
I. Mandato de seis anos para presidente da República, manutenção das eleições indiretas para governador, criação de senadores biônicos e diminuição da representação dos estados mais populosos no Congresso.
II. Mandato de cinco anos para presidente da República, eleições indiretas somente para a presidência da República, criação de dois partidos políticos apenas e ampliação da representação política dos estados.
III. Mandato de quatro anos para presidente da República, eleições diretas para governador e prefeito, criação de maior número de cargos nos gabinetes da presidência da República e manutenção do direito de greve.
IV. Mandato vitalício para presidente da República, eleições indiretas para senadores e prefeitos, ampliação dos direitos de imprensa e do direito de greve para trabalhadores.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são, apenas:
“A louca agitação das vésperas de partida! Com a algazarra das crianças atrapalhando tudo E a gente esquecendo o que devia trazer , Trazendo coisas que deviam ficar... Mas é que as coisas também querem partir , As coisas também querem chegar A qualquer parte! – desde que não seja Este eterno mesmo lugar... E em vão o Pai procura assumir o comando: Mas acabou-se a autoridade... Só existe no mundo esta grande novidade: VIAJAR!”
Todas as afirmativas estão corretamente associadas ao poema, EXCETO:
INSTRUÇÃO: Para responder a questão, ler o texto que segue, de Cecília Meireles.
“Grande é a diferença entre o turista e o viajante. O primeiro é uma criatura feliz, que parte por este mundo com a sua máquina fotográfica a tiracolo, o guia no bolso, um sucinto vocabulário entre os dentes (...) O viajante é criatura menos feliz, de movimentos mais vagarosos, todo enredado em afetos, querendo morar em cada coisa, descer à origem de tudo, amar loucamente cada aspecto do caminho, desde as pedras mais toscas às mais sublimadas almas do passado, do presente e até do futuro – um futuro que ele nem conhecerá.”
Sobre o turista e o viajante, é correto afirmar que
“ESTA É A ESTÓRIA. Ia um menino, com os Tios, passar dias no lugar onde se construía a grande cidade. Era uma viagem inventada no feliz; para ele, produziase em caso de sonho. Saíam ainda com o escuro, o ar fino de cheiros desconhecidos. A Mãe e o Pai vinham trazê-lo ao aeroporto. (...) O voo ia ser pouco mais de duas horas. O menino fremia no acorçoo, alegre de se rir para si, confortavelzinho, com um jeito de folha a cair. A vida podia às vezes raiar numa verdade extraordinária. Mesmo o afivelarem-lhe o cinto de segurança via forte afago, de proteção, e logo novo senso de esperança: ao não sabido, ao mais. Assim um crescer e desconter-se – certo como o ato de respirar – o de fugir para o espaço em branco. O Menino.”
De acordo com o texto, afirma-se:
I. O menino experimentava sensações até então inusitadas no enfrentamento do desconhecido, com sentimentos de entusiasmo e de descoberta. II. A viagem parecia encaminhar-se na direção do não sabido e da revelação de algo extraordinário. III. O viajante sentia medo e até dificuldade de respirar durante o percurso, e tinha vontade de fugir do seu destino. IV. A viagem de avião daria ao menino o acesso a uma cidade ainda sem história.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
“A costa brasileira depois de um pulo de farol sumiu como um peixe. O mar era um oleado azul. O sol afogado queimava arranha-céus de nuvens. Dois pontos sujaram o horizonte faiscando longínquos bons dias sem fio. Os olhos hipócritas dos viajantes andavam longe dos livros – agora polichinelos sentados nas cadeiras vazias.”
A aproximação do texto literário à prosa cinematográfica, caracterizada pela _________, permite afirmar que o fragmento acima, de autoria de Oswald de Andrade, enquadra-se na estética _________.
“A travessia foi penosamente feita. O terreno inconsistente e móvel fugia sob os passos aos caminhantes; remorava a tração das carretas absorvendo as rodas até ao meio dos raios; opunha, salteadamente, flexíveis barreiras de espinheirais, que era forçoso destramar a facão; e reduplicava, no reverberar intenso das areias, a adustão da canícula. De sorte que ao chegar à tarde, à “Serra Branca”, a tropa estava exausta. Exausta e sequiosa. Caminhara oito horas sem parar, em pleno arder do sol bravio do verão.”
O fragmento pertence ao livro Os sertões, de Euclides da Cunha, que relata a Guerra de Canudos, travada no Nordeste brasileiro entre os homens liderados por Antônio Conselheiro e as tropas militares republicanas.
Neste trecho da obra,
I. alternam-se a linguagem coloquial e a inconformidade com a exploração do homem pelo homem.
II. a complexidade vocabular e o predomínio da descrição constituem características marcantes.
III. a reiteração de expressões regionais e a preocupação com a condição humana permeiam o ponto de vista do narrador.
A(s) afirmativa(s) correta(s) é/são
“Milkau cavalgava molemente o cansado cavalo que alugara para ir do Queimado à cidade do Porto do Cachoeiro, no Espírito Santo. Os seus olhos de imigrante pasciam na doce redondeza do panorama. Nessa região a terra exprime uma harmonia perfeita no conjunto das coisas: nem o rio é largo e monstruoso, precipitando-se como espantosa torrente, nem a serra se compõe de grandes montanhas, dessas que enterram a cabeça nas nuvens e fascinam e atraem como inspiradoras de cultos tenebrosos, convidando à morte como a um tentador abrigo...(...) A solidão formada pelo rio e pelos morros era naquele glorioso momento luminosa e calma.”
Considerando o excerto e o romance de Graça Aranha, assinale V (Verdadeiro) ou F (Falso) diante das seguintes afirmações a respeito do texto acima:
( ) O narrador do romance é um estrangeiro que aprecia a natureza, comparando-a implicitamente com outras paisagens já vistas por ele.
( ) A paisagem contemplada revela algo de harmônico e, ao mesmo tempo, de assustador.
( ) A visão da serra brasileira suscita no observador, simbolicamente, a associação direta a cultos funestos, e o desejo de morte.
( ) Os rios e as montanhas sugerem um locus ameno e uma doçura suave para aquele que descortina pela primeira vez a solidão da paisagem.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:
“Há cerca de dezesseis anos, desembarcara no Rio de Janeiro, vindo da Europa, o Sr. Camilo Seabra, goiano de nascimento, que ali fora estudar medicina e voltava agora com o diploma na algibeira e umas saudades no coração. Voltava depois de uma ausência de oito anos, tendo visto e admirado as principais coisas que um homem pode ver e admirar por lá, quando não lhe falta gosto nem meios. (...) Quando veio a hora de desembarcar fê-lo com a mesma alegria com que o réu transpõe os umbrais do cárcere. O escaler afastou-se do navio em cujo mastro flutuava uma bandeira tricolor; Camilo murmurou consigo: – Adeus, França! Depois envolveu-se num magnífico silêncio e deixou-se levar para terra. O espetáculo da cidade, que ele não via há muito tempo, sempre lhe prendeu um pouco a atenção. Não tinha porém dentro da alma o alvoroço de Ulisses ao ver a terra da sua pátria. Era antes pasmo e tédio.”
De acordo com o texto, NÃO é correto afirmar que Camilo
“Acabava de desembarcar; durante dez dias de viagem tinha-me saturado da poesia do mar, que vive de espuma, de nuvens e de estrelas; povoara a solidão profunda do oceano, naquelas compridas noites veladas ao relento, de sonhos dourados e risonhas esperanças; sentia enfim a sede da vida em flor que desabrocha aos toques de uma imaginação de vinte anos, sob o céu azul da corte. (...) – Que linda menina! Exclamei para meu companheiro que também admirava. Como deve ser pura a alma naquele rosto mimoso!”
O fragmento acima pertence ao romance
TEXTO A
“No aeroporto, canso de esperar. Um cidadão grisalho explica a um funcionário que as suas duas malas contêm vestidos para senhora. Trinta vestidos. Ante o espanto do outro, ele declara a meia voz: ‘Eu também acho muito, mas vá convencer a minha mulher do contrário...’ Uma inglesa de dois metros de altura trata de liberar dois cãezinhos foxterrier. Seus sapatos de bico fino estão encarregados de comprimir dois formosos pés quarenta e quatro. Por fim, subo a escada de bordo, procuro a poltrona nº 12, ajeito a bagagem de mão, ato o cinto, reclino um pouco mais a poltrona. As pessoas que ficaram no aeroporto viram o avião correr na pista de cimento, decolar, subir mais e mais e desaparecer nos céus claros daquela bela manhã carioca.”
TEXTO B
“Quando o avião aterrissou, sacudindo com guizos os metais e os vidros de bordo, Plínio vinha dormitando. Camilo de um lado e Joan do outro amparavam o seu corpo para que se mantivesse em posição vertical. Avisada, a companhia mandara para junto da escada uma cadeira de rodas e destacara alguns dos seus homens para conduzirem o doente escada abaixo. (...) foram os primeiros a saírem da sala de espera das bagagens: entregaram os talões das malas para dois carregadores, foram para a frente do aeroporto onde um vento de primavera aliviava o calor que haviam sentido a bordo.”
Nos fragmentos acima, retirados, respectivamente, das obras As muralhas de Jericó e Camilo Mortágua, de Josué Guimarães, o narrador refere-se às condições de viagem, usando pontos de vista diferenciados. O primeiro fragmento diz respeito à partida do viajante e é narrado em _________ pessoa; o segundo, ao momento de chegada e é narrado em _________ pessoa. Em ambas as narrativas, o narrador apela para as sensações das personagens, fazendo referência às condições _________ para expressá-las melhor.
“– Quem eu sou? na verdade fora difícil dizê-lo: corri muito mundo, a cada instante mudando de nome e de vida. Fui poeta e como poeta cantei. Fui soldado e banhei minha fronte juvenil nos últimos raios de sol da águia de Waterloo. Apertei ao fogo da batalha a mão do homem do século. Bebi numa taverna com Bocage – o português, ajoelhei-me na Itália sobre o túmulo de Dante e fui à Grécia para sonhar como Byron naquele túmulo das glórias do passado. – Quem eu sou? Fui um poeta aos vinte anos, um libertino aos trinta, sou um vagabundo sem pátria e sem crenças aos quarenta. Sentei-me à sombra de todos os sóis, beijei lábios de mulheres de todos os países; e de todo esse peregrinar, só trouxe duas lembranças – um amor de mulher que morreu nos meus braços na primeira noite de embriaguez e de febre – e uma agonia de poeta... Dela tenho uma rosa murcha e a fita que prendia seus cabelos. Dele olhai... O velho tirou de um bolso um embrulho: era um lenço vermelho o invólucro; desataram-no: dentro estava uma caveira.”
O trecho selecionado recupera a fala de um velho que interrompe a história, contada pelo jovem Bertram, um dos rapazes presentes na Taverna. As palavras dessa personagem expressam, nas entrelinhas,