Questões de Vestibular UECE 2021 para Vestibular - Conhecimentos Específicos - 2ª Fase - Filosofia e Sociologia
Foram encontradas 40 questões
Para Durkheim (1989), partindo das religiões mais elementares, como o totemismo australiano, às mais complexas, como o cristianismo, em essência, todas possuem a função de reforçar os laços sociais e, assim, proporcionar coesão aos grupos ou às sociedades. E, para isto, todas religiões separam ou dividem o mundo entre o que é sagrado e o que é profano. Os rituais e as cerimônias de uma comunidade religiosa reafirmam, aos seus membros, o que é sagrado e, assim, tudo aquilo e todos aqueles que merecem reverência, devoção, fé e respeito incondicionais. O profano, diferentemente, é toda atividade da vida cotidiana e que não esteja relacionada com os rituais e símbolos que dão sentido para a comunidade de fé.
DURKHEIM, Émile. Formas elementares de vida religiosa: o sistema
totêmico na Austrália. São Paulo: Ed. Paulinas, 1989.
Considerando o pensamento de Durkheim sobre religião, assinale a proposição verdadeira.
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), o número de desempregados no ano de 2015 era de 8,5 milhões. Em 2017 foi sancionada a lei 13.467, lei da Reforma Trabalhista, no governo Michel Temer (2016-2018) e defendida, à época, pelo então ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, como uma das medidas para estimular e promover empregos e dar segurança jurídica aos empregadores. No entanto, no ano de 2020, o desemprego atingiu a marca de 13,4 milhões de pessoas no país (PNAD Contínua). Na prática, a Reforma Trabalhista modificou a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) no Brasil e trouxe uma série de mudanças para os direitos dos trabalhadores e para as obrigações das empresas. Dentre as modificações estão a não obrigatoriedade do imposto sindical para os trabalhadores, contratos de trabalho intermitentes e regulação do contrato de trabalhadores autônomos sem a necessidade de vínculo empregatício e, com isto, sem quaisquer contribuições obrigatórias e deveres legais por parte das empresas contratantes.
Considerando os impactos dessa Reforma Trabalhista, é correto afirmar que
O poder do Estado moderno, para Max Weber (1864-1920), está fundado em uma estrutura típica de dominação legítima que é racional-legal e, em seus princípios, tem a possibilidade de encontrar obediência dos governados através de uma organização idealmente burocrática, normativa e impessoal. Segundo este teórico, a burocracia do Estado é fruto próprio do processo de racionalização que embasa todas as dimensões da vida na modernidade e, justamente, identifica e estrutura as formas de dominação racional-legal de nossa época.
Considerando o tipo de dominação racional-legal do Estado moderno, segundo Weber, avalie as seguintes afirmações:
I. A existência de regulamentações administrativas e normas jurídico-legais regem a organização das sociedades pelos Estados.
II. A dominação racional que estrutura, por exemplo, órgãos do Estado ocorre pela eleição de pessoas carismáticas em suas funções.
III. A obediência dos cidadãos aos ordenamentos estatais é gestada por uma condução pessoal da benevolência dos governantes.
IV. Para que exista legitimidade da dominação burocrático-racional do Estado, é preciso o consentimento por parte daqueles que obedecem.
Está correto o que se afirma somente em
É central, na teoria do materialismo histórico dialético de Karl Marx, a relação entre capital e trabalho. Nesta perspectiva teórica, a referida relação é fundada na contradição e na exploração do capital sobre o trabalho. E é nesta relação de exploração que se explica a dominação de uma classe – a que é detentora dos meios produtivos – sobre as outras, nas sociedades modeladas, pelo sistema econômico capitalista.
Sobre a relação capital e trabalho, na teoria marxiana, é correto dizer que
A globalização, em geral, refere-se ao fato de que, nas últimas décadas, indivíduos, grupos, entidades e estados-nações se tornaram cada vez mais interdependentes uns dos outros ao redor do mundo no que diz respeito a negociações econômicas, orientações políticas, difusão de conhecimentos técnico-científicos e artístico-culturais. Mas, mesmo com variadas facetas, mais precisamente, foram os agentes econômicos e políticos e/ou as dimensões econômicas e políticas que contribuíram de maneira decisiva para que essa interdependência global tenha se consolidado.
Acerca das dimensões e dos agentes da globalização, assinale a afirmação verdadeira.
A perspectiva teórica política clássica de John Locke (1632-1704) aponta que antes da formação do “contrato social” e do Estado, os seres humanos viviam em um “estado de natureza” com uma relativa paz, mas cada indivíduo não estava livre de inconveniências como o da violação de sua propriedade privada e, assim, de sua vida, de sua liberdade e de seus bens. Daí a propriedade privada, para Locke, já existia assim nesse hipotético “estado de natureza” anterior à formação das sociedades e é, neste sentido, um “direito natural” de todo indivíduo que nasce livre e não pode ser violado pelo Estado ou por outros. Em termos gerais, Locke é um dos pensadores contratualistas que fundamentaram o individualismo liberal ou o liberalismo político do século XVII. Concepção liberal que, ainda nos tempos atuais, reverbera em debates sobre as melhores orientações para o governo das sociedades contemporâneas, defendendo tanto as liberdades individuais como a livre economia.
Acerca dessa concepção liberal, assinale a afirmação verdadeira.
As crises capitalistas têm sido comuns na história desse sistema de produção econômico pelo mundo, como a gerada pela Quebra da Bolsa de Valores de Nova York de 1929, a que se origina com a Crise do Petróleo em 1973 e, mais recentemente, as chamadas hipotecas subprime norte-americanas que estiveram na origem da crise mundial ocorrida entre 2008 e 2009. Essas hipotecas, de forma simples, concediam créditos a quem não podia pagar e, assim, transformaram em devedores indivíduos sem os requisitos necessários à concessão de um empréstimo. Para complementar, a especulação imobiliária nos EUA instigou o aumento dessas hipotecas subprime de modo artificial inflando preços na vã esperança de que esses indivíduos, sem as devidas condições financeiras, pagassem juros regularmente. Em resumo, isto acarretou uma bolha especulativa que desembocou na depressão e na mais recente crise econômica do sistema capitalista mundial com a falência de empresas e o desemprego em massa em muitos países.
Considerando o entendimento das teorias clássicas das ciências sociais acerca do fenômeno das crises no capitalismo, atente para as seguintes proposições:
I. A teoria crítica marxiana aponta como essas crises econômicas são inerentes aos processos lógicos do capitalismo e não apenas, por exemplo, à falta de gerência técnica na área da economia.
II. Durkheim adianta que nas sociedades modernas organizadas pela interdependência entre funções laborais e instituições existe o contínuo risco de anomia jurídica e moral da vida econômica.
III. A defasagem entre o poder de compra e a venda das mercadorias, como no caso das hipotecas subprime, refletem um momento normal do que Weber denominou de ética protestante do capitalismo.
IV. A Quebra da Bolsa de Nova York, a Crise do Petróleo e a bolha especulativa das hipotecas subprime nos EUA demonstram o que Durkheim e Marx teorizaram sobre a jaula de ferro das burocracias.
É correto o que se afirma somente em
Uma importante maneira de se tratar de identidade e diferença culturais é uma análise sobre os dicionários de falares regionais no Brasil. Contudo, essa tentativa de demonstrar identidade e diferença através de padrões linguístico-comportamentais coletivos pode silenciar aspectos socioculturais, históricos e ideológicos relevantes (LIMA, 2003). Em específico, os dicionários de “cearês” ou de “cearensês” potencialmente podem reforçar um “preconceito linguístico em forma de humor”, por exemplo, mesmo que isso certamente não seja o objetivo dos dicionaristas. Termos ou expressões como “vixe”, “macho véi”, “arriégua”, “baqueado”, “pegar o beco”, “salga”. “se abrir”, “mago réi”, “sibite”, “quedê”, “dordói”, “estalicido” podem reforçar preconceitos velados ou mesmo explícitos com os que assim falam fora do padrão da norma culta da língua portuguesa. E é de notoriedade pública que esse “jeito de falar” demonstrado por tais expressões ou palavras é bastante usado em filmes, novelas e séries que retratam os nordestinos e, no caso em pauta, o Ceará. Assim, se por um lado, tais expressões ou termos servem para trazer à tona uma “identidade cearense” diante de outras identidades socioculturais e locais do Brasil, por outro lado, elas podem trazer efeitos de sentido inconscientemente indesejáveis.
LIMA, Nonato. “Os dicionários do Ceará” In: CARVALHO, Gilmar de. (Org.). Bonito Pra Chover – ensaios sobre a cultura cearense. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2003.
Acerca do exposto, avalie as seguintes proposições:
I. O problema não é denunciar os dicionaristas, mas apontar que o ato de fala também se realiza sob determinações inconscientes e ideológicas.
II. Os filmes e novelas que retratam o Nordeste e usam esses “termos nordestinos” estão esforçados em evitar todos os preconceitos velados.
III. Existem, subjacentes a esses dicionários de falares locais, ideias que podem estigmatizar um “jeito de falar” e, até mesmo, as identidades regionais.
IV. A “identidade cearense” que emerge dos dicionários é a do “Ceará moleque”, que, de modo gaiato, demonstra não haver preconceitos no estado.
É correto o que se afirma somente em
A Sociologia Ambiental, não restrita às discussões sobre a questão do meio ambiente e o engajamento político a favor da preservação da natureza, se caracteriza por ser um ramo de estudos que investiga os valores culturais e as crenças que motivam as pessoas a “usarem o meio ambiente num sentido particular” (BUTTEL, 1992) e cuida de explicar e entender as eventuais implicações para os consensos, as divergências e os conflitos sociais em torno de tal temática importante para o desenvolvimento sustentável das sociedades contemporâneas. De forma sintética, esta especificidade sociológica possui o foco na compreensão e explicação dos fenômenos sociais envoltos na busca pelo equilíbrio entre sociedades humanas e natureza.
BUTTEL, Frederick H. A sociologia e o meio ambiente: um caminho tortuoso rumo à ecologia humana. Perspectivas, São Paulo, nº. 15, p. 69-94. 1992.
No que diz respeito à Sociologia ambiental, assinale a afirmação verdadeira.
Freyre (2013) afirmava que a sociedade brasileira, embasada historicamente nos dois extremos antagônicos, a Casa-Grande e a Senzala, foi sendo constituída em vários sentidos sociais de forma democrática, flexível e plástica, uma vez que a formação social brasileira não se processou no puro sentido da europeização ao entrar em contato com as culturas indígena e africana. A nossa sociedade, insiste este autor, foi formada em um “processo de equilíbrio de antagonismos” que tem como um dos seus fundamentos a relação entre os Senhores (homens) e as escravas (mulheres) nos períodos colonial e monárquico. Os extremos antagônicos teriam sido contrariados pelos efeitos sociais da miscigenação que ocorreu de início por parte dos Senhores que sem “escrúpulos de raça” se relacionavam com suas escravas em “coitos para sempre danados, de brancos com pretas, de portugas com índias”. Os portugueses colonizadores possuíam essa capacidade de miscibilidade e misturavam-se “gostosamente com mulheres de cor logo ao primeiro contato”. E para Freyre (2013), essas relações “danadas” eram, por vezes, pautadas curiosamente pelo “sadismo” do Senhor e o “masoquismo de escravo”. Mas, ao fim e assim, a índia e a “negra-mina” e depois, a “mulata” – termos de Freyre (2013) – “agiram poderosamente no sentido da democratização social no Brasil”.
FREYRE, Gilberto. Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil – 1. Casa-Grande e Senzala: formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. 52ª Ed. São Paulo: Global, 2013.
Esta concepção freyriana sobre a formação da “democracia racial” da sociedade brasileira é criticada, dentre outras razões, por
No Brasil, para as legislações vigentes, o adolescente é definido pela faixa etária entre 12 a 17 anos. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS) uma pessoa jovem é o indivíduo que se encontra em outro parâmetro etário: de 15 a 29 anos de idade. De modo geral, a juventude tem como parâmetro oficial questões que apontam para uma determinada fase de maturação biológica dos seres humanos. Mas, para as ciências sociais como a Sociologia, o significado de “ser jovem” está ligado principalmente a questões socioculturais e se modifica de acordo com outros condicionamentos sociológicos como o de classe social, gênero e raça, por exemplo. Assim, para além de um fato biológico da maturação corporal, “ser jovem”, em síntese, para as ciências sociais, não significa seguir determinados padrões de conduta nas sociedades contemporâneas, mas é algo marcado por diversas variáveis.
No que diz respeito à definição de juventude na
perspectiva sociológica, assinale a afirmação
verdadeira.
Os conceitos de “raça” e de “etnia” são marcadores de diferenças dos diversos grupos e coletividades humanas. A “raça”, em dado momento histórico, possuía uma base biológica e serviu para discriminar a humanidade em “raças superiores” e “inferiores”. Todavia, essa concepção biológica e preconceituosa de “raça” foi contestada e provada defasada e, atualmente, tal conceito é usado em um sentido social e político. Já o conceito de “etnia” conjuga critérios socioculturais como hábitos e crenças e semelhanças fenotípicas e orgânicas que servem, em conjunto, para identificar e diferenciar certos grupos humanos como as tribos indígenas americanas e africanas.
Partindo desta compreensão sobre os conceitos de raça e etnia, assinale com V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a seguir:
( ) Os movimentos pelos direitos dos negros nas sociedades democráticas usam o conceito de raça esvaziado do conteúdo biológico discriminatório.
( ) A etnia delimita um conjunto de indivíduos que têm uma língua em comum, uma mesma cultura e possuem similares caraterísticas físicas.
( ) Os países africanos como Congo, Angola e Nigéria são nações étnicas enquanto países americanos como o Brasil e os EUA são nações sem etnias.
( ) A concepção de raça em seu conteúdo biológico e discriminatório da humanidade não tem relação com o surgimento do racismo no mundo.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
A escravidão das populações indígenas e negras no Brasil produziu a desintegração dos seus diversos universos religiosos de origem e, ao longo do processo de formação social brasileiro, ocorreu a assimilação de elementos fraturados das crenças ameríndias e africanas pelas tradições cristã e católica. E, por outro lado, houve também processos de assimilação ou sincretismo na criação de novas religiões produzidas a partir de crenças remanescentes indígenas e africanas misturadas com elementos do cristianismo. Para Ortiz (1999), o que ocorreu foi uma cristianização daquelas antigas religiões fraturadas em algumas crenças cultivadas por índios e negros escravizados e que resultaram, por exemplo, na Umbanda e no Candomblé.
ORTIZ, Renato. A morte branca do feiticeiro negro:
umbanda e sociedade brasileira. São Paulo: Brasiliense, 1999.
Sobre essas religiões oriundas do sincretismo de
crenças africanas, indígenas e europeias, é correto
afirmar que
A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 231, preconiza que são “reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens”. Porém, é facilmente observável que existe ainda hoje muita ignorância e intolerâncias sobre as populações indígenas que estão legalmente, como preza a Constituição, integradas à sociedade brasileira. Além disso, ainda persistem muitas lutas travadas judicialmente nos últimos anos por demarcações de suas terras e garantias legais para a sobrevivência desses povos e de suas culturas.
Considerando a realidade das atuais populações indígenas no Brasil, avalie as proposições seguintes:
I. De fato, o emprego do termo “povos indígenas” é incorreto, pois certamente, no Brasil, só há um “povo”, que é o “povo brasileiro”.
II. Os povos indígenas estão em crescimento e em busca de sua sobrevivência e de seus direitos constitucionais.
III. Muitos povos indígenas lutam por suas terras contra madeireiros, grileiros, garimpeiros e agentes de órgãos estatais.
IV. A luta dessas populações indígenas por demarcações de terras pode ser traduzida como busca por simples privilégios.
É correto somente o que se afirma em
Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS-CE) foram registrados 112 assassinatos de pessoas entre 0 a 18 anos de idade nos três primeiros meses de 2021. As mortes provocadas pela Covid-19 praticamente no mesmo período (de janeiro a abril de 2021) no Ceará, para a mesma faixa etária, foi de 42 pessoas. Este dado demonstra que a violência tem ceifado mais vidas de crianças e jovens no Ceará do que a pandemia com que ainda nos defrontamos. E conforme o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (CEDECA-CE), a maior parte dessas pessoas eram moradoras de territórios de vulnerabilidade social.
Partindo de uma perspectiva sociológica geral, avalie as seguintes proposições que versam sobre as causas desse trágico fenômeno social, e assinale com V as verdadeiras e com F as falsas.
( ) A vida de crianças e adolescentes em contextos de confrontos de territórios deflagrados por coletivos criminosos como as facções explicam, em parte, esse elevado número de mortes.
( ) A violência sobre essa faixa etária pode ser verificada, principalmente, pelo avanço no desvio de caráter generalizado que atinge todos que vivem em áreas com maior falta de moralização.
( ) O acesso precário à rede de seguridade social e a falta de políticas específicas para o enfrentamento de homicídios de crianças e adolescentes periféricos são fatores que explicam essa estatística.
( ) O fator preponderante para combater tal questão social é o reforço em armamentos adequados para as forças de segurança pública, que devem ser melhor equipadas nas periferias.
A sequência correta, de cima para baixo, é:
Zygmunt Bauman (1925-2017), sociólogo autor de debates teóricos sobre a pós-modernidade ou, como ele denomina, a modernidade líquida, faz uma análise crítica ao que ele chamou de “amizade Facebook”, própria desses tempos de redes sociais-virtuais e das novas tecnologias de comunicação e informação. Em entrevista concedida ao projeto Fronteiras do Pensamento no ano de 2011, que é parte da programação do Café Filosófico CPFL – tal entrevista de Bauman é facilmente encontrada no site de compartilhamentos de vídeos Youtube –, este sociólogo conta que um “viciado em Facebook” se gabou que tinha feito em um dia, apenas, 500 novas amizades, nesta referida rede social-virtual. Bauman retrucou, no entanto, dizendo que ele, na época com 86 anos, não tinha conseguido ter tantos amigos durante toda a sua vida. Porém, Bauman afirma que, provavelmente, os significados de “amigo” que ele e o referido “viciado em Facebook” possuem não são os mesmos, mas são, na verdade, bem diferentes.
Sobre os significados dessa “amizade Facebook” e da concepção de “amigo” que Bauman aponta ser diferente, é correto dizer que
Os movimentos sociais são mobilizações coletivas de alguns grupos sociais derivadas de certas situações que geram insatisfação social, e são determinados pelo senso de pertencimento e compartilhamento de objetivos comuns. Nos últimos anos, no Brasil, têm ocorrido muitas manifestações de movimentos sociais, seja por contestações ou por apoio a políticos e a causas específicas como, por exemplo, ser a favor ou contra as medidas de restrição sanitária para o enfrentamento à pandemia da Covid-19, ser a favor ou contra vacinação ou, ainda, ser a favor do fechamento de órgãos institucionais.
Considerando o enunciado acima, é correto dizer que os mais recentes movimentos sociais no Brasil
De acordo com matérias exibidas em sites jornalísticos como o OXFAM Brasil em 2020 e o Alma Preta em 2021, as mulheres negras e pobres pagam mais impostos proporcionalmente no país. Essas mulheres, conforme as citadas reportagens, estão na base da pirâmide social na nossa sociedade e o sistema tributário brasileiro é muito regressivo, o que faz com que elas acabem pagando mais tributos do que homens e mulheres brancas de outras classes sociais, por exemplo. Isto ocorre porque a tributação de impostos no Brasil recai mais sobre o consumo do que sobre renda e patrimônio e, assim, as mulheres negras que figuram entre as pessoas mais pobres do país sentem a mordida do leão direto na hora de consumir. Em síntese, mais propriamente, são as mulheres negras, de baixa renda, mães e chefes de família as mais afetadas com essa tributação no consumo uma vez que os aumentos nos preços dos itens da cesta básica afetam mais quem ganha menos.
Considerando o enunciado acima, avalie as seguintes proposições:
I. O fato de as mulheres negras e pobres pagarem mais impostos proporcionais no Brasil envolve questões de gênero, raça e classe social em conjunto.
II. As mulheres brancas podem pagar, da mesma forma, mais impostos proporcionais, mas não são consideradas pelo vitimismo progressista.
III. A estrutura social brasileira e a política de tributação explicam essa incidência tributária sobre as mulheres negras, pelo fato de estas mulheres serem maioria entre os mais pobres.
IV. O fato de uma tributação no consumo incidir sobre pessoas negras e mais pobres demonstra a falta de cuidado dessas pessoas com a educação financeira.
É correto o que se afirma em
É costumeiro dizer ou é próprio do senso comum afirmar que gosto não se discute. Porém, Souza (2018), ao estudar e pesquisar sobre a categoria “ralé brasileira”, procurou classificar e identificar as razões e as lógicas sociais que fazem com que, na estrutura social de classes do Brasil, as pessoas das classes mais baixas não compartilhem do “privilégio estético” ou do “bom gosto” daqueles que alegam tê-lo ao possuir a “capacidade cognitiva” para fruir, entender e apreciar, por exemplo, música clássica, um quadro de Picasso ou um “bom vinho”. E é importante frisar que esta compreensão sociológica não aponta simplesmente para questões de cunho subjetivo ou de opiniões individuais e gostos pessoais, mas para formas ou modelos de explicar a desigualdade social no Brasil.
SOUZA, Jessé. A ralé brasileira: quem é e como vive. 3ª ed.
ampliada. São Paulo: Editora Contracorrente, 2018.
A partir do exposto, é correto afirmar que