Questões de Vestibular UERJ 2023 para Vestibular Estadual 2024 – 1º Exame de Qualificação
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Com base nessas informações, a ordem de grandeza da quantidade de movimento dessa partícula é igual a:

Tal processo de separação é denominado:

Admita que o processo de expansão volumétrica ocorre à pressão constante de 8 atm e que a constante universal dos gases ideais é de 0,08 atm.L/mol.K. Ao atingir a temperatura máxima, o número de mols da amostra de gás corresponderá a:
Etapa 1: amostras de uma bactéria foram cultivadas em um meio de cultura onde a única fonte de nitrogênio era o isótopo pesado 15N. Etapa 2: bactérias resultantes da etapa 1 foram cultivadas durante três gerações em um novo meio contendo apenas o isótopo leve 14N. Observe o esquema que representa o início da etapa 2, quando ocorreu duplicação do DNA das bactérias da geração parental até a primeira geração. Os filamentos em vermelho são formados por 15N e os em azul, por 14N.

Na terceira geração das bactérias cultivadas na etapa 2, o percentual de moléculas de DNA que apresentam apenas filamentos compostos por 14N é igual a:
NÃO DEIXEM ACABAR COM OS IANOMÂMIS
Ianomâmi. Talvez você nunca tenha ouvido falar nesse nome. Pois saiba que é o nome genérico de cerca de 8400 brasileiros, gente boa que vive em 203 cabanas, no interior da floresta tropical, bem na fronteira com a Venezuela. Formam 14% da população de Roraima e encontram-se ainda no Amazonas.
Os ianomâmis correm no momento um grande risco e estão precisando de você. Cabe a você interessar-se pelo projeto de um grupo de antropólogos, juristas, médicos e jornalistas, que visa a proteger a vida pacífica dos ianomâmis, nos locais que habitam, e dentro do tipo de cultura que é tradicionalmente o deles. Esse projeto, ou anteprojeto, propõe a criação do Parque Indígena Ianomâmi.
Essa é a única maneira de salvar a comunidade social e cultural desses homens, mulheres e crianças que desde 1974 vêm sofrendo as consequências do processo de expansão econômica da Amazônia em sua parte negativa, sem se beneficiar com suas possíveis vantagens. A abertura da Perimetral Norte, BR-210, levou àquela região gripe, sarampo, tuberculose, moléstias de pele e doenças venéreas. O garimpo irrompeu como outra modalidade da doença. Em 1978, é a Cia. Vale do Rio Doce que se apresta para extrair a cassiterita, antes explorada ilegalmente pelos garimpeiros. E a Perimetral Norte vai prosseguir, fornecendo espaço à colonização. Topógrafos percorrem o território ianomâmi, demarcando lotes em terras insofismavelmente pertencentes aos índios.
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
Adaptado de Caderno Ilustrado, Folha de S. Paulo, 02/08/1979.
Em seu artigo de 1979, o escritor Carlos Drummond de Andrade situa circunstâncias do projeto de criação do Parque Indígena Ianomâmi, no contexto das ações de exploração da Amazônia durante os governos militares (1964-1985).
A defesa da criação desse Parque, naquela conjuntura, tinha como objetivo tornar pública a
seguinte problemática:

Com base nas informações apresentadas, infere-se que a latitude aproximada do Catar é:

A charge de Laerte está inserida em um conjunto de críticas ao governo federal de 2019 a 2022, indicando também expectativas quanto à promoção de mudanças com o fim desse mandato. Considerando a conjuntura política da transição governamental mencionada, uma correlação adequada entre crítica e expectativa é:

De acordo com o mapa, um continente teve o maior acréscimo de megacidades no século XXI. Esse acréscimo é explicado, principalmente, pelo seguinte processo social ocorrido nos últimos cinquenta anos:
Criada durante o governo de Getúlio Vargas (1950-1954), em um contexto de intensos debates e mobilizações associados à campanha “O petróleo é nosso”, a Petrobras se vinculou, naquela época, à valorização da “bandeira nacionalista”, conforme se observa no cartaz.
No que diz respeito à exploração do petróleo, essa valorização esteve manifesta na seguinte
atribuição da empresa:

No mapa, observa-se uma concentração de empresas na região do Vale do Silício. Essa concentração espacial se explica, principalmente, pelo seguinte fator:
Tebas, Madian, Monte Hor, esfingéticos nomes. Idumeia, Efraim, Gilead, histórias que dispensam meu concurso. Os mapas me descansam, mais em seus desertos que em seus mares, onde não mergulho porque mesmo nos mapas são profundos, voraginosos, indomesticáveis. Como pode o homem conceber o mapa? Aqui rios, aqui montanhas, cordilheiras, golfos, aqui florestas, tão assustadoras quanto os mares. As legendas dos mapas são tão belas que dispensam as viagens. Você está louca, dizem-me, um mapa é um mapa. Não estou, respondo. O mapa é a certeza de que existe O LUGAR, o mapa guarda sangue e tesouros. Deus nos fala no mapa com sua voz geógrafa.
PRADO, Adélia. Terra de Santa Cruz. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986.
No poema de Adélia Prado, é enfatizada a seguinte função da linguagem cartográfica:
Há quem desdenhe das imagens e das representações visuais. Há quem alegue que elas não passam de “ilustrações” que simplesmente decoram e alegram os ambientes, os jornais, as paredes das casas e dos museus – seriam inocentes. Da minha parte, sou dessas pessoas que vivem tomadas pela potência das imagens e pelo poder que elas têm de revelar e criar valores, ideias, concepções de mundo. Por isso, não raro, viram elas mesmas a própria realidade.
É esse o poder reflexivo das imagens e das obras visuais, pois ao reproduzir um contexto elas acabam, ao fim e ao cabo, por criá-lo. Transformam-se em parte constitutiva da imaginação. Muitas vezes lembramos, ou achamos que lembramos, de um evento a partir e por causa de uma imagem guardada num canto da memória.
É possível dizer que nossa imaginação histórica é feita a partir de imaginários alheios; das construções visuais feitas por outras pessoas com seus interesses, contextos e especificidades.
LILIA SCHWARCZ
Adaptado de nexojornal.com.br, 22/11/2021.
Uma imagem que exemplifica a capacidade de construção da imaginação histórica, conforme
enfatizado pela autora, é:
O MASSACRE DE SOWETO
Em 1974, o governo sul-africano emitiu um decreto exigindo o estudo do africâner nas escolas do país no mesmo nível do inglês. O africâner era língua majoritária entre a minoria branca que controlava o país. Estudantes negros se opuseram. Eles queriam estudar em seu idioma nativo (zulu) e em inglês.
No bairro negro de Soweto, em Joanesburgo, estudantes do Orlando West Institute planejaram uma série de ações contra essa lei, que entrou em vigor em janeiro de 1975. No dia 16 de junho de 1976, cerca de 3000 manifestantes, entre alunos e professores, começaram a protestar pacificamente. Aos poucos, outras pessoas se juntaram e estima-se que a marcha reuniu cerca de 10000 pessoas (algumas fontes dizem 20000), que percorreram as ruas com faixas e slogans como “Abaixo o africâner” e “Se aprendermos africâner, que Vorster (primeiro-ministro na época) aprenda zulu”.
Os confrontos entre as forças de segurança e os manifestantes duraram todo o dia. O saldo oficial foi de 23 crianças mortas. Porém, a realidade foi bem diferente, já que o número de mortos chegou a 700 e o de feridos ultrapassou mil. Hector Pierterson, um estudante de 13 anos, foi o primeiro manifestante a cair morto. A fotografia daquele momento, feita pelo fotojornalista Sam Nzima, tornou-se um ícone da luta dos estudantes negros sul-africanos.
CHEMA CABALLERO
Adaptado de elpais.com, 14/06/2016.
O regime de Apartheid na África do Sul instituiu a segregação racial e outras formas de controle social sobre as populações negras.
A obrigatoriedade do ensino de africâner, destacada na reportagem, está relacionada à seguinte
estratégia de dominação colonial:

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) foi criada em 1949 e, a partir da década de 1990, sofreu um processo de expansão, conforme mostra o mapa. Atualmente, a OTAN possui 31 membros. No cenário das relações internacionais, essa expansão é decorrente do seguinte contexto:

A política dentro do universo de Star Wars é dividida em dois grandes momentos: a República e o Império. Segundo a mitologia da série, a República foi fundada cerca de 20 mil anos antes dos eventos dos filmes. O sistema era formado por representantes dos milhares de planetas da galáxia, dividido nos três Poderes tradicionais: Executivo, Legislativo e Judiciário. O Legislativo, na República, era o Poder mais significativo e forte. Por meio do Senado Galáctico, decisões sociais e econômicas eram tomadas. O Poder Executivo era comandado pelo Chanceler Supremo, eleito pelo Senado a no máximo dois mandatos de quatro anos e com poderes limitados. O chanceler era somente o chefe de Estado e o mediador oral das sessões no Senado. Por fim, havia o Poder Judiciário, que investigava e julgava crimes.
CESAR GAGLIONI Adaptado de nexojornal.com.br, 23/11/2021.
Na mitologia da série Star Wars, a organização do poder político na fase da República se aproxima da estrutura encontrada no seguinte modelo:
AVENIDA BRASIL - TUDO PASSA, QUEM NÃO VIU? (1994)
De lá pra cá, daqui pra lá
Eu vou
Com meu amor, vou viajando
Nessa Avenida
Pela faixa seletiva
No sufoco dessa vida
Tudo passa, quem não viu?
Uma confusão de coisas
Assim é a Avenida Brasil
Linha Vermelha vem cortando a Maré
É a bailarina da cidade
Ziguezagueando eu vou
Outra vez com a Mocidade
Do importado à carroça
O contraste social
Nesse rio de asfalto
O dinheiro fala alto
É a filosofia nacional
Sou passageiro da alegria
O meu destino é o prazer
Passo por ela todo dia
E hoje ela passa por você
(...)
DIOGO DA VIOLA, JEFINHO e JORGE GANNEM
galeriadosamba.com.br
Analisar o território da Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, é analisar uma cidade de contrastes e seus caminhos, os sentidos de sua ocupação. Desde sua inauguração, na década de 1940, houve momentos de aceleração e inércia, tal como acontece no percurso das pessoas que por ali transitam de trem, de ônibus, de van, de mototáxi, automóveis ou, até mesmo, carroças. Cumprindo o papel estratégico para o qual foi traçada, a Avenida facilitou o tráfego rumo ao “centro da cidade”, ou para “fora” dela, para os subúrbios, para outras cidades do Grande Rio, ou para outros destinos. Assim, funcionou como importante eixo impulsionador da ocupação da área por indústrias, estabelecimentos e negócios urbanos nos anos 1940/1950.
Adaptado de TORRES, Pedro. “Avenida Brasil − tudo passa, quem não viu?”: formação e ocupação do subúrbio rodoviário no Rio de Janeiro
(1930-1960). Revista Brasileira de Estudos Urbanos Regionais, São Paulo, 2018.
Tanto o samba-enredo da Mocidade Independente de Padre Miguel quanto o trecho do artigo acadêmico registram algumas mudanças ocorridas no território da Avenida Brasil ao longo dos anos. Tais mudanças se relacionam com o processo de urbanização da então capital da República.
Um objetivo e um impacto socioeconômico associados à construção e à expansão da Avenida
Brasil, nos anos 1940 e 1950, estão indicados, respectivamente, em:
Trabalhador agropecuário em geral, servente de obras, pedreiro e carvoeiro. O que aproxima essas atividades? Elas são as ocupações mais comuns entre as vítimas de trabalho análogo à escravidão resgatadas no Brasil no período de 2003 a 2020, apontam dados compilados pelo Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas. Ainda segundo o Observatório, de 1995 a 2020, foram encontrados, no país, 55712 trabalhadores em condições análogas às de escravo. De acordo com a juíza Mirella Cahú, o trabalho análogo ao escravo é crime tipificado no artigo 149 do Código Penal e é “definido como aquele em que seres humanos estão submetidos a trabalhos forçados, jornadas tão intensas que podem causar danos físicos, condições degradantes e restrição de locomoção em razão de dívida contraída com empregador ou preposto. A pena se agrava quando o crime for cometido contra criança ou adolescente ou por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem”, explicou. Para a juíza, na figura do trabalho escravo contemporâneo, o indivíduo permanece com liberdade, mas, por circunstâncias decorrentes do próprio trabalho, essa liberdade é relativizada, ficando o indivíduo impossibilitado de exercer seu direito.
Adaptado de trt13.jus.br, 28/01/2022.
Aspectos estruturais das relações de produção no Brasil explicam a existência de “trabalho escravo contemporâneo” e sua maior incidência em determinadas atividades econômicas, como abordado na reportagem. Um desses aspectos estruturais é:
Adaptado de PÓVOA, Helion. Fronteira. Em: GRIEBELER, Marcos (org.). Dicionário de Desenvolvimento Regional e Temas Correlatos. Uruguaiana: Conceito, 2021.
Um processo socioespacial, ocorrido nas últimas quatro décadas no Brasil, que exemplifica o conceito de frontier destacado, é: