“Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade
parece considerar que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente se
comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da pirâmide social quanto haver "subido na
vida". Pode-se dizer, como fazem os que se deliciam com jogos de palavras, que aqui não há racismo (à moda
sul-africana ou americana) ou preconceito ou discriminação, mas não se pode esconder que há diferenças
sociais e econômicas estruturais e seculares, para as quais não se buscam remédios. A naturalidade com que os
responsáveis encaram tais situações é indecente, mas raramente é adjetivada dessa maneira. Trata-se, na
realidade, de uma forma do apartheid à brasileira, contra a qual é urgente reagir se realmente desejamos
integrar a sociedade brasileira de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser
plenamente brasileiro no Brasil” (Milton Santos, Ser negro no Brasil hoje).
Fonte: Folha Uol. + brasil 501 d.c. Ética enviesada da sociedade branca desvia e enfrentamento do problema negro, 2000. Disponível em: <
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs0705200007.htm>. Acesso em: 05/ out/2016.
Revista Veja. IBGE mostra a persistência de dois ‘Brasis’. Nov. 2011. Disponível em:<http://veja.abril.com.br/brasil/ibge-mostra-a-persistencia-de-dois-brasis/>. Acesso em: 03/out/ 2016.
Considera-se no gráfico acima, não apenas a graduação de cores da escala de cinza, mas a posição dos dados na
sequência da legenda.
Considerando o fragmento de texto do autor Milton Santos e os gráficos apresentados sobre a população negra
no Brasil, argumenta-se: