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Corporeidade: dimensão humana e formas de ser
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Conforme Sílvio Gallo, “na obra Fenomenologia da percepção, o filósofo Merleau-Ponty desenvolve o
conceito de corpo próprio, mudando o foco da afirmação de Descartes (“Penso, logo existo”), colocando a
certeza da existência no pensamento, para situá-la no corpo”. Para Merleau-Ponty, afirma Gallo, “o corpo
próprio é a ideia que cada pessoa é um corpo que percebe e que pensa – e, pensando, atua no mundo e sobre
si mesmo. De modo que o corpo não é um objeto, como uma pedra e um martelo. Mas tampouco é pura
consciência ou pura percepção. Meu corpo próprio é a sede da percepção do mundo e de mim mesmo,
possibilidade única de existência concreta.” Gallo acrescenta que “O filósofo francês Michel Foucault
reflete sobre outro aspecto da corporeidade: o corpo como lugar em que o poder atua. Segundo o filósofo, o
‘desprezo pelo corpo’ que vemos na Idade Moderna, a partir da formulação de René Descartes, é apenas
aparente. Durante todo aquele período, foi feito grande esforço para manter o corpo controlado, para que ele
pudesse ser tomado como força de trabalho. [...] Segundo Foucault, uma importante tecnologia de controle
era o poder disciplinar, que atuava individualizando os corpos. Esse poder era exercido nas instituições,
como fábricas, escolas, hospitais, prisões e quartéis. Sua análise permanece atual. Pense na escola, em que
cada estudante tem um registro, está colocado em determinada classe, tem um número na lista de chamada,
tem suas próprias notas que medem seu aproveitamento. É uma forma de disciplinar o estudante, de
transformá-lo em um indivíduo.” (GALLO, Sílvio. Filosofia: experiência do pensamento. vol. único. 1. ed.
São Paulo: Scipione, 2013, p. 99-100).
Nos três pensadores, Descartes, Merleau-Ponty e Michel Foucault, é comum a preocupação em definir o
homem como ser de existência. O que é discordante em relação às suas concepções teóricas é afirmar que: