Em O vôo da guará vermelha, Irene conta (e ouve) histórias d...

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Ano: 2009 Banca: CPCON Órgão: UEPB Provas: CPCON - 2009 - UEPB - Vestibular - LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA BRASILEIRA E LÍNGUA ESTRANGEIRA (INGLÊS) | CPCON - 2009 - UEPB - Vestibular - LÍNGUA PORTUGUESA, LITERATURA BRASILEIRA E LÍNGUA ESTRANGEIRA (ESPANHOL) |

Q1352649 Português

Em O vôo da guará vermelha, Irene conta (e ouve) histórias de “fazer durar” ou estender o tempo, atitude similar a de Sherazade, que, para evitar a sua morte pelo sultão, seu esposo, cumpre a tarefa de, à noite, contar-lhe um “conto”, deixando a história em suspenso para que ele tome gosto e queira ouvir a continuação na noite seguinte. No que diz respeito a O vôo da guará vermelha, pode-se afirma

que é uma história que atualiza, na ficção, o desejo de vencer a morte (tanto Irene quanto Sherazade estão condenadas à morte), despertando no companheiro o gosto pelo ouvir e, assim, a narradora (Irene, tal qual Sherazade) enche-se do prazer de viver, ludibriando a morte com a narrativa oral.

que é uma história que se distancia de nossa realidade, porque quem está condenado à morte (seja por decreto, doença ou quaisquer outros “desígnios”) não sente mais prazer em viver.

que é uma história incomparável a As mil e uma noites, porque ambas as fábulas falam de personagens que vivem em culturas diferentes e a comparação se dá apenas pela similaridade.

que a personagem Irene, por passar pela morte, não adia o seu destino trágico ao contar histórias para Rosálio: ela narra aquilo que ele quer ouvir, interessada apenas no dinheiro que irá ganhar.

que o ato de narrar é atividade do narrador e, logo, a personagem não narra, porque é mera reprodutora da fala que lhe é posta na boca.

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