Entre as linhas 11 e 14, lê-se “Já quando fazem o obséquio ...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2015
Banca:
UECE-CEV
Órgão:
UECE
Prova:
UECE-CEV - 2015 - UECE - Vestibular - Língua Portuguesa |
Q1279145
Português
Texto associado
Texto
A garagem de casa
(Chico Buarque. O irmão alemão. 1 ed. São Paulo.
Companhia das letras. 2014. p. 60-61. Texto
adaptado com o acréscimo do título.)
A obra O irmão alemão, último livro de Chico
Buarque de Holanda, tem como móvel da narrativa
a existência de um desconhecido irmão alemão,
fruto de uma aventura amorosa que o pai dele,
Sérgio Buarque de Holanda, tivera com uma
alemã, lá pelo final da década de 30 do século
passado. Exatamente quando Hitler ascende ao
poder na Alemanha. Esse fato é real: o jornalista,
historiador e sociólogo Sérgio Buarque de Holanda,
na época, solteiro, deixou esse filho na Alemanha.
Na família, no entanto, não se falava no assunto.
Chico teve, por acaso, conhecimento dessa
aventura do pai em uma reunião na casa de
Manuel Bandeira, por comentário feito pelo próprio
Bandeira.
Foi em torno da pretensa busca desse pretenso
irmão que Chico Buarque desenvolveu sua
narrativa ficcional, o seu romance.
Sobre a obra, diz Fernando de Barros e Silva: “o
que o leitor tem em mãos [...] não é um relato
histórico. Realidade e ficção estão aqui
entranhadas numa narrativa que embaralha sem
cessar memória biográfica e ficção”.
Entre as linhas 11 e 14, lê-se “Já quando
fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos
em tempos entro para olhar as estantes onde há de
tudo um pouco”. Atente ao que se diz sobre a
expressão “Já quando”.
I. Essa expressão dá, à oração que inicia, o valor semântico de tempo.
II. “Já” acrescenta à oração um caráter de comparação, cujo elemento comparado vem implícito no texto: (Os desocupados enchem o recinto de tal maneira que me impedem de aproximar-me das estantes). “ Já quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de tudo um pouco”. Comparam-se duas situações: o que acontece quando os desocupados não dão espaço para o enunciador passar, e o que acontece quando lhe dão esse espaço. Quando não dão, ele não se aproxima das estantes; quando dão, ele entra “para olhar as estantes”. III. Omitindo-se o “Já”, a oração nada perderia: nem no plano semântico nem no plano estilístico-expressivo.
Está correto o que se diz em
I. Essa expressão dá, à oração que inicia, o valor semântico de tempo.
II. “Já” acrescenta à oração um caráter de comparação, cujo elemento comparado vem implícito no texto: (Os desocupados enchem o recinto de tal maneira que me impedem de aproximar-me das estantes). “ Já quando fazem o obséquio de me liberar o espaço, de tempos em tempos entro para olhar as estantes onde há de tudo um pouco”. Comparam-se duas situações: o que acontece quando os desocupados não dão espaço para o enunciador passar, e o que acontece quando lhe dão esse espaço. Quando não dão, ele não se aproxima das estantes; quando dão, ele entra “para olhar as estantes”. III. Omitindo-se o “Já”, a oração nada perderia: nem no plano semântico nem no plano estilístico-expressivo.
Está correto o que se diz em