Com base nas informações dos textos precedentes acerca da re...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2024
Banca:
CESPE / CEBRASPE
Órgão:
UNB
Prova:
CESPE / CEBRASPE - 2024 - UNB - Prova de Conhecimentos II - 1° dia |
Q3107447
Português
Texto associado
Inteligências artificiais (IA) já foram capazes de vencer o
campeão humano de xadrez e de passar em concursos de
universidades de ponta, mas são capazes de contar histórias
melhor do que nós? Um recente estudo mostrou que não.
Pesquisadores espanhóis pediram que o premiado romancista
argentino Patricio Pron e o ChatGPT-4 escrevessem histórias
curtas sobre os mesmos temas. Em seguida, eles compararam os
resultados com base na opinião de centenas de críticos literários.
O desafio, que foi chamado de “Pron versus Prompt”, mostrou
que as máquinas ainda estão longe de vencer o talento humano
quando o assunto é criatividade. Esse exemplo foi trazido pelo
acadêmico Edmundo de Souza e Silva durante mesa-redonda na
76.ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da
Ciência (SBPC). “São essencialmente máquinas de estatística,
com uma capacidade imensa de entender padrões, mas elas estão
limitadas à sua base de dados, não vão criar nada”, afirmou o
cientista da computação da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). O que está ocorrendo nessa revolução de IA é
que as bases de dados se tornaram imensas, para além até da
nossa capacidade de curadoria. Aliadas a um poder de
processamento cada vez maior, surgiram máquinas com
capacidade de dominar a linguagem natural (inglês, português
etc.) para muito além do que os especialistas imaginavam ser
possível. “Muitos imaginavam que, quando as máquinas
dominassem a linguagem natural, elas seriam verdadeiramente
inteligentes. Pois bem, está acontecendo”, refletiu o acadêmico
Osvaldo Novais Jr., professor de física e especialista em
linguística computacional. Por isso, embora ainda longe de
dominarem a atividade criativa nas artes, as IA já estão perto de
dominar outro ramo da cultura: a ciência. “Creio que estamos nos
aproximando de um novo paradigma científico, segundo o qual a
própria máquina vai gerar conhecimento. Essa será a maior de
todas as revoluções tecnológicas, pois não precisará mais do
humano no processo”, afirmou Novais.
Academia Brasileira de Ciências. Inteligência artificial não faz literatura, mas pode fazer ciência. Internet: <https://www.abc.org.br> (com adaptações).
Em A regra do jogo, filme de Jean Renoir, de 1939, a
gorda senhora pianista, com as mãos no colo, pode ser vista
olhando, embevecida e melancólica, para a autonomia esquelética
do teclado, atrás do qual as cordas do piano assumiram o controle
total. Essa é uma síntese imagética da obra de arte nesse estágio
particular de sua reprodução mecânica, olhando para o seu
próprio poder alienado com fascinação mórbida. O pós-moderno,
no entanto, alcançou um estágio mais avançado do que esse; ao
contrário do deleite do moderno em seus projetos de máquinas
que operam maravilhas, seu deleite com o colapso dessas
máquinas no ponto crítico está sujeito aos mais graves
mal-entendidos se não percebermos que é precisamente assim
que a tecnologia pós-moderna consome e celebra a si mesma.
Fredric Jameson. Pós-modernismo. A lógica cultural do capitalismo tardio.
Trad. Maria Elisa Cevasco. São Paulo: Ática, 1997, p. 383 (com adaptações).
Com base nas informações dos textos precedentes acerca da relação entre tecnologia e arte, bem como na reflexão que o recorte da cena do filme A regra do jogo suscita, julgue o item a seguir.
Em ambos os textos, a relação entre literatura e tecnologia é entendida como uma forma de enriquecimento da cultura humana, uma vez que a tecnologia, enquanto sujeita ao controle de seus criadores, não consegue ameaçar a criatividade do ser humano.
Em ambos os textos, a relação entre literatura e tecnologia é entendida como uma forma de enriquecimento da cultura humana, uma vez que a tecnologia, enquanto sujeita ao controle de seus criadores, não consegue ameaçar a criatividade do ser humano.