Nas décadas de 1960 e de 1970, o cenário cultural inter...
Nas décadas de 1960 e de 1970, o cenário cultural inter nacional foi marcado com vários movimentos de contracultura, visando transgredir valores políticos e morais. No Brasil, em 26 de junho de 1969, inicia-se a publicação do jornal O Pasquim, que além de ser um órgão contra o regime militar, inaugurou uma nova concepção da ilustração de humor. Denunciando o clima opressivo que regia as relações sociais durante esse período, os cartunistas utilizaram o humor e o deboche em suas criações.
A respeito desse tema, considere as afirmações I, II e III.
I. Para essa geração de ilustradores, era através do traço que se articulava a denúncia, podendo, por meio de charges e ilustrações, apontarem o que poucos críticos do regime atreveriam-se a dizer em palavras.
II. Ao dar destaque para a ilustração, tais artistas conseguiram restaurar, na imprensa brasileira, o poder do discurso visual, e não apenas da composição textual.
III. Ao desenvolverem o equilíbrio entre o texto e a ilustração, tais artistas acompanharam a tendência existente, desde a criação da Imprensa Real, em 1808, de uma imprensa nacional que estimulasse a produção e a crítica cultural, livre de censuras.
Dessa forma,
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O cenário cultural das décadas de 1960 e 1970 foi marcado por movimentos contraculturais, tanto em escala internacional quanto no Brasil. No contexto brasileiro, em meio à repressão da ditadura militar, diversas expressões artísticas surgiram como formas de resistência. O jornal O Pasquim, lançado em 1969, tornou-se um ícone nesse cenário, utilizando o humor e a ilustração como formas de crítica política. Além de ser um espaço para críticas diretas ao regime, também ajudou a moldar um novo padrão de humor e ilustração no país, oferecendo uma combinação de crítica social, sarcasmo e criatividade visual que desafiava a censura imposta pelo regime militar.
Ao longo desse período, as charges e caricaturas foram meios eficazes para burlar a censura, transmitindo mensagens subversivas por meio de imagens e ironia. A produção gráfica e visual de O Pasquim tornou-se uma das principais formas de crítica à ditadura, destacando-se por sua ousadia e inovação ao abordar temas políticos e sociais, como a repressão, a censura e a violência estatal. A presença desse humor crítico e a popularização da ilustração como discurso visual trouxeram uma nova dinâmica para a imprensa brasileira, fortalecendo o uso da imagem como ferramenta de denúncia e reflexão.
Correção das alternativas:
A) INCORRETO: Embora as charges tenham criticado o regime militar, a referência à imprensa brasileira restaurando o poder do discurso visual após a criação da Imprensa Real em 1808 não é correta. A crítica ao regime militar surgiu muito tempo depois e com outro contexto.
B) CORRETO: A primeira e segunda afirmações estão corretas. Os ilustradores realmente usaram as charges para denunciar o regime militar e fortaleceram o discurso visual em uma época em que a palavra escrita era frequentemente censurada. Dessa forma, conseguiram destacar o papel da imagem no jornalismo e na crítica política.
C) INCORRETO: A afirmação III está errada porque, ao contrário do que é afirmado, a criação da Imprensa Real em 1808 não inaugurou uma imprensa nacional livre de censura, uma vez que a censura oficial ainda estava presente e foi um tema recorrente na história do Brasil.
Conclusão: O “O Pasquim” foi uma ferramenta crucial para a crítica e denúncia da ditadura militar no Brasil, utilizando o humor gráfico e a ilustração como instrumentos de resistência. A combinação de texto e imagem foi essencial para contornar a censura e possibilitar a denúncia das injustiças e repressões da época, contribuindo para o fortalecimento da imprensa crítica no país.
Resposta: D
Gabarito do Professor: D
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