A análise das figuras e seus conhecimentos sobre o setor de...

O setor de transporte no Brasil sofreu grandes transformações ao longo do século XX, especialmente a partir da metade desse período. Com a industrialização e urbanização aceleradas, as demandas por infraestrutura de transporte cresceram significativamente. No entanto, a escolha por qual modal de transporte priorizar gerou profundas consequências para o desenvolvimento econômico e social do país. A partir da década de 1950, especialmente durante o governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil optou por um modelo de crescimento baseado na ampliação das rodovias, estimulando a indústria automobilística e o transporte rodoviário em detrimento de outros modais, como o ferroviário e o hidroviário.

O "Plano de Metas" de Juscelino Kubitschek (1956-1961), cujo lema era "50 anos em 5", promoveu uma reestruturação na economia brasileira, com investimentos maciços em infraestrutura, incluindo a construção de rodovias que conectassem as diversas regiões do país. Esse projeto, que visava modernizar o Brasil, estabeleceu as bases para a hegemonia do transporte rodoviário, que, até hoje, domina a logística nacional. O modelo adotado pelo Brasil, entretanto, resultou em uma série de desafios, como o aumento dos custos de transporte e a dependência excessiva do petróleo, além de negligenciar o desenvolvimento do transporte ferroviário, que é mais eficiente para cargas de longa distância.

Do ponto de vista econômico e internacional, a escolha pelo modal rodoviário reflete uma tendência de modernização inspirada em modelos adotados por países industrializados, como os Estados Unidos. Contudo, essa opção também expôs vulnerabilidades, como a baixa eficiência logística e a manutenção cara das rodovias em um país de dimensões continentais. Comparado a outros países de grandes dimensões territoriais, como a Rússia ou o Canadá, onde o transporte ferroviário é amplamente utilizado, o Brasil enfrenta dificuldades para integrar as diversas regiões, tanto no transporte de mercadorias quanto de pessoas.

A) CORRETO. Durante o governo de Juscelino Kubitschek, o "Plano de Metas" impulsionou a industrialização e deu grande destaque ao desenvolvimento do setor rodoviário, consolidando a opção por esse modal de transporte.

B) INCORRETO. A expansão das ferrovias entre 1975 e 2005 foi mínima e não ocorreu de forma significativa na região Norte. A maior parte das ferrovias brasileiras ainda está concentrada no Sudeste e no Sul do país.

C) INCORRETO. Embora o transporte rodoviário tenha sido priorizado, ele não é o mais vantajoso para deslocamentos de longa distância, principalmente em termos de eficiência e custo. O transporte ferroviário é mais indicado para essa função, especialmente para cargas pesadas.

D) INCORRETO. Apesar do modal rodoviário ter sido priorizado ao longo do século XX, o Brasil não abandonou completamente o modal ferroviário. Embora tenha havido uma estagnação na expansão das ferrovias, alguns projetos foram mantidos, ainda que com investimentos menores.

E) INCORRETO. Os investimentos em rodovias superaram amplamente os destinados ao modal ferroviário entre 1975 e 2005. A disparidade de investimento entre os dois modais foi significativa, com uma clara preferência pelas rodovias.

A opção pelo modal rodoviário no Brasil, impulsionada especialmente no governo de Juscelino Kubitschek, moldou a infraestrutura de transporte do país. Esse modelo, ainda predominante, trouxe benefícios para a integração de regiões e o desenvolvimento econômico. No entanto, ele também gerou desafios logísticos e ambientais, tornando o Brasil excessivamente dependente do transporte rodoviário. A falta de investimentos consistentes em ferrovias criou um desequilíbrio, prejudicando o transporte de cargas pesadas e de longa distância.

Resposta: A 

Gabarito do Professor: A

A questão trata do processo de urbanização brasileira em que houve a predominância do transporte rodoviário. Nesse sentido, a questão indaga a relação entre a urbanização e os transportes. A predominância do transporte rodoviário tem relação com o fato de que à época do governo de Juscelino Kubitchek houve um estímulo às indústrias automobilísticas através do Plano de Metas que atraiu indústrias automobilísticas multinacionais.

FONTE:DESCOMPLICA