Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula, de Mia Cout...
Leia o seguinte trecho da obra Terra Sonâmbula, de Mia Couto, extraído do Sexto caderno de Kindzu, subintitulado O regresso a Matimati.
Lembrei meu pai, sua palavra sempre azeda: agora, somos um povo de mendigos, nem temos onde cair vivos. Era como se ainda escutasse:
- Mas você, meu filho, não se meta a mudar os destinos.
Afinal, eu contrariava suas mandanças. Fossem os naparamas, fosse o filho de Farida: eu não estava a deixar o tempo quieto. Talvez, quem sabe, cumprisse o que sempre fora: sonhador de lembranças, inventor de verdades. Um sonâmbulo passeando entre o fogo. Um sonâmbulo como a terra em que nascera. Ou como aquelas fogueiras por entre as quais eu abria caminho no areal.
(Mia Couto, Terra Sonâmbula. São Paulo: Companhia de Bolso, 2015, p. 104.)
Na passagem citada, a personagem Kindzu recorda os
ensinamentos de seu pai diante do estado desolador em
que se encontrava sua terra, assolada pela guerra, e
reflete sobre a coerência de suas ações em relação a tais
ensinamentos. Levando em consideração o contexto da
narrativa do romance de Mia Couto, é correto afirmar que: