O poema apresenta uma linguagem permeada de aliterações e as...
FRANCO, Siron. O aliado (1978), Óleo sobre tela. Disponível em:
<http://enciclopedia.itaucultural.org.br/obra12757/o-aliado>.
Acesso em: 24 ago. 2017.
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.
MELO NETO, João Cabral de. Tecendo a manhã. Disponível em:
<http://www.jornaldepoesia.jor.br/joao02.html>. Acesso em: 24 ago.
2017.