O uso dos verbos “passar” (2º parágrafo) e “tentar” (3º par...
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Q1994295
Não definido
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Luc Boltanski e Ève Chiapello demonstram com clareza e
sagacidade a capacidade antropofágica do capitalismo
financeiro que “engole” a linguagem do protesto e da
libertação para transformá-la e utilizá-la para legitimar a
dominação social e política a partir do próprio mercado.
Na dimensão do mundo do trabalho, por exemplo, todo
um novo vocabulário teve que ser inventado para escamotear
as novas transformações e melhor oprimir o trabalhador. Com
essa linguagem aparentemente libertadora, passa-se a
impressão de que o ambiente de trabalho melhorou e o
trabalhador se emancipou.
Assim houve um esforço dirigido para transformar o
trabalhador em "colaborador", para eufemizar e esconder a
consciência de sua superexploração; tenta-se também exaltar
os supostos valores de liderança para possibilitar que, a partir
de agora, o próprio funcionário, não mais o patrão, passe a
controlar e vigiar o colega de trabalho. Ou, ainda, há a intenção
de difundir a cultura do empreendedorismo, segundo a qual
todo mundo pode ser empresário de si mesmo. E, o mais
importante, se ele falhar nessa empreitada, a culpa é apenas
dele. É necessário sempre culpar individualmente a vítima pelo
fracasso socialmente construído.
SOUZA, Jessé. Como o racismo criou o Brasil. Rio de Janeiro: Estação Brasil,
2021.
O uso dos verbos “passar” (2º parágrafo) e “tentar”
(3º parágrafo) no texto, em sua forma pronominal, revela