Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta: "De ...
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Ano: 2009
Banca:
UEAP
Órgão:
UEAP
Provas:
UEAP - 2009 - UEAP - Vestibular Prova Objetiva - Espanhol
|
UEAP - 2009 - UEAP - Vestibular Prova Objetiva - Francês |
Q1344706
Português
Leia o trecho abaixo e assinale a alternativa correta:
"De repente, vi minha pessoa num brejal, a cem braças do recinto da onça, nadando em minha infância nado de cachorrinho. E na segurança de umas tábuas e paus-de-mangue, fui ancorar a barba, espingarda a salvo para o que desse e viesse. [...] E andava eu nessas minudências, quando vi sair, do atrás de um panelão de formiga, aquele tiro sem pai. A pintada, que não esperava chumbo, pulou em modos de voar de imediato e caiu nos estrebuchos da agonia. Avivei a atenção para descobrir Barbirato e quem apareceu, no encaracolado da fumaça, foi o molecote pegador de papa-capim e caboclinho que vez por outra pernoitava no Sobradinho. Veio fagueiro, espingarda no ombro, sem medir consequência. Soltei do banhado meu grito de aviso:
― Afasta! Afasta!
E em dois pulos larguei a água em hora de correr o moleque na ponta da botina, tarefa de que só abri mão ao ver o desmiolado em distância segura, sem risco de vida. Como arremate, parado junto de uns pés de guriri, ainda esbravejei:
― Sujeito sem tino! Cuida que onça é gato de borralho.
Então, voltando atrás, passei ao ouvido da pintada toda a munição do meu paude-fogo que nem a água do brejo teve força de emperrar. Quebrada a jura por um, quebrada por mil. E, mais alto do que o estrondo do tiro, berrei eu:
― Conheceu, papuda!"
(José Cândido de Carvalho. O coronel e o lobisomem. José Olympio Editora: 41ª ed., p. 60-61)
"De repente, vi minha pessoa num brejal, a cem braças do recinto da onça, nadando em minha infância nado de cachorrinho. E na segurança de umas tábuas e paus-de-mangue, fui ancorar a barba, espingarda a salvo para o que desse e viesse. [...] E andava eu nessas minudências, quando vi sair, do atrás de um panelão de formiga, aquele tiro sem pai. A pintada, que não esperava chumbo, pulou em modos de voar de imediato e caiu nos estrebuchos da agonia. Avivei a atenção para descobrir Barbirato e quem apareceu, no encaracolado da fumaça, foi o molecote pegador de papa-capim e caboclinho que vez por outra pernoitava no Sobradinho. Veio fagueiro, espingarda no ombro, sem medir consequência. Soltei do banhado meu grito de aviso:
― Afasta! Afasta!
E em dois pulos larguei a água em hora de correr o moleque na ponta da botina, tarefa de que só abri mão ao ver o desmiolado em distância segura, sem risco de vida. Como arremate, parado junto de uns pés de guriri, ainda esbravejei:
― Sujeito sem tino! Cuida que onça é gato de borralho.
Então, voltando atrás, passei ao ouvido da pintada toda a munição do meu paude-fogo que nem a água do brejo teve força de emperrar. Quebrada a jura por um, quebrada por mil. E, mais alto do que o estrondo do tiro, berrei eu:
― Conheceu, papuda!"
(José Cândido de Carvalho. O coronel e o lobisomem. José Olympio Editora: 41ª ed., p. 60-61)