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Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: EINSTEIN Prova: VUNESP - 2019 - EINSTEIN - Vestibular 2020 - Prova 1 |
Q1338646 História

A charge intitulada “O espeto obrigatório”, publicada em 1904, contextualiza a vacinação da população.

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A charge

Alternativas

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Corria o ano de 1904. O presidente Rodrigues Alves havia indicado o engenheiro Pereira Passos para prefeito  do Rio de Janeiro e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública. Rodrigues Alves havia decidido a reurbanizar e sanear a cidade, uma vez que nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela. O vírus da varíola se espalhava. Epidemias matavam milhares de pessoas anualmente. 
A proposta era a transformação da cidade a partir do que havia sido feito por Hussman em Paris, de quem Pereira Passos havia sido aluno na França: criação de avenidas largas e amplas, prédios sofisticados para teatros, restaurantes ou prédios públicos. 
Era uma  proposta de reforma de caráter elitista e a população de baixa renda não foi levada em conta.  A reforma urbana no Rio de Janeiro ficou conhecida como o “Bota-abaixo" por conta das casas e pequenos negócios de população de baixa renda que foram demolidos na área do centro da cidade onde hoje se localiza a Avenida Rio Branco. 
A reurbanização sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada. 
E, como parte da reforma Oswaldo Cruz, recém chegado de estudos na Europa, foi encarregado de organizar uma reforma sanitária, da qual faria parte a vacinação obrigatória contra a varíola, para combater as frequentes epidemias No entanto, não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene. Para completar, em uma época em que as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral". Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A Revolta da Vacina". 
A charge apresentada na questão simboliza a época. Uma das alternativas mostra a interpretação da charge:
A) CORRETA- A charge claramente ironiza a obrigatoriedade da vacinação que, realmente, fazia parte do programa de reforma do Rio de Janeiro proposta por Pereira Passos . 
B) INCORRETA- Não havia um processo de redemocratização em curso. O autoritarismo era a tônica política da época. Por conseguinte não procede a existência de uma contradição com a obrigatoriedade não explicada para a vacinação. 
C) INCORRETA- A campanha não era de vacinação contra o sarampo, já que tal vacina não existia à época. A charge não satiriza a questão popular e sim denuncia o tratamento dado à população desinformada. 
D) INCORRETA- As contraindicações e riscos da vacinação não estão expressos na charge. Ademais, as autoridades que propuseram a campanha acreditavam que os estudos científicos feitos eram suficientes. 
E) INCORRETA – Incorreções da afirmativa: a vacinação não era contra a malária mas contra a varíola; a campanha da vacinação era para toda a população do Rio de Janeiro e, por fim, a charge é irônica e não comemorativa
Gabarito do professor: Letra A.

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Comentários

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Cuidado com as palavras!

Satirizar = ridicularizar

A Revolta da Vacina foi uma rebelião popular contra a vacina anti-varíola, ocorrida no Rio de Janeiro, em novembro de 1904. Resumo: Causas e Consequências Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo. Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais como a peste bubônica e a febre amarela, que matavam milhares de pessoas anualmente. Decidido a reurbanizar e sanear a cidade, Rodrigues Alves nomeou o engenheiro Pereira Passos para prefeito e o médico Oswaldo Cruz para Diretor da Saúde Pública. Com isso, iniciou a construção de grandes obras públicas, o alargamento de ruas, avenidas e o combate às doenças. A reurbanização do Rio de Janeiro, no entanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada. Era necessário combater o mosquito e o rato, transmissores das principais doenças. Por isso, o intuito central da campanha era precisamente acabar com os focos das doenças e o lixo acumulado pela cidade. Primeiro, o governo anunciou que pagaria a população por cada rato que fosse entregue às autoridades. O resultado foi o surgimento de criadores desses roedores a fim de conseguirem uma renda extra. Devido às fraudes, o governo suspendeu a recompensa pela apreensão dos ratos. Contudo, a campanha de saneamento realizava-se com autoritarismo, onde as casas eram invadidas e vasculhadas. Não foi feito nenhum esclarecimento sobre a importância da vacina ou da higiene. Num tempo onde as pessoas se vestiam cobrindo todo o corpo, mostrar os seus braços para tomar a vacina foi visto como "imoral". Assim, a insatisfação da população contra o governo foi generalizada, desencadeando "A Revolta da Vacina". Vacinação obrigatória O médico Oswaldo Cruz (1872-1917), contratado para combater as doenças, impôs vacinação obrigatória contra a varíola, para todo brasileiro com mais de seis meses de idade. Políticos, militares de oposição e a população da cidade se opuseram à vacina. A imprensa não perdoava Oswaldo Cruz dedicando-lhe charges cruéis ironizando a eficácia do remédio.

LETRA A. Para fins de questões de concursos, principalmente as da VUNESP, as caricaturas e charges vem sempre com o intuito de IRONIZAR ou satirizar alguma situação, só com base nisso, você elimina a maioria das alternativas, se não todas.

Na questão em tela, a ironia ou sátira, é com a campanha forçada de vacinação e não a população em si.

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