Os versos acima foram compostos pelo rapper Criolo sobre os...
“Como ir pro trabalho sem levar um tiro
Voltar pra casa sem levar um tiro
Se as três da matina tem alguém que frita
E é capaz de tudo pra manter sua brisa
Os saraus tiveram que invadir os botecos
Pois biblioteca não era lugar de poesia
Biblioteca tinha que ter silêncio,
E uma gente que se acha assim muito sabida
Há preconceito com o nordestino
Há preconceito com o homem negro
Há preconceito com o analfabeto
Mas não há preconceito se um dos três for rico, pai.
A ditadura segue meu amigo Milton
A repressão segue meu amigo Chico
Me chamam Criolo e o meu berço é o rap
Mas não existe fronteira pra minha poesia, pai.
Afasta de mim a biqueira, pai
Afasta de mim as biate, pai
Afasta de mim a cocaine, pai
Pois na quebrada escorre sangue.”
(Disponível em http://www.vagalume.com.br/criolo/ calice.html#ixzz3qOyuM3T6 Acesso em 25/10/2015)
I. Foi acusada de plágio pelos autores da canção original; II. Foi assimilada por Chico Buarque no repertório de seu show; III. Foi assimilada por Gilberto Gil no repertório de seu show; IV. Denuncia de forma contundente a opressão social sofrida pelas minorias e o papel de intervenção da arte, o que torna a sua versão da canção uma atualização das posições defendidas pelos compositores de “Cálice” no período da ditadura militar; V. Não tem afinidade, no seu conteúdo, à composição original “Cálice” que aborda, exclusivamente, a questão da censura sofrida pelos artistas no período da ditadura militar.