IHU On-Line – A medicalização de condutas classificadas como...
Sandra Caponi – A muitas pessoas. Em primeiro lugar ao saber médico, aos psiquiatras, mas também aos médicos gerais e especialistas. Interessa muito especialmente aos laboratórios farmacêuticos que, desse modo, podem vender seus medicamentos e ampliar o mercado de consumidores de psicofármacos de modo quase indefinido. Porém, esse interesse seria irrelevante se não existisse uma demanda social que aceita e até solicita que uma ampla variedade de comportamentos cotidianos ingresse no domínio do patológico. Um exemplo bastante óbvio é a escola. Crianças com problemas de comportamento mais ou menos sérios hoje recebem rapidamente um diagnóstico psiquiátrico. São medicadas, respondem à medicação e atingem o objetivo social procurado. Essas crianças que tomam ritalina ou antipsicóticos ficam mais calmas, mais sossegadas, concentradas e, ao mesmo tempo, mais tristes e isoladas.
(www.ihuonline.unisinos.br. Adaptado.)
Podemos considerar como uma importante implicação filosófica da medicalização da vida
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A medicalização de condutas consideradas anormais pressupõe serem patológicos muitos comportamentos do cotidiano, o que propicia a proliferação de conhecimentos e procedimentos médicos,além do enorme lucro das industrias farmaceuticas.
Desse modo, a vida cotidiana é anormalizada sem que ao menos se questione os danos que essa realidade pode causar.
letra C
a proliferação social de conhecimentos e procedimentos médicos que pressupõem a patologização da vida cotidiana.
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