Os versos de Vinícius de Moraes, texto I, sugerem uma figura...
I.
E uma vez, quando ajoelhados assistíamos à dança nua
[das auroras
Surgiu do céu parado como uma visão de alta serenidade
Uma branca mulher de cujo sexo a luz jorrava em ondas
E de cujos seios corria um doce leite ignorado.
Oh, como ela era bela! era impura — mas como era bela!
Era como um canto ou como uma flor brotando ou como um
[cisne
Tinha um sorriso de praia em madrugada e um olhar
[esvanecente
E uma cabeleira de luz como uma cachoeira em plenilúnio
MORAES, Vinícius de. O poeta. Antologia poética. 16. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1978. p. 25.
II.
A brisa teus negros cabelos soltou,
O orvalho da face te esfria o suor;
Teus seios palpitam — a brisa os roçou,
Beijou-os, suspira, desmaia de amor!
Teu pé tropeçou...
Não corras assim!
Donzela, onde vais?
Tem pena de mim!
AZEVEDO, Álvares de. Sonhando. Lira dos Vinte anos. São Paulo: FTD, 1994. (Coleção Grandes Leituras).
III.