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Q2336155 Português
Dão Lalalão

     Do povoado do Ão, ou dos sítios perto, alguém precisava urgente de querer vir por escutar a novela do rádio. Ouvia-a, aprendia-a, guardava na ideia, e, retornado ao Ão, no dia seguinte, a repetia a outros.
     Assim estavam jantando, vinham os do povoado receber a nova parte da novela do rádio. Ouvir já tinham ouvido tudo, de uma vez, fugia da regra: falhara ali no Ão, na véspera, o caminhão de um comprador de galinhas e ovos, seo Abrãozinho Buristém, que carregava um rádio pequeno, de pilhas, armara um fio no arame da cerca... Mas queriam escutar outra vez, por confirmação. — “A estória é estável de boa, mal que acompridada: taca e não rende...” — explicava o Zuz ao Dalberto.
     Soropita começou a recontar o capítulo da novela. Sem trabalho, se recordava das palavras, até com clareza — disso se admirava. Contava com prazer de demorar, encher a sala com o poder de outros altos personagens. Tomar a atenção de todos, pudesse contar aquilo noite adiante. Era preciso trazer luz, nem uns enxergavam mais os outros; quando alguém ria, ria de muito longe. O capítulo da novela estava terminando.
ROSA, J. G. Noites do sertão (Corpo de baile). São Paulo: Global, 2021.


Nesse trecho do conto, o gosto dos moradores do povoado por ouvir a novela de rádio recontada por Soropita deve-se ao(à)
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Q2336154 Português
Girassol da madrugada

Teu dedo curioso me segue lento no rosto
Os sulcos, as sombras machucadas por onde a     [vida passou.
Que silêncio, prenda minha...
Que desvio triunfal     [da verdade,
Que círculos vagarosos na lagoa em que uma asa     [gratuita roçou...
Tive quatro amores eternos... O primeiro era moça donzela, O segundo... eclipse, boi que fala, cataclisma, O terceiro era a rica senhora, O quarto és tu... E eu afinal me repousei dos     [meus cuidados
ANDRADE, M. Poesias completas. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2013 (fragmento).

Perante o outro, o eu lírico revela, na força das memórias evocadas, a
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Q2336153 Português
Ainda daquela vez pude constatar a bizarrice dos costumes que constituíam as leis mais ou menos constantes do seu mundo: ao me aproximar, verifiquei que o Sr. Timóteo, gordo e suado, trajava um vestido de franjas e lantejoulas que pertencera a sua mãe. O corpete descia-lhe excessivamente justo na cintura, e aqui e ali rebentava através da costura um pouco da carne aprisionada, esgarçando a fazenda e tornando o prazer de vestir-se daquele modo uma autêntica espécie de suplício. Movia-se ele com lentidão, meneando todas as suas franjas e abanando-se vigorosamente com um desses leques de madeira de sândalo, o que o envolvia numa enjoativa onda de perfume. Não sei direito o que colocara sobre a cabeça, assemelhava-se mais a um turbante ou a um chapéu sem abas de onde saíam vigorosas mechas de cabelos alourados. Como era costume seu também, trazia o rosto pintado — e para isto, bem como para suas vestimentas, apoderara-se de todo o guarda-roupa deixado por sua mãe, também em sua época famosa pela extravagância com que se vestia — o que sem dúvida fazia sobressair-lhe o nariz enorme, tão característico da família Meneses.
CARDOSO, L. Crônica da casa assassinada. São Paulo: Círculo do Livro, s.d.


Pela voz de uma empregada da casa, a descrição de um dos membros da família exemplifica a renovação da ficção urbana nos anos 1950, aqui observada na
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Q2336152 Português
        Maio foi colorido de amarelo, e o foi porque mundialmente amarelo é a cor convencionada para as advertências. No trânsito, essas advertências têm sido fatais. A estimativa, caso nada seja feito, é a de que se atinjam assustadoras 2,4 milhões de mortes no trânsito em 2030 em todo o mundo.
        A pressa constante, o sentimento de invencibilidade, a certeza de invulnerabilidade, a necessidade de poder, a falta de civilidade, a certeza de impunidade, a ausência de solidariedade, a inexistência de compaixão e o desrespeito por si próprio são circunstâncias reais que, não raro, concorrem para o comportamento violento no trânsito.
      O Maio Amarelo, que preconiza a atenção pela vida, é uma das iniciativas nesse sentido. E é precisamente a atenção pela vida que está esquecida. Essa atenção, por certo, requer menos pressa, mais civilidade, limites assegurados, consciência de vulnerabilidade, solidariedade, compaixão e respeito por si e pelo outro. Reafirmar e praticar esses princípios e valores talvez seja um caminho mais seguro e menos violento, que garanta a vida e não celebre a morte.
Disponível em: http://portaldotransito.com.br. Acesso em: 11 dez. 2018 (adaptado).


Considerando os procedimentos argumentativos utilizados, infere-se que o objetivo desse texto é
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Q2336151 Português
      Se a interferência de contas falsas em discussões políticas nas redes sociais já representava um perigo para os sistemas democráticos, sua sofisticação e maior semelhança com pessoas reais têm agravado o problema pelo mundo.
      O perigo cresceu porque a tecnologia e os métodos evoluíram dos robôs, os “bots” — softwares com tarefas on-line automatizadas —, para os “ciborgues” ou “trolls”, contas controladas diretamente por humanos com ajuda de um pouco de automação.
    Mas pesquisadores começam agora a observar outros padrões de comportamento: quando mensagens não são programadas, sua publicação se concentra só em horários de trabalho, já que é controlada por pessoas cuja profissão é exatamente essa, administrar um perfil falso durante o dia.
       Outra pista: a pobreza vocabular das mensagens publicadas por esses perfis. Um funcionário de uma empresa que supostamente produzia e vendia perfis falsos explica que às vezes “faltava criatividade” para criar mensagens distintas controlando tantos perfis falsos ao mesmo tempo.
GRAGNANI, J. Disponível em: www.bbc.com. Acesso em: 16 dez. 2017.


De acordo com o texto, a análise de características da linguagem empregada por perfis automatizados contribui para o(a)
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Q2336150 Português
Na Idade Média, as notícias se propagavam com surpreendente eficácia.Segundo uma emérita professora de Sorbonne, um cavalo era capaz de percorrer 30 quilômetros por dia, mas o tempo podia se acelerar dependendo do interesse da notícia. As ordens mendicantes tinham um papel importante na disseminação de informações, assim como os jograis, os peregrinos e os vagabundos, porque todos eles percorriam grandes distâncias. As cidades também tinham correios organizados e selos para lacrar mensagens e tentar certificar a veracidade das correspondências. Graças a tudo isso, a circulação de boatos era intensa e politicamente relevante. Um exemplo clássico de fake news da era medieval é a história do rei que desaparece na batalha e reaparece muito depois, idoso e transformado.
Disponível em: www.elpais.com.br. Acesso em: 18 jun. 2018 (adaptado).

A propagação sistemática de informações é um fenômeno recorrente na história e no desenvolvimento das sociedades. No texto, a eficácia dessa propagação está diretamente relacionada ao(à)
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Q2336149 Português
De quem é esta língua?

      Uma pequena editora brasileira, a Urutau, acaba de lançar em Lisboa uma “antologia antirracista de poetas estrangeiros em Portugal”, com o título Volta para a tua terra.
     O livro denuncia as diversas formas de racismo a que os imigrantes estão sujeitos. Alguns dos poetas brasileiros antologiados queixam-se do desdém com que um grande número de portugueses acolhe o português brasileiro. É uma queixa frequente.
      “Aqui em Portugal eles dizem / — eles dizem — / que nosso português é errado, que nós não falamos português”, escreve a poetisa paulista Maria Giulia Pinheiro, para concluir: “Se a sua linguagem, a lusitana, / ainda conserva a palavra da opressão / ela não é a mais bonita do mundo./ Ela é uma das mais violentas”.
AGUALUSA, J. E. Disponível em: https://oglobo.globo.com. Acesso em: 22 nov. 2021 (adaptado).

O texto de Agualusa tematiza o preconceito em relação ao português brasileiro. Com base no trecho citado pelo autor, infere-se que esse preconceito se deve
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Q2336148 Português
Mais iluminada que outras

       Tenho dois seios, estas duas coxas, duas mãos que me são muito úteis, olhos escuros, estas duas sobrancelhas que preencho com maquiagem comprada por dezenove e noventa e orelhas que não aceitam bijuterias. Este corpo é um corpo faminto, dentado, cruel, capaz e violento. Movo os braços e multidões correm desesperadas. Caminho no escuro com o rosto para baixo, pois cada parte isolada de mim tem sua própria vida e não quero domá-las. Animal da caatinga. Forte demais. Engolidora de espadas e espinhos.
        Dizem e eu ouvi, mas depois também li, que o estado do Ceará aboliu a escravidão quatro anos antes do restante do país. Todos aqueles corpos que eram trazidos com seus dedos contados, seus calcanhares prontos e seus umbigos em fogo, todos eles foram interrompidos no porto. Um homem — dizem e eu ouvi e depois também li — liderou o levante. E todos esses corpos foram buscar outros incômodos. Foram ser incomodados.

ARRAES, J. Redemoinho em dia quente. São Paulo: Alfaguara, 2019.

Nesse texto, os recursos expressivos usados pela narradora
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Q2336147 Português
     A sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI) aprovou uma mudança histórica e inédita no lema olímpico, criado em 1894 pelo Barão Pierre de Coubertin para expressar os valores e a excelência do esporte. Mais de 120 anos depois, o lema tem sua primeira alteração para ressaltar a solidariedade e incluir a palavra “juntos”: mais rápido, mais alto, mais forte — juntos. A mudança foi aprovada por unanimidade pelos membros do COI e celebrada pelo presidente da entidade.

Disponível em: https://ge.globo.com. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).

De acordo com o texto, a alteração do lema olímpico teve como objetivo a
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Q1983417 Português
   O Recife fervilhava no começo da década de 1990, e os artistas trabalhavam para resgatar o prestígio da cultura pernambucana. Era preciso se inspirar, literalmente, nas raízes sobre as quais a cidade se construiu. Foi aí que, em 1992, com a publicação de um manifesto escrito pelo músico e jornalista Fred Zero Quatro, da banda Mundo Livre S/A, nasceu o manguebeat. O nome vem de “mangue”, vegetação típica da região, e “beat”, para representar as batidas e as influências musicais que o movimento abraçaria a partir dali. Era a hora e a vez de os caranguejos — aos quais os músicos recifenses gostavam de se comparar — mostrarem as caras: o maracatu e suas alfaias se misturaram com as batidas do hip-hop, as guitarras do rock, elementos eletrônicos e o sotaque recifense de Chico Science. A busca pelo novo rendeu uma perspectiva diferente do Brasil ao olhar para o Recife. A cidade deixou de ser o lugar apenas do frevo e do carnaval, transformando-se na ebulição musical que continua a acontecer mesmo após os 25 anos do lançamento do primeiro disco da Nação Zumbi, Da lama ao caos.   FORCIONI, G. et al. O mangue está de volta. Revista Esquinas, n. 87, set 2019 (adaptado).
 Chico Science foi fundamental para a renovação da música pernambucana, fato que se deu pela
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Q1983416 Português

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TEXTO II

        O Termo ready-made foi criado por Marcel Duchamp (1887-1968) para designar um tipo de objeto, por ele inventado, que consiste em um ou mais artigos de uso cotidiano, produzidos em massa, selecionados sem critérios e expostos como obras de arte em espaços especializados (museus e galerias). Seu primeiro ready-made, de  1912, é uma roda de bicicleta montada sobre um banquinho (Roda de bicicleta). Ao transformar qualquer objeto em obra de arte, o artista realiza uma crítica radical ao sistema da arte.

Disponível em: www.bienal.org.br. Acesso em: 1 set. 2016 (adaptado).  


A instalação In absentia propõe um diálogo com o ready-made Roda de bicicleta, demonstrando que 

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Q1983415 Português

    Vanda vinha do interior de Minas Gerais e de dentro de um livro de Charles Dickens. Sem dinheiro para criá-la, sua mãe a dera, com seus sete anos, a uma conhecida. Ao recebe-la, a mulher perguntou o que a garotinha gostava de comer. Anotou tudo num papel. Mal a mãe virou as costas, no entanto a fulana amassou a lista e, como uma vilã de folhetim, decretou: "A partir de hoje, você não vai mais nem sentir cheiro dessas comidas!".

   Vanda trabalhou lá até os quinze anos, quando recebeu a carta de uma prima com uma nota de cem cruzeiros, saiu de casa com a roupa do corpo e fugiu num ônibus para São Paulo.

    Todas as vezes que eu e minha irmã a importunávamos com nossas demandas de criança mimada, ela nos contava histórias da infância de gata-borralheira, fazia-nos apertar seu nariz quebrado por uma das filhas da “patroa” com um rolo de amassar pão e nos expulsava da cozinha: “Sai pra lá, peste, e me deixa acabar essa janta”.

PRATA, A. Nu de botas. São Paulo: Cia. das Letras, 2013 (adaptado). 


Pela ótica do narrador, a trajetória da empregada de sua casa assume um efeito expressivo decorrente da 

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Q1983414 Português
        10 de maio
        Fui na delegacia e falei com o tenente. Que homem amável! Se eu soubesse que ele era tão amava eu teria ido na delegacia na primeira intimação. [...] O tenente interessou-se pela educação dos meus filhos. Disse-me que a favela é um ambiente propenso, que as pessoas tem mais possibilidade de delinquir do que tornar-se útil a pátria e ao país. Pensei: se ele sabe disto, porque não faz um relatório e envia para os políticos? O senhor Jânio Quadros, o Kubstchek e o Dr. Adhemar de Barros? Agora falar para mim, que sou uma pobre lixeira. Não posso resolver nem as minhas dificuldades.         ... O Brasil precisa ser dirigido por uma pessoa que já passou fome. A fome tambem é professora.         Quem passa fome aprende a pensar no próximo, e nas crianças.
JESUS, C. M. Quarto de despejo: diário de uma favelada. São Paulo: Ática, 2014. 
A partir da intimação recebida pelo filho de 9 anos, a autora faz uma reflexão em que transparece a 
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Q1983413 Português

O bebê de tarlatana rosa


        — [...] Na terça desliguei-me do grupo e caí no mar alto da depravação, só, com uma roupa leve por cima da pele e todos os maus instintos fustigados. De resto a cidade inteira estava assim. É o momento em que por trás das máscaras as meninas confessam paixões aos rapazes, é o instante em que as ligações mais secretas transparecem, em que a virgindade é dúbia, e todos nós a achamos inútil, a honra uma caceteação, o bom senso uma fadiga. Nesse momento tudo é possível, os maiores absurdos, os maiores crimes: nesse momento há um riso que galvaniza os sentidos e o beijo se desata naturalmente.

        Eu estava trepidante, com uma ânsia de acanalhar-me, quase mórbida. Nada de raparigas do galarim perfumadas e por demais conhecidas, nada do contato familiar mas o deboche anônimo, o deboche ritual de chegar, pegar, acabar, continuar. Era ignóbil. Felizmente muita gente sofre do mesmo mal no carnaval.

RIO.J. Dentro da noite. São Paulo; Antíqua, 2022.


No texto, o personagem vincula ao carnaval atitudes e reações coletivas diante das quais expressa

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Q1983409 Português
"Vida perfeita” em redes sociais pode afetar a saúde mental
    Nas várias redes sociais que povoam à internet, os chamados digital infuencers estão, sempre felizes e pregam a felicidade como um estilo de vida, Essas pessoas espalham conteúdo para milhares de seguidores, ditando tendência e mostrando um estilo de vida sonhado por muitos, como o corpo esbelto, viagens incríveis, casas deslumbrantes, carros novos e alegria em tempo integral, algo bem improvável de ocorrer o tempo todo, aposta Carla Furtado, mestre em psicologia e fundadora dê Instituto Feliciência.     A problemática pode surgir com a busca incessante por essa felicidade, que gera efeitos colaterais em quem consome diariamente a “vida perfeita” de outros. Daí vem o conceito de positividade tóxica: a expressão tem sido usada para abordar uma espécie de pressão pela adoção de um discurso positivo, aliada a uma vida editada para as redes sociais. Para manter a saúde mental e evitar ser atingido pela positividade tóxica, o suo racional das redes sociais é o mais indicado, aconselha a médica psiquiatra Renata Nayara Figueiredo, presidente da Associação Psiquiátrica de Brasília (APBr).
Disponível em:  https://agenciabrasil.abc.com.br.  Acesso em 21 nov. 2021 (adaptado)

Associada ao ideário de uma "vida perfeita", a positividade tóxica mencionada no texto é um fenômeno social recente, que constitui com base em
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Q1983408 Português
Projeto na Câmara de BH quer a vacinação gratuita de  cães contra a leishmaniose
A doença é grave e vem causando preocupação na região metropolitana da capital mineira
        Ela é uma doença grave, transmitida pela picada do mosquito-palha, e afeta tanto os seres humanos quanto os cachorros: a leishmaniose. Por ser um problema de saúde pública, a doença pode ganhar uma ação preventiva importante, caso um projeto de lei seja aprovado na Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH). Diante do alto número de casos da doença na Grande BH, a Comissão de Saúde e Saneamento da CMBH aprovou a proposta de realização de campanhas públicas de vacinação gratuita de cães contra a leishmoniose, tema do PL 404/17, apreciado pelo colegiado em reunião ordinária, no dia 6 de dezembro. 
Disponível em: https://revista encontro.com.br. Acesso em: 11 dez 2017.

Essa notícia além de cumprir sua função informativa, assume o papel de 
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Q1983407 Português
Ser cronista
    Sei que não sou, mas tenho meditado ligeiramente no assunto.      Crônica é um relato? É uma conversa?  É um resumo de um estado de espírito? Não sei, pois antes de começar a escrever para o Jornal do Brasil, eu só tinha escrito romances e contos.      E também sem perceber, à medida que escrevia para aqui, ia me tornando pessoal demais, correndo o risco de em breve publicar minha vida passada e presente. o que não pretendo. Outra coisa notei: basta eu saber que estou escrevendo para o jornal, isto é, para algo aberto facilmente por todo o mundo, e não para um livro, que só é aberto por quem realmente quer, para que, sem mesmo sentir, o modo de escrever se transforme. Não é que me desagrade mudar, pelo contrário. Mas queria que fossem mudanças mais profundas e interiores que não viessem a se refletir no escrever. Mas mudar só porque isso é uma coluna ou uma crônica? Ser mais leve só porque o leitor assim o quer? Divertir? Fazer passar uns minutos de leitura? E outra coisa: nos meus livros quero profundamente a comunicação profunda comigo e com o leitor. Aqui no jornal apenas falo com o leitor e agrada-me que ele fique agradado. Vou dizer a verdade: não estou contente.
LISPECTOR, C. In: A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
No texto, ao refletir sobre a atividade do cronista, a autora questiona característica do gênero crônica como
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Q1983406 Português
    Criado há cerca de 20 anos na Califórnia, o mountainboard é um esporte de aventura que utiliza uma espécie de skate off-road para realizar manobras similares às das modalidades de snowboard, surf e do próprio skate. A atividade chegou ao Brasil em 1997 e hoje possui centenas de praticantes, um circuito nacional respeitável e mais de uma dezena de pistas espalhadas pelo país. Segundo consta na história oficial, o mountainboard foi criado por praticantes de snowboard que sentiam falta de praticar o esporte nos períodos sem neve. Para isso, eles desenvolveram um equipamento bem simples: uma prancha semelhante ao modelo utilizado na neve (menor e um pouco menos flexivel), com dois eixos bem resistentes, alças para encaixar os pés e quatro pneus com câmaras de ar para regular a velocidade que pode ser alcançada em diferentes condições. Com essa configuração, o esporte se mostrou possível em diversos tipos de terrenos: grama, terra, pedras, asfalto e areia. Além desses pisos, também é possível procurar pelas próprias trilhas para treinar as manobras.
Disponível em: www.webventure.com.br. Acesso em: 19 jun. 2019.
A história da prática do moutainboard representa uma das principais marcas das atividades na aventura, caracterizada pela
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Q1983404 Português

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O texto sobre os chamados nativos digitais traz informações com a função de

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Q1983401 Português
Esaú e Jacó
    Bárbara entrou, enquanto o pai pegou da viola e passou o patamar de pedra, à porta da esquerda. Era uma criaturinha leve e breve, saia bordada, chinelinha no pé. Não se lhe podia negar um corpo airoso. Os cabelos, apanhados no alto da cabeça por um pedaço de fita enxovalhada, faziam-lhe um solidéu natural, cuja borla era suprida por um raminho de arruda. Já vai nisto um pouco de sacerdotisa. O mistério estava nos olhos. Estes eram opacos, não sempre nem tanto que não fossem também lúcidos e agudos, e neste último estado eram igualmente compridos; tão compridos e tão agudos que entravam pela gente abaixo, revolviam o coração e tornavam cá fora, prontos para nova entrada e outro revolvimento. Não te minto dizendo que as duas sentiram tal ou qual fascinação. Bárbara interrogou-as; Natividade disse  ao que vinha e entregou-lhe os retratos dos filhos e os cabelos cortados, por lhe haverem dito que bastava. — Basta, confirmou Bárbara. Os meninos são seus filhos?
— São.

ASSIS, M, Obra completa, Rio de Janeiro: Nova Aguillar, 1994,

No relato da visita de duas mulheres ricas a uma vidente no Morro do Castelo, a ironia — um dos traços mais representativos da narrativa machadiana — consiste no
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Respostas
101: D
102: C
103: C
104: D
105: E
106: E
107: C
108: A
109: D
110: E
111: C
112: E
113: D
114: B
115: A
116: C
117: C
118: D
119: A
120: D