Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado, apur...
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Ano: 2010
Banca:
INEP
Órgão:
ENEM
Prova:
INEP - 2010 - ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - Primeiro e Segundo Dia - PPL |
Q908816
Português
Quando vou a São Paulo, ando na rua ou vou ao mercado,
apuro o ouvido; não espero só o sotaque geral dos
nordestinos, onipresentes, mas para conferir a pronúncia
de cada um; os paulistas pensam que todo nordestino
fala igual; contudo as variações são mais numerosas
que as notas de uma escala musical. Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí têm no falar
de seus nativos muito mais variantes do que se imagina.
E a gente se goza uns dos outros, imita o vizinho, e todo
mundo ri, porque parece impossível que um praiano de
beira-mar não chegue sequer perto de um sertanejo
de Quixeramobim. O pessoal do Cariri, então, até se
orgulha do falar deles. Têm uns tês doces, quase um the;
já nós, ásperos sertanejos, fazemos um duro au ou eu
de todos os terminais em al ou el - carnavau, Raqueu...
Já os paraibanos trocam o l pelo r. José Américo só me
chamava, afetuosamente, de Raquer.
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se
Queiroz, R. O Estado de São Paulo. 09 maio 1998 (fragmento adaptado).
Raquel de Queiroz comenta, em seu texto, um tipo de variação linguística que se percebe no falar de pessoas de diferentes regiões. As características regionais exploradas no texto manifestam-se