Biografia de Pasárgada Quando eu tinha meus 15 anos e tr...
Quando eu tinha meus 15 anos e traduzia na classe de grego do D. Pedro II a Ciropédia fiquei encantado com o nome dessa cidadezinha fundada por Ciro, o Antigo, nas montanhas do sul da Pérsia, para lá passar os verões. A minha imaginação de adolescente começou a trabalhar, e vi Pasárgada e vivi durante alguns anos em Pasárgada. Mais de vinte anos depois, num momento de profundo desânimo, saltou-me do subconsciente este grito de evasão: “Vou-me embora pra Pasárgada!” Imediatamente senti que era a célula de um poema. Peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso. Uns cinco anos mais tarde, o mesmo grito de evasão nas mesmas circunstâncias. Desta vez, o poema saiu quase ao correr da pena. Se há belezas em “Vou-me embora pra Pasárgada!”, elas não passam de acidentes. Não construí o poema, ele construiu-se em mim, nos recessos do subconsciente, utilizando as reminiscências da infância — as histórias que Rosa, minha ama-seca mulata, me contava, o sonho jamais realizado de uma bicicleta etc. BANDEIRA, M. Itinerário de Pasárgada. São Paulo: Global, 2012.
O texto é um depoimento de Manuel Bandeira a respeito da criação de um de seus poemas mais conhecidos. De acordo com esse depoimento, o fazer poético em “Vou-me embora pra Pasárgada!”
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fazer poético está relacionada a escrever um poema de acordo com os seus sentimentos, a partir de aspectos que envolvem a sua realidade, o seu cotidiano. O texto pede a respeito de como esse poema foi escrito.
Analisando bem, percebemos que o poema ''Vou-me embora pra Pasárgada!” não foi desenvolvido planejadamente, comprovando-se pelas partes do texto no qual o autor diz '' … peguei do lápis e do papel, mas o poema não veio. Não pensei mais nisso...'', no entanto, foi progressivo, ou seja, foi escrito no decorrer do tempo, percebido nessas partes: quando eu tinha meus 15 anos..., mais de vinte anos depois..., Uns cinco anos mais tarde… Por fim, observa-se que o poema foi escrito, depois de muitos anos, devido aos acontecimentos naturais que cercaram o autor, visto pelos períodos que ajudaram na escrita, desde os momentos de angústias ate os momentos de felicidades, comprovando a resposta da letra A
Por que não é a (D):
(D) resulta das mais fortes lembranças da juventude do poeta e de seu envolvimento com a literatura grega.
Bandeira fala em "reminiscências" da sua infância - exemplifica com as histórias que ama lhe contava e com o sonho não realizado de ter uma bicicleta. Reminiscências remete a lembranças vagas, incompletas, o que vai de encontro ao que a alternativa propõe. O próprio "etc." que o autor usa, no fim do período, é um indicativo de que o rol de lembranças é meramente exemplificativo e nem mesmo ele saberia dizer quais lembranças em si deram origem ao poema.
Gabarito : (A)
Nível de Dificuldade : Difícil
O legal é que acerto as difíceis e erro as fáceis, como que vou fazer o enem ?
Acho que a palavra: progressiva
que, atrapalhou um pouco, na letra A!!!
o trecho "saiu quase ao correr da pena" pareceu "fulminante"
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