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Q1274822 Português
Canção No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas… Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas. Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto. Quando as ondas te carregaram meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias. Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento. E o sorriso que eu te levava desprendeu-se e caiu de mim: e só talvez ele ainda viva dentro destas águas sem fim. MEIRELES, C. In: SECCHIN, A. C. (Org.). Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.
Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta uma concepção de lirismo fundada na
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Não entendi tudo

No desequilíbrio dos mares, as proas giram sozinhas…

O eu lírico usa a imagem de um mar agitado para representar seus sentimentos conturbados.

Numa das naves que afundaram é que certamente tu vinhas.

O eu lírico quer dizer que a pessoa amada figurativamente afundou nesse mar desequilibrado.

Eu te esperei todos os séculos sem desespero e sem desgosto, e morri de infinitas mortes guardando sempre o mesmo rosto.

Por muito tempo o eu lírico esperou ansiosamente por essa pessoa amada.

Quando as ondas te carregaram meus olhos, entre águas e areias, cegaram como os das estátuas, a tudo quanto existe alheias.

Quando, através desse mar desequilibrado, o eu lírico chegou até sua pessoa amada, seus olhos foram cegados como os de estátuas para tudo alheio a essa pessoa.

Minhas mãos pararam sobre o ar e endureceram junto ao vento, e perderam a cor que tinham e a lembrança do movimento.

Ele ficou paralisado.

E o sorriso que eu te levava desprendeu-se e caiu de mim: e só talvez ele ainda viva dentro destas águas sem fim. 

O sorriso que ele imaginava que pudesse dar não apareceu, mas talvez ainda exista dentro do mar.

GABARITO: Na composição do poema, o tom elegíaco e solene manifesta uma concepção de lirismo fundada na expressão do desencanto diante da impossibilidade da realização amorosa.

Olá. Eu fiquei com muita dúvida entre a letra "B" e "E", mas depois de analisar bastante o poema eu tive uma interpretação que me ajudou a marcar a alternativa correta. Vou compartilhar aqui com vocês:

No desequilíbrio dos mares,

as proas giram sozinhas…

Numa das naves que afundaram

é que certamente tu vinhas.

O amado embarcou em uma navegação que, ao passar por uma tempestade, naufragou. nesta estrofe ainda não dá pra deduzir se ele morreu ou não.

Eu te esperei todos os séculos

sem desespero e sem desgosto,

e morri de infinitas mortes

guardando sempre o mesmo rosto.

Ela ficou esperando ele retornar por séculos (hipérbole), tranquilamente, "morreu" várias vezes (ela mudou muito durante esse tempo da espera, se associarmos essa ideia de morrer-renascer) guardando sempre o "mesmo" rosto (mesmo que ela tenha mudado em alguns aspectos, a espera pela chegada do amado permaneceu).

Quando as ondas te carregaram

meus olhos, entre águas e areias,

cegaram como os das estátuas,

a tudo quanto existe alheias.

Quando ela ficou sabendo da morte dele (as ondas te carregaram), ela ficou com olhos só para seu amado, possivelmente preocupada e aguardando o retorno.

Minhas mãos pararam sobre o ar

e endureceram junto ao vento,

e perderam a cor que tinham

e a lembrança do movimento.

Já nessa estrofe ela ficou paralisada, parece uma sensação de espanto. A causa desse "espanto" repentino será revelada na estrofe seguinte:

E o sorriso que eu te levava

desprendeu-se e caiu de mim:

e só talvez ele ainda viva

dentro destas águas sem fim.

Agora, a voz do poema parecia estar feliz, talvez por uma esperança em reencontrar com o amado, porém, ela se dá conta de que eles não iriam viver uma história de amor (E o sorriso que eu levava/desprendeu-se e caiu de mim) - quebra de expectativa, por causa da morte do amado (e só talvez ele ainda viva/dentro destas águas sem fim).

indo finalmente para o enunciado: o tom elegíaco (triste) e solene do poema nos mostra que há um lirismo (sentimentalismo). Aonde esse sentimentalismo é fundado, ou seja, aonde ele se dá?

B) expressão do desencanto diante da impossibilidade da realização amorosa.

não é a letra E porque, embora agente pense que por ele ter morrido é inútil nutrir um amor, o poema não permite essa interpretação. O tom triste da última estrofe mostra que, ao se dar conta de que o amado morreu, toda aquela esperança de reencontro tinha ido por água abaixo.

é umas questões de maconheiro velho

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